Limpar a Casa
A nossa dor pela partida de um ente querido é a alegria de Deus pelo retorno do filho à sua casa, após a missão cumprida.
Nunca mais fui a mesma depois que te conheci. Antes pulava de paraquedas, hoje deduzo os riscos do carrinho de bate bate. Tinha as unhas feitas, ultrapassava os carros pela direita e ia ao shopping pensando só em mim...
Justamente quando eu achava que tinha controle sobre tudo, você veio para me dizer que não controlo nada. Quando eu acreditava que já tinha amado demais, você me faz sentir uma aprendiz em matéria de amor. Quando minha casa se tornou modelo de perfeição e assepsia você invadiu mudando tudo de lugar, sujando as paredes e estofados com seus dedinhos melados, restos de pipoca e confetes coloridos, agregando aos ambientes cadeirões, cercadinhos, bicicletas e skate. Quando achei que era capaz de racionalizar tudo, você me fez adquirir o 6o. sentido, ser mais intuitiva e capaz de expressões como "coração de mãe sente..."
Casa só se torna lar quando comporta marcas na parede registrando o crescimento do menino, xícara com asinha lascada de tanta prosa e chá, panela queimada no clássico de domingo, saudade estampada no porta retrato da sala.
Não importa quão longe você queira ir, não importa de quem você deseja fugir, seu lar é onde seu coração está...
O fanatismo e a inteligência nunca moraram na mesma casa.
Meu lar...
Meu lar, meu canto,
pequeno, ou amplo,
na cidade, ou no campo,
é meu doce recanto
onde fico à vontade,
não incomodo ninguém,
onde guardo a saudade,
onde me sinto bem
meu mundo, meu paraíso,
lugar que eu reverencio,
onde é largo meu sorriso,
e meu espírito mais sadio
meu lar é caseiro,
onde gosto de receber,
onde curto meu travesseiro,
onde tenho mais prazer
meu lar é amado,
cada objeto tem história,
é um templo abençoado,
onde vivo minha glória
minha casa não tem segredo,
tem silêncio e festa,
lá não tenho medo,
lar onde Deus se manifesta
casa, casinha, casarão,
o tamanho é insignificante,
lá cabe o meu coração,
isto já é dignificante
“Deus abençoe meu lar,
obrigada por meu abrigar...”
Memória da Casa (Fernando de Oliveira e Walmir Palma)
Não está no portão
a memória da casa,
nem está no porão,
onde tudo se guarda.
Se talvez no jardim
mora alguma lembrança,
erram doces ausências:
borboletas, crianças.
A memória da casa
jaz além da estrutura,
das paredes caiadas,
assoalho, nervuras.
Vejo outrora na alcova
afogada em cortinas
o rubor de uma rosa
e uma linda menina.
Onde foi essa alcova,
em que tempo se deu,
como entrou nessa história,
em que vão se perdeu?
Essa casa são muitas,
uma só todas elas;
o morar é a casa
com varandas, janelas.
As memórias são tantas,
tantos são os lugares
onde pousam lembranças
nesse lar, nesses lares...
Sim eu desejo uma casa no campo.
Mas sem cerquinhas!
Onde haja paz e comunhão!
Onde o amor seja a porta de entrada!
Onde a vida esteja no regaço das campinas que a acolhe.
Onde eu possa tirar uma soneca de alma mesmo deitado ao léu do chão batido caprichosamente preparado!
Onde naquele cantinho especial sinto o cheiro do fogão de lenha a estourar o milho no alvorecer!
Que anteriormente na lida da matina tomei emprestado da natureza alguns troncos secos forjados no machado singelo passado de gerações.
Do cafezinho meio forte saindo da chapa escaldante a aromatizar o ambiente.
Onde nem hajam espelhos mas que eu veja o meu reflexo no ar que respiro.
Onde todos habitamos em harmoniosa e terna alegria.
Onde no finzinho do dia olhe as estrelas na noite clara e pura e diga: Obrigado meu Deus! Tu existes!
"Bonedog"
Voltar pra casa é terrível, quer os cães lambam o seu rosto ou não.
Se você tem uma esposa ou apenas solidão em forma de esposa esperando você, voltar para casa é terrivelmente solitário.
De tal modo que você pensará na opressora pressão barométrica lá de onde acabou de voltar com afeição, pois tudo é pior após chegar em casa.
Você pensa nas pragas grudadas nos talos da grama, longas horas na estrada, assistência rodoviária e sorvetes e as formas peculiares de certas nuvens e silêncios com nostalgia, porque você nem queria voltar.
Voltar para casa é... simplesmente horrível.
E os silêncios caseiros e nuvens não ajudam em nada, além do mal-estar geral.
Nuvens, do jeito que elas são, são de fato suspeitas e feitas de um material diferente, do que daquelas que você deixou para trás.
Você mesmo foi cortado de um outro pano nublado, devolvido, remanescente, malfadado pelo luar, infeliz por estar de volta, esgarçado em todos os pontos errados, um terno desfiado, maltrapilho, surrado.
Volta pra casa, aterrissado da lua, forasteiro. A força gravitacional da terra, um esforço agora redobrado, desamarrando seus cadarços e os seus ombros, entalhando mais fundo a estrofe de suas preocupações em sua testa.
Você volta para casa afundado, um poço ressecado ligado ao amanhã por um frágil fio de... Enfim.
Você suspira no massacre de dias idênticos, que é melhor aceitar, de uma vez.
Bem... enfim, você voltou.
O sol sobe e desce como uma puta cansada. O clima imóvel como um membro quebrado, enquanto você não para de envelhecer.
Nada se move, além das marés de sal no seu corpo. Sua visão embaça, você carrega o seu clima com você, a grande baleia azul, uma escuridão esquelética.
Você retorna, com uma visão de raio x, seus olhos se tornaram famintos. Você volta pra casa, com seus dons mutantes, para uma casa óssea.
Tudo o que você vê agora, é tudo... osso.
(Poema Bonedog, de Eva H.D.)
Voce já teve a vontade de Mudar? Uma vontade que nem você direito sabe explicar, mas que se Define em Pessoas Novas, ambiente de vida novo, ideias novas, parece que tudo que esta a sua volta não te satisfaz como um dia já fez.É como uma casa bagunçada, você sabe que tem que arrumar mas não sabe por onde começar. Renovar seu circulo de amizade? Sair para lugares diferentes? O que te prende a esse momento? Nem você sabe! Mas, sabe que tem que mudar, mudar que digo se renovar, ver vida novamente em coisas que já viraram rotina.
Então você começa por você mesmo. Nem você sabia mas, deixar seu desejos de lado muitas vezes também viraram rotina, então você começa a se cuidar mais, se amar mais. E quando digo se amar é se aceitar, rever suas atitudes, dar um tempo pra você mesmo, refletir. E você mesmo não aceitando percebe que aquele mundo que um dia era sua cama , hoje não passa de um colchonete velho no sótão .
E você vai buscando cada vez mais dentro de si ,tentando achar uma resposta para sua insatisfação momentânea. Hoje o ser humano não sabe mais aceitar que terá momentos ruins , ele acha que pode “comprar” a felicidade a todo momento, tentando trocar o velho por um novo.
E é quando você percebe que seu maior erro Foi querer tirar algo da sua vida ao invés de Agregar.
Andando pela estrada, te levando para casa
Você me beija na sua porta
Me puxa para perto, me implora para ficar
Mas estou cansado dessa montanha-russa
CONDUZ
O amor é condutor de energia capaz de elevar nosso espírito através da vibração positiva do magnetismo. Quando estamos em sintonia com o amor nos conectamos com Deus. Onde há luz não há sombras. O pensamento transforma, acreditar é o primeiro passo para jornada da evolução. Cada emanação de luz é como um tijolo que edifica a morada do sagrado. A luz ilumina quem busca a semente do amor e deixa florescer. Mantenha a luz de sua casa acesa.
Há muito, muito tempo, os homens e as árvores eram amigos. Há muito tempo eu vi esta árvore e me apaixonei por esta casa.
Estreita é a casa de minha alma para que venhas até ela: que seja por ti dilatada. Está em ruínas; restaura-a. Há nela nódoas que ofendem o teu olhar: confesso-o, pois eu o sei; porém, quem haverá de purificá-la? A quem clamarei senão a ti? Livra-me, Senhor, dos pecados ocultos, e perdoa a teu servo os alheios!
(Confissões)
A janela estava aberta e ela estava deitada na cama lendo um livro. Parou, olhou pro horizonte e pensou que nada, absolutamente nada, seria mais calmante que ler um livro ao som da chuva.
Eu quero uma casa pertinho da praia...
Eu quero uma casa pertinho de você...
Que é pra gente se encontrar na beira do mar...que a pra gente se amar sob a luz do lua.
Por mais estranho e solitário que fosse o mundo lá fora, os livros sempre me faziam lembrar de casa.
A gente, filhos de mãe solteira, aprende desde cedo a procurar o caminho mais curto para voltar para casa, nos permitimos a estipular as nossas próprias regras, nos tornamos os nossos protetores e, com o aprendizado da realidade, tentamos espelhar essa proteção para quem escolheu permanecer ao nosso lado, seja mãe, vó ou qualquer representante afetivo. A gente precisa amadurecer mais rápido, porque não poderíamos ter medo de bicho-papão, escuro ou trovões já que a única pessoa que tecemos confiança estava trabalhando para garantir a sobrevivência do filho que se tornou responsável. A gente é condicionado a fazer todas as coisas sozinho, o gosto da rejeição se desenvolve no nosso primeiro trauma e mesmo sem entender os motivos do fracasso conjugal, nos sentíamos profundamente incompletos. A gente se desequilibra, a gente cai, mas a gente não se quebra.