Linguagem
É bastante interessante ser-se seduzido pelo mundo físico que não expressa a linguagem das civilizações.
O problema de querer orientar a população através da linguagem escrita é que a maioria dela, 90 % ou mais, composta por analfabetos, semi-analfabetos e analfabetos diplomados, não sabe ler, não gosta de ler, odeia ler, tem preguiça de ler, e não faz um esforço sequer para ler nem mesmo um parágrafo, e quando lê não entende o que lê, lê uma coisa e entende outra coisa. Assim, tais informações ficam restritas a um pequeno grupo, ou somente ao grupo onde surgiram. É por isso que os áudios do WhatsApp e os vídeos do YouTube fazem muito sucesso entre essa gente. E é por isso também que os criadores das fakes news deitam e rolam. É também por isso que estamos todos f...dos e mal pagos.
Vivemos entre a uniformidade da norma-padrão e liberdade da linguagem coloquial.
Cada qual com seu cada qual.
Não questiono a importância da linguagem inclusiva.
Só acho que esse tipo de pauta tem pouquíssima ressonância na população brasileira carente de necessidades básicas como: comida, moradia, saúde, trabalho, segurança, lazer...
A linguagem neutra oferece representatividade e padrões de identidade social para pessoas não-binárias.
Mas acredito que, por si só, não irá resolver as questões relacionadas a identidade psíquica.
Acho louvável a tentativa da linguagem inclusiva em acolher a todos, todas e todes.
No entanto, não consigo enxergar efeitos práticos, especialmente na periferia, onde o povo luta diariamente por um prato de comida.
Até o presente momento, percebo a linguagem inclusiva impactando, em termos práticos, uma parte exclusiva da classe média brasileira.
Na base da pirâmide social, essas pautas parecem inócuas e sem significado no contexto de extrema pobreza em que vivem.
A linguagem acadêmica utilizada pela esquerda não ressoa nas redes sociais, onde a comunicação é mais direta e popular.
"Cada pessoa que ama tem a sua linguagem, aí vejo, que a beleza sempre esteve nos olhos de quem olha com certo carinho mas, enfim, os únicos olhos bonitos são aqueles que nos olham com amor e respeito."
A dor é uma linguagem universal do aprendizado — um professor rígido e silencioso, que nos molda através do sofrimento, deixando-nos mais fortes e sábios.
Minha linguagem é de tato, experimental, defeituosa e inacabada.
Se sua visao é perfeita, sua audição e fala são irreparavéis, nós não vamos nos entender.