Linguagem
A democracia em países de baixo nível cultural será sempre exercida sob um governo medíocre, pois sendo o governo eleito pela maioria, e esta sendo medíocre, sua escolha recairá naquele com quem se identificam que com certeza é um candidato medíocre. Nestes países, candidatos de nível elevado, poderão ser eleitos, desde que aprendam a linguagem e o gosto dos medíocres a fim de comunicar-se com eles. Este é caso de um candidato a presidente que no afã de ganhar a simpatia dos tolos, veste-se de gari e sai a varrer as ruas da cidade. Outro, encontra a mãe com uma criança de colo, vai cumprimentá-la e dar um beijinho na criança para ganhar o voto da mãe; outro, simula ser religioso, entra na Igreja, vai a tomar a comunhão e com isso tenta passar a ideia de uma pessoa honesta que teme a Deus e em quem aqueles religiosos podem confiar; outros levam para seus comícios duplas sertanejas com músicas do gosto do povão, mostrando com isso que ele também partilha do mesmo gosto. Tudo hipocrisia para abocanhar votos dos tolos e com isso ganhar o tão sonhado cargo de presidente, de governador ou de prefeito... E depois tudo continua na mediocridade. Quem não for medíocre terá de se submeter ao medíocre. Vejo que a democracia, em países de baixo nível cultural, é na verdade uma ditadura da mediocridade para quem não é medíocre.
Se a pessoa não souber transmitir sobre algo e de forma espontânea é sinal que ela não sabe muito sobre o assunto.
O tudo, na verdade, não é nada. Somos símbolos. Somos criações simbólicas que construímos como nossas verdades. Mas, que na verdade não são verdades concretas. Somos transitórios porque não determinamos mesmo tentando determinar. Somos um ser simbólico com linguagens, onde construímos o símbolo como representação do nosso eu. Por que, senão, não teríamos referência do nosso próprio eu e isso acarretaria na irracionalidade.
A morte que nos falta está para o duplo que de nós criamos, a cada momento, desde a nossa primeira imagem, linguagem e pensamento.
A língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações.
Linguagens
Notei que o vôo negro da hipálage
não tinha o mel dos lábios da metáfora,
e mais notara, se não fora a enálage,
e mais voara, se não fosse a anáfora.
Chorei dois oceanos de hipérbole,
duas velas cortaram a metonímia.
O pé da catacrese já marchava
no compasso toante dessa rima.
Verteu prantos a anímica floresta,
mas entramos dentro do pleonasmo,
‘stamos em pleno oceano da aférese...
Vai-se um expletivo, outro e outro mais...
Os poetas somos muito silépticos;
os poemas, elípticos demais.
Somos um avião ou meros passageiros? os pensamentos prisioneiros decolam na pulsão…
Nos sonhos há versos sem trilha, sem rima, nem nexo, mas é o ouro, o próprio tesouro da constelação… Os rabiscos da linguagem dão forma, daquilo que a gente não conhece.
O viajante,
é um homem ligado à terra,
trocou a casa por uma estrada,
fez da beleza, uma linguagem
fez da semântica, um olhar.
Um profissional que demonstra empatia consegue, de forma hábil, ler a lin-
guagem corporal de seus colegas, o que inclui observar seu tom de voz, as expres-
sões faciais e o olhar, analisando, sobretudo, os sentimentos por trás das palavras.
Na realidade nós somos os nossos valores e virtudes. Percebemos os valores e virtudes através do posicionamento. O ambiente que é o contexto influência a pessoa elevando seu nível de percepção no primeiro momento.
Ser cosmopolita não significa abrir mão de sua identidade. Cidades prósperas são cosmopolitas e não abandonam as suas tradições e a sua cultura. A tradição parte dos valores e dos costumes que são passados de geração em geração. A cultura fundamenta-se a partir do entendimento sobre os valores, crenças, línguas e linguagens desenvolvidas.
O Suor, a Heineken e as Metonímias da Vida
Através do suor foi que eu me acostumei,
Me acostumei a tomar uma Heineken,
Ligar meu HP, comer um Subway e transformar a marca em produto.
E nessa mesma dedicação foi que eu me entreguei,
Me entreguei a ler Clarice Lispector,
Estudar Freud, apreciar Monet,
E substituir o autor pela sua obra.
E nunca me deixei faltar,
A inspiração para criar,
A força para persistir,
E a causa para avançar,
Transformando o esforço em efeito.
Saber enfrentar os fracassos, as perdas, os danos ou os prejuízos é uma das mais nobres gentilezas que o ser humano pode prestar a si mesmo.
Mas nem todos pensam ou agem desta maneira, até porque, para muitos é inadmissível aceitar esta realidade, principalmente quando testemunha a vitória ou o sucesso dos outros.
É neste momento que se inicia a relação comparativa, utilizando expressões do tipo: Todo mundo consegue menos eu! Olha aí, para ele deu certo, só pra mim que nada saí do lugar!
É hora de se aplicar o pensamento onde se afirma que a grama do vizinho é mais verde que a deles - um visível complexo de inferioridade.
Assim notamos que são poucas as pessoas que conseguem responder de forma madura a perda do emprego, a reprovação numa prova, o término de um relacionamento, a morte de um ente querido, etc.
Quando se trata das emoções, podemos afirmar que é um universo a parte que necessita de minuciosa compreensão e aceitação.
Por conta desta realidade, observamos que: Quem não sabe perder, perdeu.
É necessário revisar os nossos feitos, ou realizações no curso das nossas vidas - em outras palavras, onde errou para viver tais consequências?
Quais foram as motivações para tomar esta ou aquela decisão que rendeu tal efeito?