Liberdade e Felicidade
Foi difícil dormir ao seu lado pela última vez, poemas perambulavam pela minha cabeça, como borboletas que acabaram de sair de um casulo, e desesperadas sobrevoam, o que elas chamariam, de o mais lindo jardim. Palavras de amor, gratidão, paz e sofrimento, misturadas, como um café sem açucar, bom mas amargo para engolir. E foi pensando em tudo, que cheguei à conclusão nenhuma, não entendendo direito se esta liberdade que queremos nos afasta, nos liberta ou nos une. Frases como sonhos não conclusos se desfazem, como nuvens que não fazem chuva, me fez chorar ao teu lado, e sem você perceber, fui embora....indo assim, devagar, dia a dia, deixando um pedaço de mim, e levando um tanto de você. O problema não é quanto deixo, o problema é quanto levo que me sobrecarrega, me pesa, e me faz cansar.
Levo um tanto que nem queria....
As nossas vidas estão em constantes mudanças, e no começo dói, ou assusta mesmo, mas aqueles que rapidamente se adaptam, ganham de brinde experiência e um novo ponto de partida... o importante é manter a integridade e estar de bem consigo mesmo, desta forma a liberdade se torna um estado de paz interior e não um fardo.
Sinto muito, mas não posso ficar sem sentir
Sinto muito se não sei sentir de outro jeito
Sinto muito se isso for um defeito
Sinto muito este meu jeito esquisito e imperfeito
Sinto tanto que gosto de sentir, e isso é grande demais para guardar apenas dentro de mim
Sinto tanto que me dá vontade de soltar, ser livre para ficar, ser solto para ir
Neste sentimento que encontro o meu eu
Sinto liberdade para ser quem sou
Sinto solto para ser de quem é meu.
Leve apenas o que você pode carregar, não se culpe pelos "nãos" que vai precisar dar.
Proteja sua paz, ouse se amar mais.
Em todos os caminhos que tomo,
Sinto a verdade simples e serena:
Todos levam ao mesmo fim.
O fim é a única certeza,
O ponto final de cada passo.
Não há mistério, nem há desespero.
A vida é uma senda sem pressa, mas com destino certo.
Perco-me em cada curva,
E ao perder-me, encontro a paz.
É no perder-se que se vive,
Na aceitação do inevitável,
Na simplicidade de cada instante.
O campo não se preocupa com a estrada,
A flor desabrocha sem pensar no fim.
Vivamos então, como a natureza,
Sem medo, sem pressa,
Perdendo-nos na beleza de cada dia.
Pois é no perder-se que se encontra
A verdadeira liberdade do ser.
DESAPERTO
Não sabe como dizer ou explicar
Quais são os equilíbrios das importâncias
Um misto de pertencer e libertar
Que afrouxa o aperto que contém a distância
Desejo incontido só o bem invocar
E manter a paz em qualquer circunstância.
Dia D
Nas praias de silêncio e sangue,
onde o vento ainda sopra a memória
dos que partiram sem regresso,
a areia guarda os passos de heróis
anónimos, mas eternos.
No murmúrio das ondas,
ouvimos o eco dos seus nomes,
gravados no tempo como pedras
firmes, inabaláveis no oceano
da nossa gratidão.
Cruzaram o mar, carregados de medo e coragem,
para libertar um continente acorrentado,
para rasgar as sombras com o lume da esperança,
para que a liberdade pudesse florir
nos campos devastados pela tirania.
Homens simples, de fardas gastas,
deixaram seus sonhos na terra natal,
e no último alento, sussurraram a promessa
de um amanhã que nós, os vivos, herdamos.
A Europa é livre porque eles tombaram,
e o nosso dever, agora, é lembrar
o sacrifício último que nos deu asas,
que nos devolveu a luz e a paz.
Jamais serão esquecidos,
porque a memória deles é o farol
que nos guia em noites de incerteza,
e o seu legado, a liberdade,
é o sol que nasce em cada manhã.
Nas praias de silêncio e sangue,
reverenciamos os heróis do dia D,
gratos pelo sacrifício imenso,
prometendo, em cada suspiro de liberdade,
que jamais os deixaremos cair
no esquecimento.