Lembrança
Para além de revelar que a vida não é um jogo de improvisar, o correr das horas dita que é a intensidade com que cada passagem dela é vivida que vai definir se os momentos serão ou não eternizados em nossas lembranças.
AFETOS ANTIGOS
Se o tempo fosse verdadeiramente um remédio, não “voltaríamos” para amores antigos. Não lembraríamos, não sofreríamos ao ver a pessoa com outro par. Esses amores sempre estarão ali, acolá, guardados em uma caixinha bem lá no fundo daquelas lembranças mais deliciosas. Isso sim é que podemos chamar de tentação, quando sua cabeça diz não, mas seu corpo, seu coração e todo o resto desobedecem. Bom, vamos parar...
" Sadudades "
Quando lembramos de coisas que nos fazem felizes, nós sentimos saudades.
Sentimos saudades quando lembramos da nossa felicidade no passado.
Dos nossos entes queridos que já partiram.
As vezes de um inicio de namoro, dos momentos de infância, coisas na adolescência.
Saudades de pessoas que trabalharam e estudaram conosco, que nos fizeram felizes, deixando saudades.
Tem momentos de nossa vida que sentimos saudade por alguma coisa.
E que os tempos de infância nos lembrem demasiadamente a inocência e as mais lindas memórias da vida.
"Hoje relembrei coisas que aconteceram e parecem tão distantes. Já sua partida, parece que foi ontem. E não tem mais aquela bagunça na sala, nem a disputa pelo controle. Não tem mais os sofás totalmente ocupados e nem os gritos pela casa. Meu quarto não está dominado e agora posso me esparramar. O controle fica sob meu comando, o silêncio quase sempre predomina. Sobra lembranças e saudades. Sobrou um buraco triste entre o portão e a porta, quem sabe a espera de quem não volta.
E agora eu escrevo, porque escrever é enfiar um dedo na garganta. Escrevo palavras não faladas, não contadas. Relato da saudade que me acompanha em apenas um ano. Um ano e um minuto de silêncio para as coisas que eu deveria ter falado e não falei."
"Hoje relembrei coisas que aconteceram e parecem tão distantes. Já sua partida, parece que foi ontem. E não tem mais aquela bagunça na sala, nem a disputa pelo controle. Não tem mais os sofás totalmente ocupados e nem os gritos pela casa. Meu quarto não está dominado e agora posso me esparramar. O controle fica sob meu comando, o silêncio quase sempre predomina. Sobra lembranças e saudades. Sobrou um buraco triste entre o portão e a porta, quem sabe a espera de quem não volta."
Aquele olhar
Passam os dias, e nós vivemos outros momentos,
e nunca pelo nosso pensamento passam fases
diferentes , de repente a mente voltas dá,
e traz à nossa frente aquela lembrança aquele
olhar.
Olhar que um dia vimos e que é dificil não
lembrar.
Pelos dias novas emoções são vividas,caminhos
outros são trilhados, e a paz dentro de nós
agora mora.
Pelas manhãs , depois de um descanso olhos abertos,
sorrisos, aquele olhar a nós, do nada volta.
O olhar do amor que nunca morre, amor que em nossa
retina fica e dali nunca sairá.
A esse olhar vontade da, de não o deixar de ver.
Olhar de amor.
Pensando bem, é bom com ele conviver.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro Honorário da Academia de Letras do Brasil
Membro da U B E
Os ponteiros marcam mais do que minutos. Eles marcam meus passos e minhas falas, meus sorrisos e minhas conquistas. Eternizam minhas lembranças e gravam no tempo a minha história.
Nada como sair de férias com o copo (cabeça) vazio(a). Assim, conseguimos bastante espaço para encher-lo(la) de muitas lembranças, banhadas pelo sol e pela maresia do Recife.
A perda de alguém que amamos nos dói profundamente. A angústia parece não ter fim, mas depois vem a saudade e as lembranças de todos os momentos felizes que passamos juntos, vem para nos confortar e mostrar que o desencarne é um processo natural e que não doerá eternamente, mas temos que nos fortalecer para compreender e sentir a alegria que a pessoa nos transmitiu em vida e que ela nos deixou um legado de amor para ser lembrado e compartilhado após sua despedida.
Tinha domingo que era dia de receber visita. E elas chegavam logo cedo. Parece que a mãe da gente tinha algum pressentimento nesse dia. Levanta que vai chegar gente! Ela falava enquanto preparava a massa para os beijus de tapioca. Acordava todo mundo logo cedo, dava café da manhã, ariava as vasilhas na pia, colocava naqueles suporte de ferro de pendurar panela e dava rapidinho aquele trato caprichado na casa. A mãe mandava o pai na feira comprar umas coisinhas, enquanto a gente arrumava as camas e dava uma "barrida" no terreiro. Era tiro e queda, não sei como ela acertava. Não tínhamos telefone, nem o fixo nem nada, e mesmo assim, ela parecia que tinha recebido um e-mail ou zap zap informando que fulano ia lá.
Umas 10h e pouco a gente ouvia o bater de palmas lá no portão. Chegavam entrando, assim, sem protocolo nem nada. Ô de casa! Eram o tio dela, ou primo do meu pai, ou irmão de alguém ou ex-vizinho... era alguém conhecido que chegava com a família pra passar o dia. À pés mesmo, nada de chegar de carro, desciam do ônibus em alguma parada próxima e iam cruzando a poeira solta, preocupados em chegar limpos. Chegavam cedo que era pra dar tempo de ajeitar um melhorado pro almoço. Põe água no feijão! Alguém já gritava lá do portão afora. A gente, menino do mato, ficava observando aqueles abraços e recomendações lá da janela, de butuca, igual bicho, morrendo de vergonha de depois ter que ir na sala pedir a benção. Era regra: Menino, pede bênção pra fulano. A gente estendia a mão ganhava a benção e uma bagunçada caprichada no cabelo, ia de brinde. Quando vinham outras crianças que a gente não tinha intimidade, era pior ainda. Mais bicho do mato a gente ficava. As mulheres se apressavam e já iam na cozinha ajeitar um cafezinho e uma água gelada pro povo e os homens ficavam na área da frente falando dos parentes distantes e ouvindo meu pai falar das futuras reformas que queria fazer na casa. Quase sempre, quem visitava levava uma "lembrancinha" que trouxera de algum lugar. Uma lata de farofa, uma rapadura, um queijo, um docinho de leite, uma linguiça caipira, um pedaço de carne de caça ou até mesmo uma carta de um parente distante...Essas coisas que a gente que é da roça dá valor.
Domingo era dia de visita. A casa ficava alegre com tanta gente. A gente ficava de ouvido ligado nas conversas e fofocas dos adultos se atualizando das novidades familiares. A gente podia até "assuntar" os assuntos, mas ai de nós se intrometesse na conversa, já ganhava aquele olhar de reprovação do pai. A mãe com a visita na cozinha já providenciava a tal "água no feijão". Era dia de almoço gostoso, com toda certeza. Os adultos falavam do dia-a-dia na lida da vida, ouviam umas modas no radinho, falavam de sonhos futuros, falavam mal do governo e iam emendando prosa atrás de prosa. A meninada ficava por ali na área da frente, jogando uma bola ou inventando alguma brincadeira em que todos pudessem participar. Apesar da "bichodomatice" a gente se introsava e fazia amizade bem rápido. Quando o cheiro de comida boa começava o tomar de conta, o pai ou, geralmente, a visita tirava uns trocados da carteira e mandava a gente ir comprar umas barés ali na padaria da esquina. Aí sim eu via vantagem. Almoço servido, conversa animada, panelas cheias. A gente era muito feliz com bem pouco. Não era raro o dia de duas visitas no mesmo dia, a casa enchia mais ainda. Onde comem dois, comem três e põe mais água no feijão. Nos dias de sorte, o senhor que vendia quebra-queixo ou o do algodão-doce passava gritando em frente às casas, meninada eufórica, adultos felizes, sobremesa garantida. Era baratinho, umas moedinhas e aquele doce que faz criança sorrir estava em nossas mãos. Acho que visitas só iam na casa dos outros em dias de pagamento, pois eram bem generosos.
Meio de tarde, tinha café coado, biscoito de polvilho frito, conversas, dominó, lembranças, uma foto na máquina "love" (que a gente só veria um mês depois) e por fim as despedidas. Desejavam boa semana uns aos outros. Agradeciam a Deus pela recepção. Agradeciam a Deus pela visita. Agradeciam a partilha do pouco que tinham, que se tornara fartura à mesa. Agradeciam pelos momentos de alegria. Com meu pai e minha mãe, aprendi a agradecer por tudo, pois era assim que eles faziam. Final de visita, pede benção pra se despedir, cabelo bagunçado de novo, alma abençoada novamente. Família feliz. Era o domingo da gente. Amém. Dia de domingo era dia de visita. Pães multiplicados, laços familiares ressuscitados. Tudo era bênção. Acho até que Deus nos visitava também.
Põe mais água no feijão minha gente!
Doer o peito ao lembrar e relembrar o passado, pode significar que no presente não está plantando-se o necessário para o futuro. Há a possibilidade de colher os bons frutos que no passado foram plantados, largar os que estão podres e seguir em frente. Possível é, ainda, comendo-se os frutos colhidos, retirar as sementes para plantá-las agora, já. Sempre há alternativas. Sempre há opções. Contudo, sempre há exceções, nestes casos, é necessário esforçar-se para tornar o caminho a se seguir o quanto melhor.
Olhando para trás, vejo o quão conturbada foi minha caminhada. Considerando tamanhas dificuldades enfrentadas, agora sei que posso. Tiro proveito do passado e sigo em frente.
Mas, na verdade, não sinto falta de você. Não sinto falta de ter você ao meu lado. Sinto falta de quando tinha a sua presença e você me tinha como prioridade.
Ausência
Hoje ao acordar, olhei no espelho e vi que a chuva estava caindo dos meus olhos
Sintoma da falta que você me faz
No peito um canivete atravessado evidenciava os relâmpagos
Um estrondo forte dentro de mim, era o trovão dos meus pensamentos
Todo meu corpo pulsa a dor da sua ausência
Todos os momentos vividos ainda estão presentes dentro de mim
As lembranças me consomem
Apesar de calma por fora, por dentro grito... choro...
Me encontro em total desespero e em vão vou em busca do seu sorriso, do seu olhar e tudo que encontro é o vácuo...
A dor da sua ausência faz minha alma adoecer
Sinto falta do abraço, dos braços, das palavras, do cheiro, do beijo...
Lembro do mar, da praia, das risadas... do chinelo cor de rosa no mercado, será que você se lembra?
Lembro de contar moedas, da sua voz e de não ter grana pro pedágio, rs....
Mas essa dor é minha e eu vou carrega-la dentro de uma mochila como um viajante.
Mas essa não será uma viagem eterna, um dia desse jogo a mala no rio e vou embora.
Vou libertar meu coração de um destino que não teve fim.
História mal acabada e cheia de cicatrizes.
Hoje eu choro, grito, dentro do meu silencio, clamo tua ausência.
Castelos desmoronados, restos de sonhos não concretizados...
Minha fé me diz que nada e ninguém se encontra por acaso, mas eu precisava realmente ter vivido isso?
Busco uma forma de tirar o canivete do meu peito
Mas minha mão não o alcança.
Quebrei o espelho para não ver mais minha dor
Joguei fora as lembranças.
Mesmo assim você ainda vive dentro de mim, me sufocando com sua insistente e desesperadora ausência.
Vai embora por favor!
Coloque suas botas gato e pegue outra estrada.
Faça o caminho inverso.
Boa sorte! Seja feliz!
apenas lembrei que o amor não chegou via correio, ele aproximou daquela carta e ficou esperando ser guardado