Lembrança

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Feliz o homem que guarda na lembrança infantil o mito do paraíso perdido...

Inserida por EvandoCarmo

Meu pai Herói.

Meu pai se chamava Heleno Francisco do Carmo, não tenho dele muitas lembranças, ele morreu quando eu tinha onze anos, contudo, guardo algumas lembranças, sobretudo da época em que ficou doente. Meu pai era um homem muito forte, um trabalhador exemplar. Era um lavrador, homem que cuida da terra, ele próprio tinha um pequeno pedaço de terra, por onde passava um riacho, terra fértil, onde plantava cana e milho e melancia. É disso que me lembro bem, também plantava bananas.
Não sei dizer se meu pai era um homem triste, se tinha crises existenciais, talvez fosse muito feliz, pois tinha uma bela família e uma linda esposa, honesta e trabalhadeira. Lembro-me da sua relação com minha mãe, eram felizes, combinavam em quase tudo, ambos desejavam que seus filhos estudassem para não serem analfabetos como eles eram. Meu pai era alto e moreno, tinha ombros largos como eu, era um homem bonito, mas não me recordo que alimentasse alguma vaidade nem vícios. Trabalhava incansavelmente para sustentar sua família, grande para os padrões atuais.
De domingo a domingo ele sempre repetia sua rotina; acordar cedo e ir ao trabalho, além de suas próprias lavouras, milho e feijão, ele ainda trabalhava de meia ou para outros produtores rurais. Meu pai era homem temente a Deus, pelo menos é essa a impressão que tenho até hoje, pois sempre ia à missa aos domingos de manhã, com toda família, mas ao voltar pra casa, logo depois do almoço, ia ao trabalho, cuidar de um pequeno e produtivo roçado, que ficava perto de casa, meu pai só retornava à noite com um feixe de cana nos ombros.
Éramos oito filhos, cinco homens e três mulheres, minha mãe ficou grávida de uma menina quando meu pai faleceu. Foram seis meses longos, a duração da doença fatal de meu pai. Meu pai nunca ficava doente, era como touro, todos os homens o invejavam por seu físico e por sua moral. Mas todo herói fatalmente sucumbe no final da epopeia. Meu pai tinha chagas desde adolescência. Fora picado por um barbeiro, na região onde foi criado esse inseto fez muitas vítimas, e a medicina não tinha os meios para prolongar a vida dos seus pacientes. Meu pai só veio manifestar os sintomas da doença aos quarenta anos, foi avassaladora sua enfermidade, em seis meses apenas ele veio a óbito.
Minha mãe foi uma guerreira e fez tudo que pôde e o que não pôde para salvar a vida do seu amado. Lembro-me com muita tristeza, de uma vez que eles voltaram de uma cidade próxima; aonde eles foram, em busca de uma nova forma de tratamento, mas não havia muito que fazer, meu pai estava com o coração muito comprometido, estava rejeitando os remédios, e não havia nenhuma esperança de cura ou de melhora, ele vivia muito cansado, e minha mãe passava longas noites ao seu lado. Nós éramos muito pequenos, mas já compreendíamos que nosso herói estava condenado à morte trágica. Logo se agravou seu quadro, minha mãe teve que o internar no hospital público de nossa cidade, onde foi bem cuidado, mas em poucos dias, ele já demonstrava fraqueza extrema, não se alimentava e as injeções que tomava não causavam mais nenhum efeito paliativo, então meu guerreiro pediu para morrer em casa, pedido que fora atendido pelos médicos dele, minha mãe o levou pra casa, mas meu velho não aguentou a pequena viagem de pouco menos de três quilômetros, faleceu nos braços de minha mãe dentro da ambulância.
Essa é mais uma das inúmeras tentativas que faço, para escrever sobre meu pai. Sei que daria um belo e humano romance, todavia nunca serei capaz de levar a cabo esse projeto, é doloroso demais para mim, pois a dor e o trauma da sua ausência em minha infância ainda são deveras penosos para mim.

Inserida por EvandoCarmo

A morte não existirá se no coração dos nossos descendentes a boa lembrança perdurar.

Inserida por PoetaFernandoMatos

Todos nós reservamos um lugar para guardar nossas lembranças em vida. Resolvi deixar por escrito nas mãos dos Amigos.

Inserida por PoetaFernandoMatos

A fumaça que amanhã atravessará o pico mais alto da montanha deixará apenas como lembrança o apito do trem.

Inserida por PoetaFernandoMatos

A Lembrança é a fonte viva de toda uma existência...

Inserida por PoetaFernandoMatos

A Velha Fotografia não retém toda lembrança da alma...

Inserida por PoetaFernandoMatos

Lembranças ruins são iguais a uma ressaca antes do primeiro gole...

Inserida por PoetaFernandoMatos

Pessoas eternas são aquelas sempre fraternas em nossas lembranças...

Inserida por PoetaFernandoMatos

Só as lembranças do álbum de fotos permanecem em silêncio...

Inserida por PoetaFernandoMatos

Não desista nunca do olhar... Será sua única lembrança no infinito.

Inserida por PoetaFernandoMatos

Um pássaro ferido poderá se tornar predador de suas próprias lembranças...

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠Lembrar é tão importante quanto respirar... O ar puro elimina as toxinas do corpo e as lembranças? Reforça quem fomos e para onde vamos.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠O Iluminado Juiz virá com sua espada da Justiça separando o joio do trigo e as lembranças de dor e alegria serão apagadas da memória da humanidade dando início a um Novo Tempo.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠Quando a dor passa fica só a lembrança de quem cuidou... Gratidão que atravessa gerações.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠Escrevemos o que sentimos e quando partirmos só restará uma poeira de lembranças.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠As pessoas demoram muito para demonstrar sentimentos. Só restando uma lápide como lembrança.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠Um beijo jamais será esquecido, mesmo que os corpos estejam perdidos no universo das lembranças.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠Uma existência acaba quando dizemos adeus e damos as costas para o tempo. A lembrança é um laço forte de um abraço partido.

Inserida por PoetaFernandoMatos

⁠Não te esqueças de mim.

Traga sempre à tua memória lembranças do tempo em que estive presente.

Não te esqueças dos meus pais e de tudo o que falaram de mim.

Dos meus filhos, não te esqueças do que fiz por eles.

Mantenha-me viva em ti, ainda que meus algozes, triunfantes, te façam constatatar minha morte todos os dias.

Perdi a conta de quantas vezes morri e outras tantas quando voltei e permaneci viva dentro daqueles que teimaram não deixar que eu fosse apenas lembranças do passado num presente sombrio e mórbido.

Não perca seu tempo com os que tramaram a minha morte, mas concentre-se em como permitirás que eu viva, outra vez, atraves de ti.

Liberdade é o meu nome.

Não te esqueças de mim.

Inserida por 10_5_6_5