Lembranças do Passado
"As crenças no destino, tem origem nas memórias do passado. Outrora, essas memórias, foram o nosso destino!"
Diante de algumas memórias, ficamos sabendo pra que serve o passado: pra aprender com ele, guardar as experiências que nos fizeram melhores no presente e acumular as sabedorias que nos farão ainda melhores no futuro.
"Sempre devemos esquecer o passado, lembrando das memórias que fizeram nosso presente valer a pena."
Todos os dias as memórias nascem,
rumo ao futuro e nos ombros do passado
é primordial aprender e crescer
em cada impulso que se veste.
MEMÓRIAS DE UM NATAL PASSADO
Quando era criança, na noite de Natal, eu e o meu irmão partia-mos nozes e avelãs no chão de cimento da cozinha, à luz do candeeiro, enquanto a minha mãe se ocupava das coisas que as mães fazem.
Depois, quando o meu pai chegava, jantava-mos como sempre e seguia-se, propriamente, a cerimónia de Natal. Naquela noite o meu pai trazia um bolo-rei e uma garrafa de vinho do Porto.
Sentados à mesa, abria-se a garrafa de vinho do porto e partia-se o bolo em fatias. O meu irmão e eu disputava-mos o brinde do bolo-rei comendo o mais rápido possível na expectativa de nos calhar em sorte não a fava, mas sim o almejado brinde!
Eu não gostava daquele bolo, mas naquele tempo a gente “não sabia o que era gostar”, como dizia a minha mãe quando nos punha o prato á frente. Assim acostumada, engolia rapidamente as fatias para não sentir o sabor e ser a primeira a encontrar o brinde.
O meu pai, deleitava-se com o copito de vinho do Porto e observava calado as nossas criancices.
Depois, vencedor e derrotado continuavam felizes, na expectativa da verdadeira magia do Natal. Púnhamos o nosso sapato na chaminé, (eu punha a bota de borracha, que era maior), para que, á meia-noite o menino Jesus pusesse a prenda.
Íamos para a cama excitados, mas queríamos dormir para o tempo passar depressa e ser logo de manhã. Mal o sol nascia, corria-mos direitos ao sapatinho para ver o que o menino Jesus tinha la deixado.
Lembro-me de chegar junto á chaminé e encontrar o maior chocolate que alguma vez tivera visto ou ousara imaginar existir. O meu irmão, quatro anos mais velho, explicou-me que era de Espanha, que era uma terra muito longe onde havia dessas coisas que não havia cá.
O mano é que sabia tudo e, por isso, satisfeita com a resposta e ainda mais com o presente, levei o dia todo para conseguir comê-lo a saborear cada pedacinho devagar!
Depois, não me lembro quando, o meu irmão contou-me que não era o menino Jesus que punha a prenda no sapatinho, mas sim o nosso pai. Eu não acreditei e fui perguntar-lhe.
O meu pai, que gostava ainda mais daquilo do que nos, respondeu de imediato que não, que era mentira do meu irmão, que ele sabia lá, pois se estava a dormir…
Com a pulga atras da orelha, no Natal seguinte decidi ficar de vigília, para ver se apanhava o meu pai em flagrante, ou via o Menino. Mas os olhos pesavam e, contra minha vontade e sem dar por isso, adormecia sempre e nunca chegava a apurar a verdade.
Na idade dos porquês, havia outro mistério á volta da prenda de natal. É que eu ouvia dizer aos miúdos la da rua, que eram todos os que eu conhecia no mundo, que lhes mandavam escrever uma carta ao menino Jesus a pedir o que queriam receber. Maravilhada com tal perspetiva, apressei-me a aprender a ler e a escrever com a D. Adelina, que era uma senhora que tomava conta da gente quando a nossa mãe tinha que ir trabalhar e que tinha a 4ª classe, por isso era muito respeitada sobre os assuntos da escrita e das contas.
Antes de entrar para a escola primária já sabia ler e escrever mas isso não era suficiente.
Faltava ainda arranjar maneira de fazer chegar a carta ao seu destino. Para mim, aquilo não resultou: da lista de brinquedos que eu conhecia, não estava nenhum no meu sapato.
Questionada, a minha mãe, que tinha ficado encarregue de dar a carta ao Sr. Carteiro, disse-me que o menino Jesus só dava prendas boas aos meninos que se portavam bem. Mas eu já era uma menina crescida, já tinha entrado para a escola primária (em 1974) e sabia que os que recebiam brinquedos eram diferentes de mim noutras coisas também.
E foi então que, depois de ler a carta dos Direitos da Criança que estava afixada na porta da sala de aula, soube de tudo. Senti-me triste, zangada e confusa: Porque é que escreviam coisas certas e as deixavam ser erradas? Eles eram grandes, podiam fazer tudo! Se estava escrito ali na porta da escola era porque era verdade e importante, igual para todas as crianças como dizia na Carta. Que tínhamos direito a um pai e uma mãe lembro-me. A partir dali todas as coisas que a que a criança tinha direito, eu não tinha, e isso eram por culpa de alguém. Experimentei pela primeira vez um sentimento que hoje sei chamar-se injustiça.
Tranquilizei-me com o pensamento de que um dia viria alguém importante e faria com que tudo aquilo se cumprisse. E eu aí esperar. Era criança, tinha muito tempo: nascera a minha consciência cívica.
Compreendi que os adultos diziam as coisas que deviam ser, mas não eram como eles diziam. Nesta compreensão confusa do mundo escrevi nesse primeiro ano na escola a minha carta ao menino Jesus e deixei-a eu mesma no sapatinho. Era um bilhete maior que o sapato e dizia assim:
“Menino Jesus
Obrigada pela prenda.
Vou pensar em ti todas as noites mesmo depois do natal passar e espero por ti no natal que vem. Gosto muito de ti.
Adeus.”
E rezei a Deus que, houvesse ou não menino Jesus para por a prenda no sapatinho, me trouxesse todas as noites o meu pai para casa.
Nisa
Setúbal, 29 de Novembro de 2012
Passado é uma referência de tempo, existem acontecimentos que deixam memórias eternizadas em nossos corações, e isso, faz parte do presente!
Estava lembrando umas das poucas memorias do passado relacionado a minha infância, juventude, adolescência e maioridade. Buscando, relembrar alguns fatos que em dota a pessoa em que poderia ter em muitas faces da vida a refletir porque sim ou não em que poderia acontecer em fatos racionais de poder em atuar e falar e agir o correto ou não da certeza em estar certo em na nossa conduta do politicamente correto. Mas alem do fato existe muitas discrepâncias em que eu ou nos poderíamos ter o desejo de voltar a trás para refazer esse mesmo passado ou ter buscado uma outra estrada de vida. Lembra que você em que sempre existe na consciência que você poderia ter feito tudo diferente, mas não quer ser arrepender do que fez. Nossa historia somos a unica pessoa arquiteto do nosso destino em que sabemos o que ela realmente vale. Todos podem ate criticar, mas não tem autoridade sobre as nossas escolhas. Por isso a palavra Empirismo tem muito significado em minha vida. A minha vida foi feita por conhecimento e experiencia. O sapato que eu uso e meu numero e não o seu, e tenho absoluta certeza em que ele não entra em seu pê .
É importante deixar o passado no passado, porque ele só existe nas memórias, e o futuro só existe na imaginação.
São memorias do passado,são memorias ficadas ao acaso empoeiradas pelas intrigas da vida.E por um túnel escuro tateio o meu caminho um ilusionista e cria ilusões só pra si e agora se vê perdido em suas fantasias que no entanto é melhor que esse mundo tão frio um esboço de realidade matematicamente idealizado ausente de criatividade a beira da desumanidade,aqui procuro uma fuga escrevo meus fascículos ignorando esses clones ridículos.
O segredo é focar o presente
É isso que sustenta a nossa gente,
Do passado restam as boas memórias
No futuro só aceito grandes glórias.
PASSADO PRESENTE
Agora as minhas horas evocam o silêncio
De amar tanto nas memórias do passado
Erva de coentros, semente de mostarda
A minha alma guarda as lágrimas que secaram
Nas varas da canela ou no cravo da índia
O meu coração, já não está ou sente-se magoado
No sabor entre o alho, gengibre ou malagueta
São agora apenas lembranças levadas pela água
Que corre nas margens das raízes dos choupos
Folhas velhas da vida amareladas pela chuva
Soltas pelo vento, da erva-doce e da canela
São folhas de louro à deriva, no bacalhau no forno
Levadas ao sabor da ventania. arrastadas na noz mostarda
Esquecidas, lembradas no paladar do tempo
Manjericão num navio naufragado, talvez já sem glória
Raminho de alecrim para alegrar os nossos momentos
Como gosto do queijo de cabra, é forte como os teus braços
Evoco o silêncio de amar-te tanto nas memórias do presente.
Desnudo-me do que é passado,
Pesado...
Levo o necessário:
Memórias, vontade e sentimentos.
Solto as amarras
E vou ao teu encontro
Quando amanheces no horizonte...
Novos ventos, outros ares
Beijam-me a face.
Recebo-te vida,
Com um terno e longo abraço
E sigo...
Renascida em esperanças
Pés firmes no caminho
Que traças em minha jornada!
A essência da vida resume-se ao presente, o passado são meras memórias, o futuro apenas prospetiva...
Apenas siga em frente, com o passado são construídas memórias, com o presente experiência, e com o futuro construímos todo o resto da nossa vida. Seja ela boa ou ruim ...
"O passado é como um universo, alguns deixam de existir e ficam apenas nas memórias das pessoas, não adianta tentar reviver certos universos por que eles jamais do mesmo jeito apenas deixe que Deus crie novos universos para você viver"
Orismende Holanda Brandão
são as cicatrizes; são as fotos; são as memorias ;
todas nos levam de volta ao passado
aos bons momento que vivemos