Lilian poesias
A essência do amor verdadeiro está na fruidez de se despir a alma com prazer e “lavá-la” sem qualquer julgamento.
Quando o amor está presente, nunca haverá uma única reação externa para se calar um grito interno. Esse grito no amor é permitido, com som ou sem ele, o amor é também capaz de ouvir e entender o grito em silêncio.
O amor verdadeiro existe. Nele, as almas podem se despir e não haverá punição nisso, se estabelecendo a partir daí a preciosidade da confiança. A confiança como base e estrutura para o reinado do Amor.
Que falemos sim de amor, sempre, mas, mais do que isso, que vivamos o verdadeiro amor sem que manchemos o seu adorno.
Ainda que eu falasse o idioma dos anjos, se eu não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine...
O amor é o que sustenta. É o amor que perdoa. É o amor que faz olhar pra frente.
O amor alimenta, fortalece, cura, instiga, levanta, até ressuscita.
O amor também dá a vida.
Uma vida não pode ser cinza. Ela precisa de cor, brilho. Não pode ser sem motivação. Ela precisa de alegria. A vida também precisa de parâmetro, modelo, tanto quanto precisa de limites e regras. Mas como existir tudo isso se não tiver amor?
A vida sem o amor é como uma noite sem lua. Vazia. Escura.
Ninguém consegue seguir em frente senão pelo amor...
Ninguém perdoa se a base do perdão não for o amor...
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor de Deus nunca acaba.
Se apegue a Ele que você brilha!
Axé
O branco da purificação faz união
A magia que enebria com Axé nos guia
Sua história em minha memoria
As lembranças sagradas de um ritual
Se misturam ao sagrado profanado
Segredos e medos entrelaçando desejo
Sentimentos e vividos
Preces e pedidos atendidos
A Ela faltava amor
A mim sobrava dor
Mãos e vidas em equilíbrio
Santa mulher, louca menina
Mal compreendida e interpretada
Linda, plena, viva e amada
Rosa desabrochada
Que a tempos esperava
Beija-flor de liberdade
A espalhar seu beijo
Que cura e une
O amor e o tempo.
A meia luz
Sua sombra em silhueta
Seu perfil em perfeito alinho
Curvas e caminhos
Mostram rotas no ninho
Uma Ninfa na cama
Loucura deŕrama
A moça, a dama e o vinho
Me descompassam e enebriam
Uma brinca e sorri
A outra invade e dilacera
A taça vermelha em chamas
Incendeia desejo no beijo
E euforia no encanto
Aos sintomas desse veneno
Queria estar imune
A meia luz confunde
O desejo, o pecado e seus braços.
Desabrochar
Te vi um dia e mesmo sem perceber
Já sabia o que o brilho em seu olhar queria
Me encantar ou seria me enfeitiçar?
A mulher que vi me fez querer conhecer
A menina que escondida morava ali
É dentro dela que um mundo inteiro vibra
E ela segue buscando sentido para tudo
Sentimentos para Ela não bastam ser sentidos
Precisam ser vividos, curtidos, escarnecidos
A pele a flor de sua luz
A vida a luz de sua pele
E a cada novo amor
Mais Desabrocha Ela.
Páscoa é renascimento...
É passagem...
É mudança e transformação...
É ser novo um mesmo ser
Que recomeça pela própria libertação.
Fica para trás uma vida cheia de poeira
E começa agora um novo caminhar
Cheio de luz, de fortalecimento,
Esperanças renovadas,
E um arco-íris rasga o céu
E parece balbuciar que Jesus ressurgiu
para nos provar que o amor
incondicional existe, assim como a vida eterna.
Feliz Páscoa!
Ontem eu tinha 6 , hoje 23 e amanhã eu já não sei
A vida é um jogo de xadrez , bobeou perdeu a vez .
Vou embora da minha vida para não mais voltar.
E se quiseres saber de mim, me procure em suas memórias.
Nas mágoas esquecidas.
Na vida sofrida, cuja a qual não quero mais voltar.
Queima o barro e recende aroma/
a luz atravessa a vidraça
e não a quebra...
Fala-me sobre as dores de teu cântaro...
Nem os sábios nem os loucos
pousam na folha que desfolha-se do sol/
o tronco da árvore do céu é dos pássaros!
Minhas mãos entre as suas
sob a tênue neblina
incensando o cálice da noite
sua voz insistia
antes de ouvir os meus passos
ouvirás primeiro a acústica de silêncios
dos meus rastros
das palavras que deixarei
cair pelos caminhos...
Tu que emprestas Tua luz
aos olhos da Esfinge
Ilumina minha escuridão
para que eu possa caminhar para dentro de mim
e sempre reconhecer -Te
em todos os seres
eu habitante de Tua argila acesa
Meu guardião
Aquece-me que o mundo
informe e vazio
está longe de ti...
misteriosa lã de argila/
guarda-me nos flocos de algodão de tuas mãos
eu e minhas feridas
que as flores da carne /
tem pétalas de areia..
O amor é um verbo de renascenças
soprado debaixo da pedra
levita os sonhos dela
e todo rebanho da janela cega
se Ilumina
Mas, amarga o sabor do rebanho e do pé do verbo
quando ficou sem sol sem quarar o poema
e os olhos se encardiram...
...pousa na tua lapela a gota de tinta
toca-a com teus dedos mágicos
como reges teus músicos...(para cantar com a cítara )
Tenho dúvidas das sentenças poéticas, do poeta como fingidor,
sofro dessa descrença da fé nessas simbioses poéticas...
Poesia sem ética, sem o sopro da verdade da alma experienciada,
uma construção caiada...
Venho de caminhar léguas e léguas
e guardar na constância da poeira
as areias brancas do meu pão
Venho de recobrar da espuma do tempo
meus olhos de nuvens
de me perguntar sempre
por que estes séculos em mim
conduzem-me sempre para o mais
recondito
e as noites são como uma látega
mancha das tuas cores
que me tinge a boca da alma
na habitação da carne
sob o sabor desses véus
da vida e da morte que me caminham
e que tenho sempre os pés descalçados
nesta morada invisível do meu sentir
Venho e sempre vago como sou
caminhante por dentro
translúcidos ossos
ao vento
....abruptamente flor................................................................................................................................................................
- serão abruptas as flores?
as flores são cadáveres disse o poeta...
jardineiros cegos plantam
uma grande pedra de um tempo sem alma
rolam os narcisos