Linguagem
Pecado de nós
Aonde ficaram as lágrimas o vazio pernoitou,
na linguagem do amor, um se disse cego, a outra parte se mostrou mudo,
em ambas as partes a voz que toca é a do ego que assopra e assola,
e assim o cheiro do perfume foi se esvaziando do frasco,
o pecado de nós está sendo deixado sem laços,
o pouco que resta de mim cai lentamente em tudo que escrevo.
O amor incondicional é a única linguagem que o universo reconhece como prova de autenticidade, ele se manifesta na súplica desarmada de quem prefere a dor da ausência à vista da destruição do ser amado. É um instinto primitivo e divino que transcende a lógica da posse e a vaidade do direito, ensinando que a conexão verdadeira não se rompe, mesmo quando o objeto do afeto está em outras mãos. Essa é a essência doadora que sustenta o mundo e que devemos buscar replicar em nossas relações. Olhe para sua vida: quem ou o que você ama o suficiente para abrir mão?
Quanto à linguagem, é preciso alertar os sentidos, para os discursos construídos. Às vezes as pessoas, propositalmente, recodificam a mensagem, de acordo com seus interesses e finalidades. Gestam e libertam um discurso tão representativo, capaz de confundir as mentes mais incautas.
No exercício especular, da produção da linguagem, há que se cuidar para não cair no “canto das sereias” dos oráculos virtuais. O discurso autoral, deve estar livre de contaminações. É preciso pensar que o sujeito que lê, também escreve. Cada pessoa tem uma carga de conhecimentos que carrega para o texto. A comunicação é um milagre.
A afirmação tradicional sobre a linguagem é que ela, por si só, é viva, e que a escrita é a parte morta da linguagem.
O sorriso é a linguagem universal do amor né, por um instante é capaz de aproximar pessoas completamente diferentes
A teoria de tudo é que desde os primórdios do tempo e da origem da linguagem matemática, em uma mente brilhante em cada um no mundo, houve a descoberta da ciência elementar da vida.
A delicadeza é uma linguagem universal. Ser uma pessoa delicada é acolher a presença do outro com carinho.
Confesso que linguagem poética nunca de fato foi meu forte... Eu não era uma culta do sul, ou se quer possuía norte
E sem qualquer faculdade na área
Percebi rapidamente que sentir, se tornaria o meu novo esporte.
Embrulhei meu amor num papel e me recusei a jogar no lixão
E as palavras que dançavam no céu, eu escondi na minha mão
todo aquele que ler mesmo em fel
Que as grave no coração.
Não sei o rumo da história até que comece a contá-la, até que a própria linguagem me sinalize.
