Lençol
Lembra-me, Mãe querida, a glória que me deste,
A alegria do lar no lençol de cravinas,
A mesa, o livro, o pão e as canções cristalinas,
As preces de ninar, no humilde berço agreste.
Ao perder-te, no mundo, o carinho celeste,
Vendo-te as mãos em cruz, quais flores pequeninas,
Fui chorar-te, debalde, ao pé das casuarinas,
Buscando-te a presença entre a lousa e o cipreste!...
Entretanto, do Além,caminhavas comigo,
Vinhas, a cada passo, anjo piedoso e amigo,
Guardar-me o coração na fé radiante e calma.
E, quando a morte veio expor-se à noite escura,
Solucei de alegria, em preces de ternura,
Em te revendo a luz, conduzindo minha’alma!...
Ela perguntou onde dorme o amor: lençol, cobertor que aquece o colchão.
Mas faltou dizer que, se preciso for, o amor deita no chão.
Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.
Já falei de você...
Já falei de você pro meu lençol, minha cama e cobertor.
Falei do seu corpo, teu sorriso e do seu cabelo.
Falei de sua boca, sua força e do seu cheiro.
Falei do quanto eu me sinto bobo perto de você.
Uma criança excitada pela pela primeira vez na vida.
Eles já sabem, te tanto eu contar
quantas loucuras eu faria com você.
Então eles me perguntam:
O que ela tem que te fascina tanto?
E eu não sei responder...
Quero você. Quero eu. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro.
Pra você: um colchão de paz, um travesseiro de alegria, um lençol de felicidades e um cobertor de bênção... Pronto, já arrumei sua cama, dorme com Deus.
Acordei com a boca seca, lençol molhado, e uma lembrança louca de um sonho entre nós dois...
Incrível como a mente transforma sinapses em realidade, e o prazer em suor de um desejo sussurrado pela paixão.
Quero lençol bagunçado, café na cama, cortinas bem abertas. Quero abraço apertado, mordida na bochecha, beijo demorado. Quero banco do passageiro ocupado, cinemas às quatro, tempo para nós dois. Quero seu riso estampado, seu cheiro espalhado, nossa música na rádio. Quero pintar nossa casa da mesma cor do nosso laço, colar você no meu abraço, fazer amor. Quero sussurrar no teu ouvido, ouvir seu pior ruido, que você seja meu livro mais lido. Quero, acima disso tudo, você numa sexta feira a tarde sem preocupações, nós a sós, dividindo nossas vidas em uma só.”
Eu só queria você aqui
Na mesma cama
Debaixo do mesmo lençol
Esperando a chuva passar
E eu submergindo na imensidão do teu olhar
Teu cheiro amadeirado nas minhas roupas, teus fios de cabelos no meu lençol, teu sorriso estampado no sol, tuas unhas cor de carmim combinando com o tapete da sala. Tuas lembranças me incomodam e mesmo que eu quisesse mudar, seria em vão. De fato, ainda há muito de ti em mim.
Menina Moça.
A cama está coberta com um lençol marfim, pequenos desvios do tecido declinam para o chão. Toda a casa parece cinza como as nuvens que estão no céu, exceto os olhos da menina, castanhos.
A árvore lá fora inveja a cor da sua íris, mas sabe-se nos últimos dias, a árvore tem exibido mais vida que seus olhos.
A menina se aquieta junto ao urso de pelúcia que ganhara do homem da sua vida. Mas existe um outro homem atualmente a entristecendo.
Suas unhas estão pintadas de azul, semelhante com a cor do céu de ontem. E a menina se recorda do ontem, com toda a dor de hoje.
A felicidade era de ouro, mas o ouro foi roubado dela. Agora a menina usa adornos na cor prata, pois sente-se de segunda mão, segundo plano, segunda vida, última escolha.
Deixe pra trás
A tristeza
que tirou o sono
O lençol molhado
de lágrima
Causado
pela mágoa
Deixe pra trás
A dor
que não te pertence
A mentira
que inventaram
Enganaram
Deixe pra trás
A paixão
que não merecia
ser amor
A decepção
Do amigo
que traiu
Deixe pra trás
Tudo que feriu
Deixe pra trás
O ontem
O passado
mal resolvido
Encare
O hoje
com um belo sorriso
No futuro
Terá orgulho
de tudo que foi vivido
E só assim
a vida terá um novo
sentido
GUERRAS DE LENÇOL ( By Jeff Cruz )
Cuidado comigo porque carrego uma adaga na cintura
Aqui pendurada posso arrastá-la em defesa ou ataque a qualquer hora
Cuidado! Estou armado a favor de guerras…
Minha luta é intensa, deixa tudo desorganizado, por isso, deixo-te sob aviso
Quero que o mundo faça “boom” com meus suspiros em tenor
Se estou fazendo terror? Antes sentir medo do que dor
Não me desafie se não pode comigo lutar.
Posso lançar chamas quentes como larvas de um vulcão, tudo através de um simples olhar
Amanhã, na certa, irá jorrar e chover suor no campo de batalha
Estou bem próximo, com meu tanquinho invocado e você na minha mira
Amanhã, ninguém se assuste, se a terra trêmula ficar
Porque sou eu na cama dirigindo meu caminhão de guerra
Brincando que o lençol é estrada e tua pele é meu chão.
Vou cercar teus territórios com meus toques táticos
Te imobilizar e fazer tua língua ferver no meu caldeirão
Eu disse “cuidado”, mas você quis se arriscar.
Agora ateou fogo e vai aos poucos apagar
Vou lhe partir em meridianos ou quem sabe fazer de você uma sopa
Se quiser faço como nos filmes de policia, ponho uma touca assustadora
E te arrasto para os mediterrâneos ou subterrâneos onde intenso é o calor
Eu disse “Cuidado” mas você fingiu não ouvir, agora virou mesmo amor!
Gosto de amaciante no lençol trocado, de dançar de rostinho colado, de relógio analógico, de desenho animado sábado de manhã. Gosto de shampoo e condicionador da mesma linha, de ciuminho de amor, de celular desligado, de calça jeans com corte reto, de maquiagem para ir só ali, ó. Gosto de efeito sépia, de travesseiro macio, de elevador que chega rápido, de esmalte colorido, de coisas da geladeira da avó. Gosto de café passado agorinha mesmo, de colo de mãe, de cheiro de depois de chuva. Gosto de quadro na parede, de foto de família e rabisco de criança. Gosto de lustre de cristal, de pezinho de neném, de boneca antiga, de toalha grande, de andar de mãos dadas, de missa durante a semana. Gosto de abraço duradouro, de quarenta dias no cartão, de táxi em dois minutos, de noiva que enxuga lágrima com o lenço do pai, de perder dois quilos, de seriado na madrugada. Gosto de feijão fresco, de massagem profissional, de bebida gelada e comida quente. Gosto do número vinte e dois, de português bem escrito, de caneta que não solta tinta, de bola de soprar, de telefonema de parabéns. Gosto de batom bom, de convite de formatura, de apresentação de fim de ano, de vestido novo. Gosto de quem dirige sem pressa, de livro com dedicatória, de torneira que não respinga, de xícara grande. Gosto de abajur ligado, de elegância em sapato masculino, de beijo de boa noite. Gosto de fivela de peão, de jogo de tabuleiro, de cheiro da casa da gente. Gosto de lembrança de brincar de pique, de viagem no mês de julho, de trabalho reconhecido, da sensação de depois da prova. Gosto de sorriso sincero, de vinho com amigos, de uma piscadela cúmplice.
Gosto de gente que gosta da vida.
Uma casa para morar,um doce lar para eu viver
Um lençol para eu me embrulhar, teu sangue para me aquecer
Teu coração para me bombear, tua mente para me entender.
Sem maquiagem, com marcas de lençol e travesseiro, completamente
não produzida, rosto inchado. Recém amanhecida.
Era assim que ele a amava.
Saber aquele cobertor velho, aquela manta de criança, aquele lençol amarelo do tempo, que gostamos tanto de estar dentro deles, chega uma hora que é preciso abandonar o querido velho cobertor e trocar por lençóis novos.