De vez em quando, passa,
mãos dadas com um verso.
Tal como segredo,
confesso que, a princípio,
o simples é proposital.
De escusar inimigos,
os arrependidos
pedem sempre proteção.
Solto a vida pela janela.
Fiel como trilho e o trem.
Corro descalço
a caminho de ferro.
Os pés suados,
empanados de terra,
e as unhas de fora.
Ao olhar para trás.
Dou-me conta,
o quanto o horizonte é distante.
Tenho um longo caminho.
Embora, aqui dentro,
tudo o que sinto,
tudo o que vejo
é passageiro.
- O que pensas? - Não do mundo (é muito) para se pensar!
O meu único par perfeito,
só o meu tênis All Star!
(vai entender). Porque
apreciam as borboletas
e matam as lagartas!
somos boêmios
de, John Steinbeck.
Bradamos pelos becos
os versos rebeldes de O Uivo,
de Allen Ginsberg.
Quantos sonhos abandonados,
acostumados à solidão,
trancados e distantes,
esquecidos, jamais a sós!
Depois que a face envelhece,
ela volta a escrever:
Contos para a juventude.
Fala, garoto:
Quando nos conhecemos
éramos jovens!
Da chegada ao Porto,
ao pôr do sol.
Um céu reluzente!
Tudo que se divide cresce.
Olhou para a vida e sorriu,
e ela sabe sonhar
com quem sabe sorrir!
O meu avô deixou para o meu pai,
o meu pai deixou para mim,
deixarei para os meus filhos e netos.
A manhã plácida clareia
o sorriso dos homens.
Corpos tremem,
frio e medo,
correm para esquentar,
covardemente nus,
inimigos morrem
abraçados!
Em qualquer estação,
a primavera veste flor!