Limite
Quando a queda o deixa olhando para o chão é sinal que você aprendeu, o chão é o limite ninguém vai além do chão.
Tem dias em que tudo pesa um pouco mais.
O limite parece apertado, o cansaço se acomoda nos ombros.
Mas, mesmo assim, algo dentro da gente insiste.
Uma coragem silenciosa, que nem sempre grita,
mas nunca deixa de respirar.
E é nesse instante — no quase desistir —
que a vida sussurra baixinho:
"Vai. Só mais um passo. Só mais uma tentativa."
E a gente vai.
Com medo, com lágrimas, às vezes até sem saber como.
Mas vai.
Porque dentro do que parece pequeno,
mora uma força que nunca deixa de crescer.
— Edna de Andrade
Jamais questione ou regateie o valor de um serviço qualificado. Limite-se apenas a contratá-lo ou não, depois de avaliar profunda e sinceramente suas condições para tanto. Se for preciso, procure um serviço não qualificado, que não seja necessariamente precário. Apenas não qualificado e, por isso, mais acessível.
Cada profissional tem seu valor adequado a determinadas regiões ou grupos socioeconômicos específicos. Esse valor é inalienável. Se este ou aquele profissional se autoavalia superior a qualquer condição econômica, naturalmente perderá campo e terá que se adequar à realidade. No entanto, não se trata de uma adequação a cada caso, pois o mercado estabelece padrões de qualidade, preço e, sobretudo, ética.
Sendo assim, não cometa o erro da suposta desqualificação de um profissional. Se ele for de fato um profissional, não se deixará desqualificar com improvisos de preço e padrão de atendimento. A cometer tal erro, prefira o serviço não qualificado. Caso contrário, você corre o risco de contratar uma fraude.
A FUGA DAS PALAVRAS
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Dizia tudo na lata. Não tinha medo e limite. Jamais temeu os efeitos insondáveis de suas palavras diretas; contundentes. Muitas vezes, profundamente ofensivas... e sempre assim. Na lata. Sem eufemismos, metáforas nem rodeios, doesse a quem doesse.
No entanto, apesar de sua forma intempestiva de falar, ele tinha sempre um discurso mágico. Verdadeiro e profundo. Daqueles de fazer qualquer pessoa refletir e até mudar de postura. Era consistente no que dizia, não titubeava e jamais permitia que, fosse o que fosse, passasse em branco. Quando tinha notícias de que alguém enganara o cônjuge, abria o verbo; falava poucas; digo; muitas e boas. Ao saber que um pai batera no filho, que uma pessoa fora desonesta ou injusta com outra, ia lá. Golfava tudo. Como sempre, na lata. Sem medo, medida, meias palavras, contornos ou disfarces.
Mesmo assim, sempre foi alguém querido. Muito querido e respeitado, pois era o que dizia; o que seus discursos mostravam. Vivia cada palavra que deixava fluir. Era um cidadão honesto, verdadeiro, fiel, bom pai, trabalhador, cumpridor de seus deveres. Não havia, naquele homem, qualquer indício de superficialidade ou hipocrisia.
Mas um dia o caldo entornou. Ou as palavras entornaram. Cheio de compromissos a cumprir, e com muita pressa, o homem saiu sem ter feito com o mesmo zelo, o que sempre fazia depois de abrir o verbo sobre alguma postura inadequada: tampar hermeticamente uma grande lata, sem qualquer conteúdo notório nem palpável, que ele mantinha no sótão de sua bela e grande casa. Uma lata secreta, como era o lugar no qual nem mesmo sua esposa e os filhos entravam, e de cuja existência os parentes e amigos, então, nem sabiam. Muito menos da lata única. Sem nenhuma igual.
Foi assim que o inusitado aconteceu. Com brechas expostas, a lata foi liberando, um a um, todos os discursos e desabafos do cidadão inconformado com as mazelas do mundo. Com as injustiças e os desmandos do ser humano. Suas palavras foram tomando as ruas, invadindo ouvidos, mentes e corações, e fazendo pensar... sentir... se arrepender. Foi um dia grandioso, em que as pessoas consultaram a consciência e, comovidas, tomaram a decisão de mudar para melhor. Deixar de fazer o mal, cometer qualquer ato que pudesse prejudicar o próximo, e, por conseguinte ou extensão, o distante.
Já sabedor do seu descuido que resultou a fuga das manifestações de muitos anos, e, apavorado com o volume repentino, agressivo e tamanho de franquezas que, por sua culpa, tomaram o espaço daquela cidade, o bom homem voltou em casa, muito às pressas, e fugiu com a família. Não quis esperar pelas consequências do ocorrido que logo se tornaria histórico, não só ali, mas em todo o planeta.
Desnecessária, sua fuga. As consequências não poderiam ser melhores. Caso ficasse, o seu único arrependimento seria o de não ter dito muito antes, não na lata, mas na cara de cada cidadão, todos aqueles discursos maravilhosos, capazes de mudar tantas vidas.
BOA FÉ
Demétrio Sena - Magé
Salvação é sonhar, me permitir,
sem olhares atentos aos limites;
é sentir livremente minha essência
nas artrites do mundo em descompasso...
Conversão só me apraz a meu critério;
do meu jeito e conforme os meus desejos,
no mistério e no brilho dos sentidos
que só eu alimento e dou jejum...
Só entendo essa fé; sem aguilhão;
não há céu onde a mente não alcance;
o inferno é sermão de arrebanhar...
Deus é algo e vendemos como alguém,
para termos além de nossas forças,
o poder de podar o semelhante...
... ... ...
Respeite autorias. É lei
Só vencem a Guerra contra o clichê conflitante, “meio cheio, meio vazio”, os que conhecem o limite do próprio copo.
Se o céu fosse nosso limite, perderíamos um universo inteiro de possibilidades acima de nossas cabeças.
Não queira enganar a você mesmo dizendo estar forte quando não estiver.
Admita que você pode não estar bem e que necessita de um tempo para se recuperar.
Sem generalizar, evangélicos tem a mania de acharem que são “Super Homens” por terem Deus e acabam escondendo suas emoções atrás da fé, de dogmas e costumes religiosos.
Entenda, não é possível conhecer a Deus se você não conhece a si próprio.
Portanto, reconheça os seus limites. Você descobrirá que a vida é brilhante quando a gente se conhece como ser humano e sabe quando é preciso colocar pontos finais ou quando é hora de recomeçar.
A razão não é suficiente a si mesma, ela tem limites, e Pascal reconhece esses limites. Estabelece que a ética, a vida social e a religião é que definem o mundo humano real e esse mundo real em grande parte foge das possibilidades da razão.
Mas mesmo no mundo natural a razão é limitada, pois os segredos da natureza estão encobertos na experiência que constantemente aumenta em quantidade, intensidade e valor. Uma hipótese que busca explicar um acontecimento na natureza pode ser validada, negada ou permanecer duvidosa, e a experiência permanecendo duvidosa demonstra claramente que a razão tem seus limites.
A razão também demonstra ser limitada quando busca definir as noções fundamentais de uma área do conhecimento pois ela não consegue definir os princípios últimos da própria razão.
(sobre a filosofia de Blaise Pascal)
Porque limitamos algo tão valioso?
… Um sentimento,
Uma palavra, um simples abraço…
Olhar nos olhos e dizer o que sentimos (…)
Espero um dia poder falar olhando nos seus olhos que, “tudo isso valeu a pena!”.
Infelizmente há momentos em que não podemos invadir a individualidade alheia, mesmo que a intenção seja boa, não se deve ultrapassar os limites do bom senso.
Quem se aproveita de fraqueza ,nas mudanças ,serão cobrados.
Quem engana, será o enganado.
Reflexo nítido na vida humana,do seu limite à encontrar um culpado....
O planeta está mergulhando, para poder emergir...
Não se assuste com o novo e velho que iráo surgir...
Segure a respiração, observe a beleza,em sua volta...
Quem entrar em desespero ,rápido se afoga.
A espécie humana há de passar como passaram os dinossauros e os estegocéfalos. Pouco a pouco, a pequena estrela que nos serve de sol perderá o seu poder iluminador e aquecedor... Terá, nessa altura, cessado toda a vida sobre a Terra, que continuará, como astro caduco, o seu voltear sem fim nos espaços sem limites... E então, de toda a civilização humana ou sobre-humana – descobertas, filosofias, ideais, religiões -, nada subsistirá. Não restará mesmo, de nós, o que resta hoje do homem de Neandertal, do qual, pelo menos, alguns ‘despojos’ encontraram asilo nos museus do seu sucessor. Será anulada, para sempre, neste recanto do Universo, a aventura grotesca do protoplasma. Aventura que, talvez, se renove noutros mundos, sempre sustentada pelas mesmas ilusões, criadoras dos mesmos tormentos, sempre igualmente absurda, igualmente vã e igualmente condenada, desde o princípio, à frustração final e à treva infinita...
Jean Rostand, in Pensamentos de um biólogo
“Não há sofrimento quando se crer em algo explêndido, é preciso conhecer os nossos limites para deixar-mos de lado uma vida meramente crua.”