Lembrança
"A identidade de um homem revela-se com peculiar ênfase nas suas lembranças, quando ele olha para trás e se vê nas próprias pegadas, as quais lhe dão a perspectiva do caminho percorrido. Este, por mais acidentado e permeado de mudanças que tenha sido, é uno, ou, noutras palavras, possui a unidade das coisas irrepetíveis, jazentes na memória.
Envelhecer bem é tornar-se capaz de contemplar a própria identidade. Infelizmente, isto não é para muitos, visto que, em todos os tempos, a maioria dos homens se afoga na superfície duma vida medíocre. Acresça-se o seguinte, ainda neste contexto: envelhecer bem é estar em paz com o passado, aceitando-lhe os sofrimentos e as alegrias, os erros e os acertos, as boas e as más escolhas, algo impossível para quem se recusa a vê-lo e, nele, ver-se.
Em contrapartida, envelhecer mal é estar em litígio com os vestígios do passado, sinal de que o medo ou a covardia de olhar para a própria história venceu. Trata-se duma vitória funestamente enganosa, com certeza, porque ninguém aborta um remorso, nem mesmo os covardes. Não adianta, pois, a pessoa mentir com a imaginação para apaziguar-se com lembranças falsas: a dor virá, e será tanto maior quanto mais adiada tiver sido.
Só dá testemunho da própria identidade quem amadurece, e só amadurece quem tem a coragem de amar. É a maturidade esse estado psíquico acidentalmente cronológico que dá sentido a uma vida humana.
Quem não se liberta na plenitude duma vocação realizada, conhece-se muito pouco, quase nada. Não consegue enxergar as suas impressões digitais anímicas, e, portanto, mal tem o vislumbre da própria identidade. Vive de saudades sabotadas, pois precisa inventar o passado para suportar o presente e, então, amoldar tudo a um futuro amesquinhado.
O passado renegado é uma herança maldita. Por isso, é livre quem aceita estes ossos lascados que pulsam de dor".
Alzheimer… As lembranças brincam de esconder No emaranhado das ideias de um ser Recordando o esquecimento E esquecendo o que é esquecer. As proteínas se reproduzem, E colonizam o entendimento, Aglutinando neurônios, E destruindo sentimentos. E a pessoa sozinha está, Presa em sua própria mente, Tentando em vão se libertar…. E o sentir para sempre se perdeu…. Em uma vida preenchida pelo vazio Do silêncio das palavras não ditas.
Cada estrela que ilumina a noite da alma guarda uma lembrança, juntas elas formam na memória do coração, uma constelação dos bons momentos vividos na vida!
O coração é como uma locomotiva que carrega os vagões das nossas lembranças pelos trilhos da vida. De estação em estação, embarcando e desembarcando os passageiros do percurso, tendo Deus como Maquinista do destino!
A Mulher sábia costuma colecionar lembranças boas porque aprendeu a viver o presente com Deus...
_____O Passado é o Futuro Vivido_____
❤️
(Sim, temos uma união íntima e vital com Deus, minha Branca...)