Linha Reta
Quantas vezes a gente pesa na medida e despenca das linhas tênues? Linha tênue é especialmente desesperador pra mim, que não sou uma grande amiga ou conhecedora das medidas certas. Linha tênue entre ser sincera e grossa, entre ser boa demais e ótária, entre se amar e ser narcisista, entre realista e pessimista, desapegada e frígida, elas são milhares e as minhas quedas também, caio quase todos os dias. A que mais me assusta, é também a que eu vivo despencando: a linha entre amar e estar deslumbrada. Tombo feio. Queda recente, inclusive. Porque é muito fácil se encantar com um excesso de atenção e admiração preciptada de um carinha que você aparentemente gosta. E muito natural se acomodar nisso, como quem deita na cama quentinha, depois de um longo dia frio. Passar a enxergar nele mil possibilidades e um futuro promissor, como um tipo de salvação, sem parar pra analisar quem realmente ele é, pra não estragar a magia da coisa. É fácil e automático ignorar todos os mil indícios de que isso nunca daria certo e do quanto ele é errado pra você. O difícil, quase impossível, é a cama quentinha ser, de fato, a nossa. Sempre puxam as cobertas, tão rápido que primeiro eu sinto frio e só depois entendo que estou descoberta. Depois da queda, eu quis entender, confesso. Eram mais de 50 porquês, enumerados por ordem de importância e prontos para serem disparados, como uma metralhadora, sem dó. Só que todo e qualquer questionamento não passa de um grito no vácuo, fazer perguntas que o outro nem pode responder, porque eu consigo ver tudo muito mais claro e de um ângulo mais profundo, de um jeito que ele talvez nunca consiga observar nada na vida. Eu sei. Porque ele não é meu lar, nem minha cama. Ele não é ninguém, é só um cara desinteressante e ele quem, no fundo, precisa de respostas. Deixa pra lá, viro as costas. E fico a sensação de que a resposta é essa: Em que mundo eu cogitei a possibilidade de dar certo com alguém tão sem tudo que me tira o fôlego? Até que durou. Talvez não muito, mas durou tempo suficiente pra eu ser tempestade- porque é isso que eu sou. Então durou o que tinha que ter durado. Morto e enterrado, volto a me equilibrar.
Existe uma linha tênue entre a sensualidade e a vulgaridade, por isso é necessário ter muita cautela. E saber escolher de qual lado da linha você quer ficar.
Às vezes, até a verdade se faz de mentirosa, porque a linha divisória entre o céu e o inferno... é o intuito.
E essa alegria compacta que chega definindo o dia? Vamos dar linha aos pensamentos independentes e vislumbrar a felicidade. Como eu gostaria que você pudesse ver a expressão dos meus olhos quando o carteiro passou de novo deixando sua carta, achei até estranho você me escrever assim, repetidamente mas, você falava de amor. Agora vejo suas solicitações firmando cores, lúcidas. Ontem você disse que precisava de mim por perto e eu te falei né, esperar-te-ia com os braços abertos em casa, numa compreensão de sossegar seus sustos, clarear as sombras que ousarem naufragar qualquer esperança do seu dia.
Em situações difíceis fica evidente a linha tênue que separa o certo e o errado. Basta um passo para perda da razão: Da-lo dominado por emoção.
Eu estou farta dessa linha de sentimentos abafados que só eu sinto, só eu sei e queima lá dentro. Me acaba saber que dure o quanto durar, vou ser só querendo ser nós dois enquanto algo só te afasta e essa sua mania de timidez abstrata te empurra pra longe e te impede de voltar. Eu pedi muito sem ganhar nada e acho que já até tinha me acostumado em receber tão pouco, engraçado como tudo desandou tão rápido que sem que eu notasse, lá estava eu birrando novamente como criança em loja de brinquedos insistindo naquele que o pai não quer comprar. Cansativo implorar por algo que não chega, não vem, não dá passos pra frente. Aí vem aquela pequena vozinha da razão gritando com o coração tentando mostrar o quanto ele é burro, mas ele não desiste. E eu acho que é exatamente esse amor que me estraga. Eu já fui melhor um dia, agora eu sou só isso que ainda não foi preenchido, que ainda não está completo. Me falta muita coisa. Me falta seus toques, me falta tua companhia, me falta teu amor. Tá me faltando você.
Levo comigo, sempre, um retrato da infância. Há quem pense ser uma brincadeira minha, ou uma linha qualquer de um poema, mas comigo sempre levo um retrato da infância. Ando por muitos lugares e quando menos espero, lá estou eu em algum ambiente novo e retrato na mão. Não tenho mais pretensão nenhuma ao dar um passo. Antes queria conhecer o mundo, mas hoje se estou parado, é na mente que viajo, e seja onde for, levo comigo um retrato da infância. Um cara muito bacana eu perdi por ai. Me fugiu do olhar, juro que nem percebi… de repente senti falta daquelas tantas ideias, daquelas boas conversas, daquela risada gostosa, dele buscando abraços, dele chorando nos braços, dele amando sem medo, amando sempre sem medo. E o que restou dele é um cara estranho que mal reconheço… que anda pelas ruas com um retrato da infância.
Dentro do cristianismo protestante, sou da linha Pentecostal por entender que o 'NEO'pentecostalismo é uma metamorfose errônea, uma mutação maligna, uma aberração da pureza do evangelho de CRISTO e da Palavra de DEUS, que comercializa o evangelho da graça de CRISTO. O 'neo'pentecostalismo é, na minha visão, uma forma espúria, que compara-se ao crime de estelionato.
Pelo sim ou pelo não, vou fazendo um zigue zague com uma cordinha chamada “talvez” e nessa linha imaginária e pueril ela fica flutuante como pipa conforme o vento sopra…
Onde?
- No meu coração!
LINHA DA VIDA...
A vida não é mole, mas também não é dura…
é apenas uma linha que temos que passar
pelo buraco da agulha…
a vida na configuração de um poema é linha imaginária na mente de quem tenta descobrir a origem da vida e cai na contradição de seus próprios pensamentos
Uma voz do outro lado da linha,
que atravessa toda distância,
por fios, cabos e redes,
e chega bem aqui.
Uma voz, um sentido,
sentido por todos os sentidos e em todos os sentidos,
a voz, no ar como perfume,
a voz, capaz de se materializar, faz ver,
a voz que toca delicadamente,
e o gosto - doce - suave de querer mais e mais,
Uma voz que era uma vez,
e que sempre será,
que fala no silêncio,
que grita na ausência,
desafia o imaginavel do mais profundo sentimento,
Uma voz do outra lado da linha,
que permanece a ecoar,
na mente, na alma e na vida,
mesmo após a ligação acabar.
Quando me envolvi em seus braços, não foi somente para ser uma linha de seu livro, mas para ser muito dos capítulos que nele terá...
A gente se machuca, se esnoba e se orgulha do que faz. E a gente faz linha dura de quem não está nem aí, se distancia, se fere. E a gente não sabe como o outro tá, só fica com a saudade. A gente chora e sorri. Mas a gente sente falta. Sente falta do amor, dos carinhos, das palavras de conforto. E aí me pergunto: até quando isso vai durar? E me faço a mesma pergunta que você: O amor é para sempre?