Lembrança de Falecimento

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Oração do Doador Desconhecido

Não chamem o meu falecimento de leito da morte, mas de leito da vida.
Deem a minha visão ao homem que jamais viu o raiar do sol, o rosto de uma criança ou o amor nos olhos de uma mulher.
Deem o meu coração a uma pessoa cujo coração apenas experimentou dias infindáveis de dor.
Deem o meu sangue ao jovem que foi retirado dos destroços de seu carro, para que ele possa viver para ver os seus netos brincarem.
Deem os meus rins às pessoas que precisam de uma máquina para viver de semana em semana.
Retirem os meus ossos, cada músculo, cada fibra e nervo do meu corpo e encontrem um meio para fazer uma criança inválida caminhar.
Explorem cada canto do meu cérebro. Retirem as minhas células, se necessário, e deixem-nas crescerem para que, um dia, um menino mudo possa ouvir o gritar em um momento de felicidade ou uma menina surda possa ouvir o barulho da chuva de encontro à sua janela.
Queimem o que restar de mim e espalhem as cinzas ao vento, para que elas ajudem as flores a brotarem.
Se tiverem que enterrar algo, que sejam meus erros, minhas fraquezas e todo o mal que fiz aos meus semelhantes.
Deem os meus pecados ao diabo. Dêem a minha alma a Deus.
Se, por acaso, desejarem lembrar-se de mim, façam isso com ação ou palavra amiga a alguém que precise de vocês.
Se fizerem tudo o que pedi, estarei vivo para sempre.

Será que você é a lembrança doida na vida de alguém?

E subia-nos o choro à lembrança, porque nem aqui, ao sermos felizes, o éramos...

Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade não sei. Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito. E que o seu silêncio me fale cada vez mais.

Noite sem estrelas. Resta-me o brilho da lembrança que deixaram.

Certos pecados existem cujo fascínio estava mais na lembrança do que no ato de fazê-lo

Então, se é digna de si mesma, não teima em espertar a lembrança morta ou expirante; não busca no olhar de hoje a mesma saudação do olhar de ontem, quando eram outros os que encetavam a marcha da vida, de alma alegre e pé veloz.

Machado de Assis
Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Não há coisa que envelheça mais rapidamente que a lembrança de um benefício.

Falecimento, uma triste partida sem data prevista de retorno.

Hoje eu pensei em você com saudades e meu coração se encheu de tristeza e fez as lágrimas transbordarem pelos meus olhos. Mas não há nenhuma novidade nisso, porque eu pensei em você ontem e anteontem e todos os dias desde que você se foi. Sua falta aperta tanto o coração que a saudade escorre pelos olhos. Penso em você em silêncio e às vezes chego a chamar seu nome, mãe. Sua lembrança continua viva dentro de mim, eternizada em meu coração. Ah, mãe, como eu queria que estivesse aqui.

Quando a mãe se vai, uma parte da sua história se perde para sempre. Existem coisas na sua vida que só a sua mãe saberia responder.

A cada ente querido e amigo que se vai, nos tornamos enfraquecidos, não por sermos pessoas fracas, mas por estarmos perdendo a raiz que nos prende à vida terrestre.

Parentes só se encontram unidos em duas situações da vida: falecimento e herança.

Saber do falecimento foi sem dúvida uma notícia triste e envio agora meus pêsames, para você e para sua família. Estarei aqui para o que você precisar. Não quero que você desanime, mas sim que tenha forças para continuar.

Desejo todo amor e carinho para aqueles com um pai ausente. Não a ausência pelo falecimento, mas sim de uma existência apenas nominal, sem carinho, amor ou afeto. Isso é o que mais afeta o emocional de alguém. São conturbações e marcas que sempre estarão ali.

" Dois momentos que nos levam a profundas reflexões são: o nascimento e o falecimento de um ser humano.
Quando vemos alguém nascer, vemos naquele pequeno ser milhares de possibilidades. Ele poderá ser tudo que quiser, fazer tudo que tiver vontade, escolher seus caminhos, desenvolver-se, fazer a diferença nesse mundo, sei lá, ficaria difícil enumerar, pois são milhares de possibilidades. E isso nos traz esperança.
Já com a morte de alguém um filme passa por nossas cabeças. Os momentos que tivemos, como foi a vida dela, se foi feliz, se fez outras pessoas felizes. Consequentemente, pensamos nas nossas vidas e vemos que tudo aqui acontece de uma forma incrivelmente rápida. Nascemos e logo começamos a crescer e evoluir e, quando menos esperamos, já somos adultos, temos tantas decisões para tomar... Sinto falta de quando eu era criança e achava na minha cabeça que o mundo era mágico e que eu tinha um enorme catálogo de coisas extraordinárias para escolher. É...a morte nos faz pensar se estamos agindo certo, se estamos fazendo a coisa certa enquanto há tempo...
Hoje, luto diariamente para uma única coisa: estar a maior parte do tempo feliz! Sou feliz quando respiro, ando, penso, enxergo, sinto, toco! Sou feliz quando trabalho, quando produzo, quando inspiro pessoas! Sou feliz por ter plena consciência de que tudo que acontece comigo é com meu consentimento e, por isso mesmo, só deixo coisas boas acontecerem! Sou feliz por ter amigos, familiares e pessoas de bem ao meu redor! Sou feliz quando dou e mais ainda quando recebo um abraço! Sou feliz quando vejo o brilho da lua, o dia amanhecer, quando danço, quando beijo, quando dou gargalhada! Sou feliz por conseguir falar tudo que penso e que quero! Sou feliz por ter sonhos, planos, metas! Sou feliz por amar as pessoas e por me sentir amada!
Sou feliz por estar viva e por ter voltado a acreditar que tudo é possível!
Quem faz as nossas vidas somos nós..."

DEFINIÇÕES

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta
um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a ideia cansa de procurar e para.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.

Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado.
Não... Amor é um exagero... também não.
Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?

Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação,
Esse negócio de amor, não sei explicar.

Adriana Falcão

Nota: Versão adaptada de Link

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.

Adriana Falcão
Mania de Explicação, Salamandra, ISBN 8516029441, 2003

Interrompendo as Buscas

Assistindo ao ótimo 'Closer - Perto demais', me veio à lembrança um poema chamado "Salvação", de Nei Duelos, que tem um verso bonito que diz: "Nenhuma pessoa é lugar de repouso". Volta e meia esse verso me persegue, e ele caiu como uma luva para a história que eu acompanhava dentro do cinema, em que quatro pessoas relacionam-se entre si e nunca se dão por satisfeitas, seguindo sempre em busca de algo que não sabem exatamente o que é. Não há interação com outros personagens ou com as questões banais da vida. É uma egotrip que não permite avanço, que não encontra uma saída - o que é irônico, pois o maior medo dos quatro é justamente a paralisia, precisam estar sempre em movimento. Eles certamente assinariam embaixo: nenhuma pessoa é lugar de repouso.

Apesar dos diálogos divertidos, é um filme triste. Seco. Uma mirada microscópica sobre o que o terceiro milênio tem a nos oferecer: um amplo leque de opções sexuais e descompromisso total com a eternidade - nada foi feito pra durar. Quem não estiver feliz, é só fazer a mala, sair e bater a porta. Relações mais honestas, mais práticas e mais excitantes. Deveria parecer o paraíso, mas o fato é que saímos do cinema com um gosto amargo na boca.

Com o tempo, nos tornamos pessoas maduras, aprendemos a lidar com as nossas perdas e já não temos tantas ilusões. Sabemos que não iremos encontrar uma pessoa que, sozinha, consiga corresponder a 100% de nossas expectativas - sexuais, afetivas e intelectuais. Os que não se conformam com isso adotam o rodízio e aproveitam a vida. Que bom, que maravilha, então deveriam sofrer menos, não? O problema é que ninguém é tão maduro a ponto de abrir mão do que lhe restou de inocência. Ainda dói trocar o romantismo pelo ceticismo, ainda guardamos resquícios dos contos de fada. Mesmo a vida lá fora flertando descaradamente conosco,nos seduzindo com propostas tipo "leve dois, pague um", também nos parece tentadora a idéia de contrariar o verso de Duelos e encontrar alguém que acalme nossa histeria e nos faça interromperas buscas.

Não há nada de errado em curtir a mansidão de um relacionamento que já não é apaixonante, mas que oferece em troca a benção da intimidade e do silêncio compartilhado, sem ninguém mais precisar se preocupar em mentir ou dizer a verdade. Quando se está há muitos anos com a mesma pessoa, há grande chance de ela conhecer bem você, já não é preciso ficar explicando a todo instante suas contradições, motivos, desejos. Economiza-se muito em palavras, os gestos falam por si. Quer coisa melhor do que poder ficar quieto ao lado de alguém, sem que nenhum dos dois se atrapalhe com isso?

Longas relações conseguem atravessar a fronteira doestranhamento, um vira pátria do outro. Amizade com sexo também é um jeito legítimo de se relacionar, mesmo não sendo bem encarado pelos caçadores de emoções. Não é pela ansiedade que se mede a grandeza de um sentimento. Sentar, ambos, de frente pra lua, havendo lua, ou de frente pra chuva, havendo chuva, e juntos fazerem um brinde com as taças, contenham elas vinho ou café, a isso se chama trégua. Uma relação calma entre duas pessoas que,sem se preocuparem em ser modernas ou eternas, fizeram uma daoutra seu lugar de repouso. Preguiça de voltar à ativa? Muitas vezes, é. Mas também, vá saber, pode ser amor.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Coisas da Vida. Porto Alegre: L&PM, 2003.

O tempo pode apagar a lembrança de um corpo ou de um rosto, mas nunca de
pessoas, como você, que souberam fazer de um pequeno instante, um grande momento!