Lembranças
E no seu abraço me fiz mais forte, me fiz heroína com anseios e hoje só resta a lembrança do tanto que senti através dele... Que insiste, persiste em continuar aqui.
- Você pode voltar na cidade em que nasceu;
- Você pode usar algumas roupas de um tempo que passou;
- Você pode até ouvir as marcantes canções daquela época.
Porém, jamais poderá trazer de volta os velhos tempos.
O Tempo que se foi...
MOVER PARA A LIXEIRA
Quando for formatar sua vida pessoal
Não esqueça de fazer backup das lembranças
E lambanças
Só o que foi bom vira saudade.
Talvez, o melhor mesmo, seja arrumar um papel de presente bem bonito, e nele, embrulhar nossas mais lindas lembranças! E guardar em algum canto bem escondido, num daqueles, que a gente não olha nunca! Quem sabe assim, elas param de fazer parte da minha vida, e ficam ali...guardadas, esquecidas, num lindo embrulho de presente/passado?
Você se foi e me deixou, me deixou sem equilíbrio. Levou com você minha vontade de viver, como podes me levar algo tão valioso e me deixar somente lembranças e essa dor que insistir morar em meu peito?
A vida é uma viagem cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, alegrias, desapontamentos, embarques e desembarques. Uma viagem que não tem volta, por isso devemos aproveitar ao máximo essa viagem, deixar e levar boas lembranças por onde passamos, seguir sempre em frente e lutar para que nas próximas paragens encontremos a felicidade. E quando chegar o momento de parar, que seja com dignidade. Lembre-se, “O tempo passa tão depressa que nem tempo temos de parar para pensar
Em como a vida é curta”.
Profª Lourdes Duarte
Uma ferida emocional infeccionada precisa ser tratada a fundo para que desta reste apenas uma cicatriz, que mesmo não se tornando completamente indolor permite
uma recordação que não se torne uma navalha que nos dilacere a alma cada vez que for vivenciada na mente.
Cutucar uma ferida não é fácil, mas necessário para que o sofrimento passado não superado não se torne parte aceitável a nos torturar no presente.
Precisamos ser para nós mesmos o abraço que acolhe, a compreensão que liberta e o amor que cura e fortalece.
Abandonar a si mesmo é uma rejeição da qual não conseguimos sair ilesos.
Não quero novas canções,
Quero apenas que minhas antigas voltem a fazer sentido!
Todas aquelas que tenho perdido,
As que fui deixando com que hoje são desconhecidos.
Noite de chuva aa quanto tempo não sinto sua presença, para isso não preciso pedir licença.
Um frio que trás lembranças das nossa semelhanças, um beijo molhado um abraço apertado e um suspiro dobrado ee aquele desejo de ver você ao meu lado .
- Quando foi que vocês se viram?
- Não sei ao certo, mas quando eu fecho os olhos eu consigo ver cada detalhe dela...
Por que?
Por que, depois de tanto tempo,
Tua lembrança veio me ferir?
Por que, depois de tantos acontecimentos,
Meu pensamento resolveu ir de encontro a ti?
Por que, depois de tantas vivências,
Encontro-me afeita a ideia de rever-te?
Por que, depois de tantos espaços,
A distância de agora não proporciona-me deleite?
Não gosto nem quero voltar,
Porém surgiu a necessidade de saber como te sentisses.
Não gosto nem quero encontrar,
Mas surgiu a urgência de entender como me permitisses:
Viver sem a tua presença,
viver sem a tua memória
Viver sabendo que um dia chegou ao fim tão bela história.
Como andas tu?
Como tu te sentes?
Como te tornasses um ser tão ausente?
Nos perdemos um do outro,
Nos permitimos a distância,
Por que, justo neste momento,
Veio-me ressurgir tal incômoda lembrança?
Qual a utilidade de encontrar-te?
Qual a vantagem de pensar em ti?
Qual a importância de localizar-te?
Qual a indispensabilidade de voltar no tempo assim?
Talvez seja porque descobrindo a ti,
Possa também encontrar-me a mim,
já que há muito esqueci quem sou,
Já que há muito o sonho acabou,
já que tanta vida passou...
Como saber?
Como ter plena certeza?
Como entender se tudo vai valer apena?
Seja lá como for,
Seja em qual tempo aconteça,
Só não quero sentir saudade,
Só não quero perceber que já é tarde,
Só não quero ter que responder:
Por que tu te afastasses?
Por quê?
Casa de vó
Não é possível. Ainda não acredito que me peguei pensando em desistir das coisas. Aos 18 anos. A tecnologia tem me assustado tanto, os valores mudaram de tal forma, que me peguei pensando em desistir. Mas acordei. Esse quadro mudou. Bastou um minuto em silêncio, a sós com Deus, na casa da minha avó para tudo mudar.
O período sombrio passou, mas dele sobraram sequelas. A indiferença é uma delas. Quase nada me assustava, muito menos me encantava. Mas naquele mesmo minuto de silêncio, esse quadro também mudou.
Sei que a minha vida é controlada por Deus, mas as coisas que faço enquanto vivo sou eu quem controla. Então me analisei dos pés, a cabeça. Vi que precisava de um banho para tirar a sujeira que eu não enxergava enquanto vivia na sombra. Vi também que joguei fora algumas coisas que ainda me eram úteis. Mas dos problemas, o menor. Consegui recuperar algumas dessas coisas, outras não, mas já nem importa.
Naquele mesmo minuto, consegui estraçalhar uma muralha que estava entre o meu olhar, e as coisas que realmente são incríveis. Quando ela foi ao chão, consegui observar coisas velhas, de maneira nova e nobre. Perdi as contas de quanto tempo fiquei com os olhos vendados, sem enxergar as preciosidades que me cercavam quando ia à casa da minha avó.
Estou deslumbrado! É como se eu olhasse na janela, e enxergasse coisas que só são possíveis enxergar da janela da frente da casa da minha avó. Daqui de dentro, tudo parece mais puro, como se eu tivesse voltado no tempo onde as pessoas eram cúmplices umas das outras. Voltado à época, onde a felicidade estava nas menores coisas, e a riqueza, nas coisas mais simples. Quando chego aqui e sinto esse cheiro suave de calmaria e tranqüilidade, que se misturam ao das flores, arranco de mim a ansiedade e me permito observar tudo, cada detalhe, cada objeto que guarde em si histórias de uma vida. Engraçado essa sensação de paz, se eu fosse místico, diria que ao redor daqui existe um campo iluminado de proteção e boas vibrações.
Parece que aqui, na parede direita da cozinha, lá no cantinho, ficam penduradas todas as chaves que eu procurei a vida inteira para abrir os cofres onde estão guardadas as respostas dos meus maiores conflitos.
É incrível como o amor pode ser expresso de inúmeras formas. Consigo enxergar o amor até no alimento posto à mesa. Posso ouvir uma música que fala de amor só de olhar "praquele radinho" antigo no aparador da sala de jantar. E as fotos... Ao olhar as fotos, naquela parede de madeira envernizada, me tele-transporto para um lugar absurdamente lindo, que nem sei o nome. Na verdade, fisicamente ele não existe. Existia na minha mente, antes de descobrir o quanto é difícil ser gente grande.
Até fiquei tonto. Quanta coisa em apenas um minuto. Não sei se naquele minuto o tempo congelou, ou se horas se passaram e eu ainda não voltei para o lugar chamado realidade.
A impermanência de certas coisas e a permanência de outras, é um algoz que nos desperta os sentidos e nos transporta pela vida.
Ainda lembro...ainda lembro de muitas coisas, dos sorrisos que eu vi, e dos que eu senti, da sensação de esperar, e ver chegar...era bom, era perfeito, como o sol que se deita sobre o mar ao chegar das 18:00, ou como aquela estrela no céu, aquela lá que brilha mais, ofuscando a atenção das outras, e foi na busca dessa estrela que me descontraí, fui voraz, fui atrás, e quando dei por mim, me perdi. Se eu soubesse que essa estrela, não brilhasse o tanto quanto parecia, talvez eu olhasse para o lado e reparasse nas estrelas mais escondidas, aquelas mais simples, e que eu cego, não reparei que elas estavam um dia olhando pra mim.