Limite
Eu devia ter sido o rochedo milagroso, mas a vida deu-me a magia de sentir que o amor não tem limites.
Já cheguei ao meu limite!
O que devo fazer?
Explodir e ser mais um louco psiquiátrico, ou surpreender a todos e ser sábio antes do tempo?
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10... Ufa...
Já imaginou qual o limite do carinho? Um homem, 22h da noite num ônibus lotado, protege o seu buquê de flores de um terrível fim: ser amassado pelo vaivém cotidiano dos engravatados, dos bem-arrumados e dos nem tão bem-arrumados assim. Ele desce da condução e corre loucamente pra casa, esquece o cansaço de um dia inteiro de trabalho, abre a porta e encontra sua namorada arrumando a mesa do jantar.
Ele esquece suas preocupações, seu dia difícil, porque ali, nos braços de quem ama, ele encontrou o seu pedacinho diário do paraíso. As histórias de pessoas comuns, suas vidas simples e sem a mesma emoção de um dublê de cinema, esconde uma beleza muito sutil e calorosa.
Sempre é preciso considerar como nossa
meta, aquela linha limite que o Amigão
nos mostra... A Linha do Horizonte...
APRES LA LIGNE D HORIZON
Marcial Salaverry
Combien de gens passent leur vie sans la voir,
Sans même percevoir
La merveilleuse beauté
Que recèle la nature… ;
Sans même remarquer
Combien il y a de choses à aimer ?...
Ils passent leur vie simplement,
Sans la vivre entièrement,
En s’intégrant au paysage,
Sans ressentir la beauté de ce voyage…
Sans percevoir combien il y a de vies
Cherchant à être vécues…
Il y a tant de belles choses dans le monde
Qui peuvent nous donner un plaisir profond…
Qu’avec tout cela, nous pouvons écrire un poème ;
Sans penser au triste dilemme
Que beaucoup d’entre nous avons à faire,
Pour réussir à survivre…
Il faut ouvrir les yeux pour la vie,
Pour avoir la nécessaire survie…
Il faut voir plus loin que la ligne d’horizon,
Et non pas juste le mur que nous avons devant nous…
Marcial SALAVERRY
ALEM DA LINHA DO HORIZONTE
Marcial Salaverry
Quanta gente passa pela vida sem a ver...
Sem sequer perceber
a maravilhosa beleza
que se encerra na Natureza...
Sem sequer notar
quanta coisa há para amar...
Passa pela vida simplesmente,
sem vive-la inteiramente...
Integra-se à paisagem,
sem sentir a maravilha desta viagem...
Sem perceber quanto há de vida
pedindo para ser vivida...
Quanto existe de belo no mundo,
que nos pode dar um prazer profundo...
Que de tudo podemos fazer um poema,
sem pensar no triste dilema
do muito que temos pra fazer
para que possamos ao menos sobreviver...
Há que se abrir os olhos para a vida,
para que tenhamos a necessária sobrevida...
Há que se ver além da linha do horizonte,
e não apenas a parede que temos defronte...
Marcial Salaverry
Quando há tristeza além dos sentidos.
É limite das forças, é esgotamento.
Porque escolhas erradas trazem consequências
por vezes avassaladoras, e não há consolo.
Tudo que a gente pede é por uma mudança
que nos permita recomeçar, sem tantos pesos.
Porque já nos contrariamos demais e a resistência
uma hora se esvai. Toda a alma treme.
Cada corte em carne viva parece latejar.
Na luta, ainda vivo, restam sonhos e orações.
Estes que todos chamam de ilusões.
Não são... São mesmo esperança e fé.
De quem ainda deseja ser feliz...
e acredita em anjos e milagres.
Na vida só se sabe o que a morte permitir e na morte só se sabe o que a vida permitir. O limite é só o bloqueio de distinção!
Sabe-se que um país atingiu seu limite de torpeza e vilania quando quem representa a autoridade vigente tem potencial para dignificar e transformar em honraria uma voz de prisão recebida por desacato
"Qual é o limite da sua timidez?", ela pergunta, de frente para ele e um velho jogo de tabuleiro que a muito tempo não saía da caixa. Meio surpreso pela repentina pergunta ele responde: "Aí depende. Primeiramente da sua disposição em querer descobrir, e de quanta bebida teria aqui no seu apartamento".
Aquelas foram palavras chave. O intuito do jogo mudou, o objetivo picante era o alvo de ambos, o vencedor levava tudo. Tudo mesmo! A partir dali, as paredes presenciaram jogadas de indiretas, palavras ao vento, e as tentações que só os amantes provocam.
O resto, bom, os poetas não possuem autoridade para relatar...