Liberdade que Escraviza
Fazer algo para ser admirado pelos outros te torna um escravo, mas fazer o que queres somente pelo desejo de fazer te torna livre.
Os homens servem a deuses quem deveriam ser seus escravos. Estado ou mercado devem servir e não assenhorear a sociedade.
Mentalidade revolucionária é fábrica de escravos, a mentalidade contra-revolucionária é fábrica de homens livres.
Infelizmente no mundo atual dos homens não existe uma só cultura do planeta que seja livre, conquiste e mantenha a paz pelo amor, pela pacificação e pelo desarmamento. Quando assim o faz, torna se uma cultura frágil, cativa e dependente. A paz só é possível hoje entre a cultura dos homens, pelo forte poder da guerra, pela liberdade e autonomia econômica e a soberania hegemônica nuclear e atômica.
Uma sociedade contemporânea solta mas não livre e muito doente entre becos e vielas da persistência esquisita sem visão do depois.Tantas falas, muitos ficares, achares diversos sem direção, palpites infelizes e uma crescente devastadora interna solidão, sentimento de vazio e depressão. A vida por nada ou por tão pouco em todos os lugares que vagueia por indecisão. A contra-mão da emoção.
Aquele que vive na ignorância é feliz, porém um escravo. Aquele que desenvolve o conhecimento e trabalha para sair da ignorância é infeliz, porém um ser livre.
Quando os filhos da escrava, Hagar, deixarem de existir como o monte Sinai na Arábia, pode ser que, pelo arrependimento, se tornem os descendentes da mãe livre, Sara, para alcançarem a sua eternidade em Cristo, a nova Jerusalém lá de cima.
Eu sou livre e de bons costumes. Me sinto confortável para mudar de opinião, posição e interpretação a qualquer momento, sempre. Nenhuma falsa verdade me prende.
" Cite ao menos um país na face da terra que há comunismo com progresso, sem que tenha qualquer tipo de capital investido, escravidão e tenha livre expressão. Apenas UM."
Se você é um ser que ainda depende das normas estabelecidas pela sociedade. Sinto muito: mas, você é um escravo. Um ser livre é aquele que traz em si as próprias regras de conduta para conviver em sociedade.
O dia 14 de maio
Acordei, no dia 14 de maio, esperançoso de auroras resplandecentes. Liberto, sim, mas ainda preso. Meu nome, outrora oculto nas sombras da escravidão, ansiava por um reconhecimento que jamais parecia chegar. Caminhei pelas ruas, indiferentes à minha nova condição de homem livre. A liberdade, dizem, é a mais preciosa das conquistas; todavia, ela se apresentava como uma dama esquiva, vestida de promessas que não se cumpriam.
Eu, que trazia a senzala na alma, vi-me entre o cortiço e a favela. Estes novos lares eram apenas novas formas de cativeiro, onde as correntes invisíveis da miséria continuavam a me atar à dura realidade. Subi as encostas na esperança de um dia descer, mas a promessa de descida era tão ilusória quanto a liberdade conquistada na véspera. Sem nome, sem identidade, sem retrato, eu era um espectro vivo; do lema da bandeira, conheci apenas as vielas do progresso.
No dia 14 de maio, ninguém me deu bola. Tornei-me mestre na arte da sobrevivência, fazendo do trabalho árduo meu sustento em um campo onde o futuro se mostrava tão incerto quanto o destino dos muitos que, como eu, foram libertos na letra, mas não na vida. A escola, um sonho distante, fechava suas portas, negando-me a instrução necessária para ascender aos degraus da dignidade.
Minha alma, contudo, resistia. Meu corpo, acostumado à luta, sabia que o bom, o justo, também deveriam ser meus. A certeza de minha própria existência, de minha identidade, tornou-se a âncora que me impedia de sucumbir às tempestades da indiferença. Mudanças só nos anos; sinto que ainda vivo no dia seguinte à abolição.
"E vós, nuvens, adeus! Dantes, assustava-me com as vossas audácias impetuosas mas agora sei que é o vento que vos conduz e que ele próprio é conduzido por qualquer outra coisa, e que o Destino reia sobre todas as coisas, e decerto também ele é escravo de alguém, talvez da Morte que me quer levar... E possivelmente também a própria Morte não é livre"