Lembranças do Passado
Permita que seu passado,
Seja só, uma simples e mera lembrança...
Passado, lembrado e resignado,
Absorva o que lhe foi ensinado e tenha autoconfiança...
A saudade é uma tênue linha entre o passado e o presente, onde as lembranças pousam como pássaros e, às vezes, fazem ninho na gente.
Certas lembranças não são um passado morto. São um presente vivo, com forte potencial para transformar-se em futura saudade.
As boas lembranças do Passado que teremos no Futuro dependem da intensidade que colocamos no Presente.
A saudade é um reflexo do passado que se faz presente, acessada através das boas lembranças do que foi usufruído com entusiasmo numa felicidade explícita, o coração grato por cada instante e lembrando, vem aquela sensação de que passou tão rápido, de que nada será como antes.
As vivências exultantes da infância provavelmente são as que mais geram saudades, passam depressa demais numa fase que não se tem a consciência do quanto são valiosas entre banhos de chuva, desenhos animados, brincadeiras de rua e remédios feitos de abraços.
O tempo certamente não fica parado, mas não importa que hoje seja diferente, desde que a essência seja mantida assim como os aprendizados, as amáveis emoções sentidas, os momentos marcados ricamente pela vida, portanto, siga que enquanto houver fôlego, novas saudades serão construídas.
Passado que se faz presente através de uma lembrança agradável, um tesouro amável da mente, momento incomparável sob o sol reluzente, em um lugar ricamente abençoado, desfrutando uma vivência consistente.
EU, EU MESMO (soneto)
Eu, nos cansaços, as saudades
quantas as lembranças estilam
que o passado no exato pilam
assim, cheios de passividades
Afinal, tudo no tempo expilam
eu, eu mesmo nas fatuidades
duvidei, imperfeito, vontades
me levaram, na baixa bailam
Pois tudo é eu, sem metades
eu sou eu, e nada anteviram
e do meu eu, sai as verdades
E eu, que no eu, me inspiram
dele um passado, variedades
que do uno eu, “áses” extraíram
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
SUMIDO NO PASSADO
Embora as saudades dos idos distantes
Nos faz, lembranças pesarem, azoadas
Embora no tempo seja apenas instantes
Eclodem velhas sensações desfolhadas
Embora as prosas sonhem descuidadas
Por sentimentos golpeados e cruciantes
Embora as atenções fiquem derrocadas
Tudo passa, pois, nada será como antes
E no melhor da saudade, bom ter vivido
Indiferentemente do caminhar, dividido
Que seja! A emoção, é sentido apurado
Assim, vejo, o arfante lamento da gente
Fundir-se ao comum... e tão vorazmente
O gemido afiado estar sumido no passado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30 março, 2023, 15'02" – Araguari, MG
O passado volta, sempre volta em nossa cabeça. É importante preservar boas lembranças, o resto não tem porque relembrar. A não ser fazer melhor quando a oportunidade voltar.
FOLHAS SECAS (soneto)
As saudades das lembranças não feitas
Acorrentadas no passado e não dadas
Perdidas, sonhadas e até tão desejadas
Assim, para a indagação, são estreitas
E no como seria, são apenas fachadas
Tal como viscosas felicidades suspeitas
De possível outro rumo, e boas receitas
Na ilusão do tempo, por suas chegadas
O ser humano e suas incríveis emoções
No ter e querer um prumo de intenções
Quando o amor é espera em movimento
Encanta-me a ação da vida, as razões
As utópicas e inúteis e frágeis aflições
Todas, folhas secas, levadas ao vento...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
Quem pode dizer que o inimaginável é o poder de ter por uma eternidade lembranças do passado e antecipar qualquer visão futura, embora só possam ser contempladas e vivenciadas no presente Quântico quando compreendidas pela felicidade mútua.
Sim
Em algum momento
A dor torna-se lembrança,
Transforma lágrimas daquele passado moído
Em sorrisos
Sem perceber
A respiração torna-se macia
Aquela dor
O sofrimento
São brisas
A sensação de calor é restaurada
O sorriso volta a florescer
E o amor,
O amor volta ao seu lar
E assim
Voltamos a colorir a vida
E novamente o sorrir para a mundo
É…
Tempestade de ontem
Calmaria de hoje
Sossego?
Talvez
Mas, com certeza
É a Tranquilidade
Do amanhã