Descubra o misterioso mundo das lendas do folclore brasileiro menos conhecidas que habitam os recantos mais obscuros da nossa cultura popular.
Embarque em uma jornada encantadora pela oralidade brasileira e desvende segredos surpreendentes, desde a enigmática Matinta Pereira até o fantástico Barba Ruiva.
Lenda do Tutu
Associado à figura do Bicho-papão, o Tutu é uma criatura monstruosa que pode assumir várias aparências. Assim como a Cuca, a lenda está presente nas canções de ninar e é usada para educar as crianças, integrando a herança cultural portuguesa que chegou ao país durante o período colonial.
Conhecido pela sua força e brutalidade, muitas vezes o personagem é representado como um porco-do-mato selvagem e ameaçador. A figura também foi influenciada por elementos africanos: por exemplo, o nome “Tutu” teria sido inspirado num termo do quimbundo, “quitutu”, sinônimo de “ogro” ou “monstro”.
Lenda da Cobra-grande
Também conhecida como Boiuna e Cobra Nonato, entre outros nomes, a personagem é muito popular sobretudo nas regiões do norte e nordeste brasileiros. Trata-se de uma cobra gigantesca que habita nas águas profundas do Amazonas e assusta todo mundo que a vê.
A lenda indígena teria nascido na região da Amazônia, mas foi sendo transmitida para outras localidades e se transformando ao longo do tempo. Para alguns povos, ela era apontada como a criadora dos rios, já que o seu corpo teria gerado os percursos na terra por onde as águas corriam.
Lenda da Matinta Pereira
A Matinta Pereira é uma figura lendária do folclore brasileiro, especialmente presente na região amazônica. Ela é descrita como uma velha senhora que tem a capacidade de se transformar em um pássaro de penas negras. Seu nome é uma combinação das palavras "matinta", que se refere ao pássaro "matintaperera" conhecido por seus sons estranhos, e "pereira", que significa mulher idosa.
A lenda da Matinta Pereira conta que ela assombra as noites e florestas, emitindo sons misteriosos e assustadores. De acordo com a tradição oral, ela possui conhecimentos de magia e ocultismo, além de poderes sobrenaturais. Acredita-se também que a Matinta Pereira possa se comunicar com os mortos e com outras criaturas do além.
Lenda da Mãe-de-Ouro
A lenda da Mãe-de-Ouro é uma história do folclore brasileiro que tem suas raízes em várias regiões do país, especialmente na região amazônica e na região nordeste. Essa lenda envolve uma entidade misteriosa e encantadora que pode assumir a forma de uma brilhante bola de fogo.
A Mãe-de-Ouro é descrita como uma mulher de beleza extraordinária, com longos cabelos dourados que brilham intensamente, olhos luminosos e pele reluzente como o ouro. Ela está associada com a proteção de ouro e de outros tesouros escondidos. Sua principal função, de acordo com a tradição oral, é despistar homens que desejam extrair ouro de algumas regiões florestais.
Lenda da Vitória-régia
A antiga história tupi-guarani da Vitória-régia nasceu no norte do país e, assim como outras lendas do mesmo imaginário, pretende explicar a origem de um elemento natural. Neste caso, se refere às plantas com o mesmo nome que são comuns na Amazônia.
No enredo, uma moça indígena, Naiá, está apaixonada pela Lua, chamada de Jaci. Nas crenças do seu povo, as mulheres que Jaci amava eram levadas para o céu e viravam estrelas.
Um dia, quando se debruçou nas águas para beijar o reflexo da Lua, ela caiu e morreu afogada. Jaci, triste com a notícia, transformou-a na bela planta aquática, para que o seu espírito se eternizasse naquele lugar.
Lenda da Pisadeira
A lenda brasileira que nasceu entre a tradição popular está presente sobretudo no interior de Minas Gerais e São Paulo. A Pisadeira é uma figura assustadora e esguia, com dedos finos e unhas afiadas que passeia pelos telhados e observa os humanos.
Quando alguém come muito durante o jantar, ela invade o seu quarto e pisa no seu estômago, provocando sensações perturbadoras como falta de ar e paralisia momentânea.
Segundo os relatos, quando acordam, as suas vítimas devem esfregar os pés um no outro três vezes, para evitar que ela regresse para atormentá-las.
Lenda do Corpo-seco
O mito que veio da Península Ibérica para o Brasil também é chamado de Unhudo e fala sobre um cadáver que ficou abandonado na Terra, após cometer um grave pecado. Em algumas versões, ele teria assassinado a mãe e em outros seria um homem extremamente cruel.
Conhecido por assombrar os humanos e assustá-los, anda vagueando pelo nosso mundo, já que o seu espírito não pode subir aos céus. Segundos os relatos, ele tem uma aparência ressecada, com unhas e cabelos longos que continuam crescendo depois da sua morte.
Lenda do Acutipupu
Acutipupu seria uma criatura simultaneamente homem e mulher em uma pouco conhecida lenda do folclore brasileiro. Na forma feminina, ela dava à luz filhas extremamente belas, enquanto que na forma masculina, fecundava mulheres que davam à luz meninos fortes e valentes.
De acordo com a tradição oral, Acutipupu teve uma filha chamada Erem com Uaiú, um índio com poder na região. Uaiú desejava ter relações com sua própria filha, mas Erem fugiu e encontrou abrigo na tribo liderada por Cancelri. Ela se casou com Cancelri, mas Uaiú não desistiu e declarou guerra à tribo. Infelizmente, todos os membros da tribo de Cancelri foram mortos na batalha, e Acutipupu perdeu sua filha.
Lenda do Barba Ruiva
De acordo com algumas lendas do folclore brasileiro, o Barba Ruiva seria um homem enigmático que residia na lagoa de Parnaguá, localizada no estado do Piauí. Ele tem a habilidade de se transformar em diferentes idades ao longo do dia, podendo assumir a forma de um menino, jovem ou idoso.
Abandonado por sua mãe ao nascer, o homem procura se aproximar das jovens na esperança de que uma delas possa quebrar o feitiço que o aflige. De acordo com a tradição oral, o Barba Ruiva foi acolhido pela personagem Iara, outra figura importante do folclore brasileiro.
Lenda do Quibungo
Diz a lenda que o Quibungo é uma figura assustadora, semelhante ao Bicho-Papão, que veio da África e acabou se estabelecendo na Bahia, tornando-se parte do folclore local.
Ele seria uma outra versão do Tutu e da Cuca, e sua principal função era assustar as crianças rebeldes e teimosas para que elas fossem disciplinadas e fossem dormir cedo.
Lenda da Caipora
Semelhante ao Curupira, a figura do imaginário tupi-guarani habita as florestas e protege os animais dos caçadores. Dependendo da versão e da região, a personagem pode ser representada como sendo um homem ou uma mulher.
De estatura baixa, cabelos vermelhos e com grande agilidade, Caipora cavalga um porco-do-mato e emite gritos para afugentar os seres humanos da região.
Lenda do Mapinguari
A criatura lendária Mapinguari, que habita a floresta amazônica, tem sido descrita, através dos relatos, como um enorme monstro coberto de pelos vermelhos. Com apenas um olho, ele tem garras e dentes afiados e caminha pela região devorando tudo o que aparece.
Também chamado de Isnashi, o personagem do folclore brasileiro teria sido um bravo guerreiro que assumiu aquela forma para permanecer entre a natureza, depois da sua morte.
Algumas teorias apontam que a figura poderá ter sido inspirada na preguiça-gigante, um animal pré-histórico.
Lenda da Macaxeira
Também conhecida como lenda da Mandioca, a história de natureza indígena vem explicar a origem da raiz tão usada na alimentação daqueles povos. Havia, entre o povo tupi, uma menina chamada Mani que era muito amada por todos.
Um dia, ela ficou muito doente e seus pais fizeram tudo o que podiam para curá-la. Mesmo assim, nada funcionou e Mani acabou falecendo e sendo enterrada na oca onde morava.
Pouco tempo depois, uma planta desconhecida nasceu no local, a Macaxeira ou Mandioca, e suas raízes passaram a alimentar a população.
Lenda do Capelobo
Semelhante à história do Lobisomem, esta é uma lenda indígena que surgiu no norte do país. O Capelobo é um monstro que combina características humanas e animalescas, podendo ter elementos de tamanduá, anta, cachorro, entre outros animais.
Bastante popular nas regiões do Pará, Maranhão e Amazonas, a criatura vive nas matas e, durante a noite, passeia perto das casas em busca de alimentos. Embora costume comer bichos domésticos, também pode matar os caçadores da área e beber seu sangue.
Segundo os relatos, ele emite gritos que podem ser ouvidos durante as madrugadas e a única forma de derrotá-lo é atingi-lo com um tiro no umbigo.
Lenda do Papa-figo
Também chamado de Homem do Saco, o personagem do folclore brasileiro Papa-figo é conhecido sobretudo nos meios rurais. Por vezes, a criatura é descrita como um homem de aparência comum, mas em outras versões tem dentes de vampiro e garras pontiagudas.
Segundo a história popular, ele sofria de uma doença rara e, para se curar, bebia o sangue e comia fígados de crianças que sequestrava com o saco que carregava. O intuito da narrativa é ensinar os mais novos sobre os riscos de conversar com desconhecidos.
Lenda da Comadre Fulozinha
Uma variante da lenda da Caipora, a Fulozinha é uma figura do folclore nacional que está mais presente na região do nordeste. Trata-se de uma guardiã da vida natural, descrita como uma mulher indígena de cabelos muito compridos que monta um cavalo.
Conhecida pelo seu assobio, muito temido, ela também prega peças nos humanos, como trançar as crinas dos cavalos ou deixar os portões das fazendas abertos.
Lenda do Boi Vaquim
Na vastidão da região Sul do país, surgiu uma lenda que envolvia os destemidos vaqueiros locais: a lenda do Boi Vaquim. Dizem que esse touro lendário possuía cascos reluzentes como ouro, asas majestosas de pássaro e chifres que soltavam faíscas no breu da noite. Seu poderoso semblante amedrontava os moradores, despertando um misto intrigante de fascínio e temor.
A presença imponente do Boi Vaquim fazia com que os vaqueiros experimentassem uma montaria repleta de adrenalina, temendo se deparar com a fera durante suas cavalgadas. No entanto, para outros corajosos, a visão do mítico touro era vista como uma oportunidade única de alcançar fama e glória. Sonhavam em laçar e domar o Boi Vaquim, desafiando sua selvageria e conquistando um lugar de destaque nas narrativas da região.
Lenda da Alamoa
A Alamoa é uma sedutora criatura feminina que assombra as praias de Fernando de Noronha, atraindo marinheiros e pescadores desprevenidos. Diz a lenda que ela é uma mulher deslumbrante, de pele branca, cabelos loiros e estatura alta, que reside no Pico, um morro com o mesmo nome. Nas noites escuras, ela emerge completamente nua para seduzir os homens que cruzam seu caminho.
Ao avistá-la, os desavisados são enfeitiçados por seus encantos e a seguem hipnotizados até o topo do Pico, que possui 323 metros de altura. No entanto, ao chegar lá, a Alamoa se transforma em uma caveira macabra, aprisionando ou até mesmo jogando os infelizes do penhasco.
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