Lembrança
Vou varrendo lembranças perdidas que ocupavam espaços dentro de mim.
Não são tantas, mas os vazios deixados incomodam o coração.
Estou tentando encontrar uma forma de deixar aquela caixinha onde guardei minhas lembranças de você de lado. Não superei sua partida tão facilmente, e pode ser que você volte a aparecer pela redondeza, e para eu voltar a ser o que era antes de te conhecer eu preciso superar esse vazio que me tomou por inteira.
Hoje, resolvi sair de casa para distrair um pouco. Sentei na mesa daquele bar onde passamos um bom tempo contando relatos da nossa historia. Senti que algo me fazia companhia naquele momento que começou a tocar aquela musica que você adorava. Sei que você não estava lá, talves seja apenas fortes lembranças que eu ainda tenho de você. Ou vontade, ou saudade, Ou tantas outras coisas que me fazem te querer para mim.
No caminho de casa, enquanto o táxi não chega observo um casal de idosos que me chamou muita atenção, não por terem a idade avançada, mas sim por outros motivos que me lembrou nós dois. É complicado, mas vou tentar explicar.
Algo no olhar daquele casal despertou essa lembrança de você. Os dois abraçados sentados sem aparentar nenhuma desconfiança, preocupação ou medo de absolutamente nada. Aproveitando apenas o momento,sem mais. Concerteza eles não estavam prestando atenção em nada ao seu redor, e fiquei pensando, há quanto tempo eles estão se sentindo assim? Tão jovem por amar todos os dias, e cada um necessitando do outro dia após dia. Somos jovens demais para saber se vamos ficar "velhinhos" assim também. Talves para isso você tenha que aprender a lidar com meu jeito teimoso de ser e eu aprender a lidar com seu orgulho.
Temos que aprender com nossas falhas do dia-a-dia para quem sabe um dia chegarmos onde esse casal chegou. É preciso tantas coisas. É preciso de você para isso se tornar possivel.
E por mais que eu deixe minhas lembranças de você de lado por um instante. Sempre será você, sempre.
"E dos teus sonhos procedem qualquer tipo de verdade. Recorre-se a lembranças de outras histórias tuas ou talvez de uma nova mentira. A fantasia e a realidade andam juntas. Sinta o que quer acreditar. Você é uma pessoa confusa. Sua mente grita milhões de coisas, tu mentes para si mesmo o tempo todo. Tu às vezes recorda de algo que nunca aconteceu. Porque tu é um ser extremamente interativo consigo mesmo. Recordar de algo pelos teus sonhos e inventar coisas relativamente experientes para si mesmo é outra estória. Tome cuidado. A imaginação dentro de si é algo fixo, não a use de forma inconsciente."
*Penso, logo escrevo*
Lembranças
Lembra-se de quando nos amávamos?
Do quanto éramos um?
De como vivíamos felizes?
Como tudo se acabou?
Lembra-se?
Pois é...
Aconteceu assim,
vagarosamente,
nos detalhes não observados,
como areia escorrendo
por entre os dedos.
De dia vai ter minha lembrança para confundir e a noite alguma companhia para te consolar, mas nunca serei eu, não por mim, mais por você...
Das cinzas emerge o passado trazendo de volta o teu rosto escupido nas lembranças e tatuado nas recordações ai, aproveito para acender mais uma vez a chama do desejo e da paixão !
Fecha os olhos, que gostosa lembrança era aquela, tudo cabia, tudo era só o seu mundo, não havia homens, só príncipes.
Eu luto contra a minha própria alma
Para fugir de uma noite sem lembranças
Esperar para ficar calma
A colocar a vida em raras esperanças
Derramo lágrimas perdidas em momentos
E insisto na saudade de um amor que passou
Porém a luta a caba em lamentos
De um coração que nem mesmo de verdade amou
E por fim se incendeia o meu espírito
E assim se expira a vida...
26/07/2011
Quando amanhecer...
me vestirei de esperança
e trarei nos olhos o brilho
e a lembrança dos momentos
em que fostes meu,
e que vivestes em mim.
Quando amanhecer...
enfeitarei meu dia
como quem busca a alegria,
em cada pedaço da vida,
em que eu possa encontrar você.
Quando amanhecer,
abrirei as janelas,
deixarei o sol entrar,
tomar meu corpo como seu,
me aquecer...me envolver.
Quando amanhecer
sentirei teus lábios nos meus
ouvirei teus sussurros,
te entregarei meus anseios
meus desejo
minha paixão.
Quando amanhecer
estarei sentada
a soleira desta porta
esperando você
meu bem querer...quando amanhecer.
Ponto final. Lágrimas não me surpreendem mais, sofrimento já virou rotina, as lembranças causam efeitos… Efeitos de perda, efeito de sentimento pisoteado com os dois pés, efeito de coisas que deixei de viver, efeitos não vividos. As mãos não se tremem mais, os dedos não se firmam, o sorriso aparece fosco, a alma permanece fria, sem espaço para “sentimento.” As roupas estão fria, elas não aquecem mais uma alma vazia, o coração não pulsa e o sofrimento não vai, as estações vão e vem e essa tempestade é continua. A chuva que não para e essa solidão que não passa. O sol se põe mais junto dele ela se esconde. Ela quer viver no escuro, a luz não se acende mais. A casa permanece vazia, sem écos, a voz não tem mais efeito. E ela continua ali procurando esperanças inexistente.”
Amiga Raimunda
Dona Raimunda se foi
deixou para nós
muitas lembranças
suas revistas
seus cremes
seus perfumes
estão presentes em
nossas memórias
mulher de fibra e amiga
Dona Raimunda
nossa linda amiga
nossa querida vizinha
o cheiro das lavandas
a cor dos batons
nos lembra Dona Raimunda!
Uma lembrança
Lembro-me perfeitamente. Revoltado, o sangue quente borbulhava em minhas veias. Esvaziei meus bolsos, respirei fundo e saí. Deixei para trás tudo o que poderia crer ser precioso. Não havia caminho à trilhar, meu destino era incerto. Caminhava. Enquanto o fazia, pensava, principalmente sobre os motivos que me levaram a caminhar. A frustração me confundia. Não os encontrei. Mesmo assim, continuei.
No começo, apenas observava o mundo ao meu redor. Encontrava-me descobrindo inúmeros detalhes que sempre passavam despercebidos devido ao caos do dia-a-dia. Um olhar atento bastava para me corrigir. Caminhava sozinho, sempre pensando. Após horas, os pensamentos foram interrompidos por súbitos lapsos de sanidade mental. Me perguntava sobre o porquê de caminhar. Não os dava atenção, algo me movia a continuar, embora fosse essa razão desconhecida. Após dias, pesava sobre mim o castigo da fome. Pensava, agora, sobre as pessoas que tem fome. De onde elas tiram forças para continuar a caminhada? Maltratado, apenas continuava a andar, alimentando-me com restos encontrados durante a jornada. Alimentava-me também de esperança de chegar, embora local específico não era sequer imaginado. Andava. A dormência de meus pés era um lembrete constante do quanto havia caminhado. Incessante, ela se mantinha pronta a me desencorajar a qualquer minuto. Pensamentos me abateram: como fazem as pessoas cujos “pés dormentes” não as permitem andar como agora faço? Visto isso, redobrei a concentração e me mantive firme.
O suor escorria pela minha face, já há muito tempo suja pela terra do asfalto e longo período sem práticas de higiene convencionais. Minha cabeça se mantia erguida. Com meu olhos ligeiramente abertos, tentava me guiar através das miragens impostas por um Sol inclemente. O sal os fazia arder, mantendo-me cego. Imaginava: como podem as pessoas caminhar sem enxergar? Descobri razão pela qual caminhar: chegar. Esperava saber onde.A chuva caía. Lavava meu corpo e alma. As vestes, agora molhadas, pesavam. Tanto quanto minha consciência, por ter partido de forma tão inesperada, tal como a tempestade que me surpreendia. Olhava para o céu e apenas me entregava à sua fúria. Me sentia rejuvenescido, com espírito renovado. Sensação como nunca antes havia sentido. Questionei-me: como podem as pessoas viver e nem sequer apreciar esses pequenos momentos? Pensei em meu lar. Um turbilhão de rostos conhecidos, momentos vividos e erros, como nunca ter apreciado a chuva. Parti, em meios as poças: essas, de lágrimas. A exaustão por fim me venceu. Pernas trêmulas, cabeça pesada e respiração falha. Uma simples distração: fui ao chão. Cogitava como teria sido se, desde o princípio, tivesse lá permanecido, não caminhado. Estático no chão frio, mal conseguia me mover. Movimentava-se apenas minha mente. Ao fechar os olhos por completo, um filme era visto. Imaginava se estaria morrendo. Me dei conta de que não seria possível: eu já estava morto. Morto por dentro. Sempre obedecendo à rotina, aos caprichos dos que me rodeavam. A revolta tentou se manifestar, mas toda vontade já havia sido minada de meu ser. O sono foi longo, mas pareceu curto.Ao acordar, uma surpresa: uma mão. Estendida diante de mim, oferecia-me alimento e conforto. Sendo carregado, lembro-me de me sentir como um fantoche, em um teatro. O que, de fato, eu era. Deitado em uma cama confortável, descansei. Ao acordar, um banho e uma refeição. Logo dirigi a palavra à pessoa que ao meu lado estava, queria saber que circunstâncias a levaram a me ajudar. Disse-me que viu em mim mais que um corpo estirado ao solo, mas uma alma carente de ajuda. Completou por dizer que nada além de suas possibilidades havia feito: nada que uma pessoas de bem faria por outra de valor equivalente. Não me cobrou a breve estadia, nem os alimentos. Desejou-me boa sorte, na viagem que chamou de “vida”. As lágrimas voltaram. Mas dessa vez eram diferentes. Só pude agradecer e partir, diferentemente de como no começo de minha viagem. Ao sair daquela humilde casa, refleti: como podem as pessoas não crer na bondade, na compaixão? Senti-me envergonhado pelos meus momentos de revolta, normalmente associados a assuntos esdrúxulos. Por fim, acordei. Tudo não passou de um sonho, embora extremamente real. Mas, embora fantasia, meus pensamentos permaneceram intactos em minha memória. Tudo o que pensei, chorei e senti: toda a jornada. Nada pude fazer a não ser ajoelhar e agradecer. Ser grato por descobrir que há muito a ser observado além de uma primeira impressão, grato por não sofrer devido a fome, por ser capaz de me mover com minha próprias pernas, de ver com meus próprios olhos, de saber que os pequenos momentos da vida fazem dela tão fascinante e grato por ter aprendido a acreditar nas pessoas.Desde o começo, a chegada sempre foi a largada e o que me movia era fé: em um mundo onde as pessoas pudessem ser agradecidas pela grande dádiva da vida que possuem.
''Lembranças''
Sabe amor, não lembro ao certo quando foi mas um dia você disse que iria ser pra sempre, foi logo assim no auge de quando nos conhecemos, quando tudo era perfeito ”pra mim”. Você me proporcionou ótimos momentos – obrigado – sempre nos demos tão bem, né? Por que acabou? Amor, por que acabamos com nós? Até hoje você sente ciumes ou finge sentir, você cobra coisas de mim que também cobrava quando éramos um só, você faz tudo que fazia antes mas não pede pra eu voltar, Por que? Eu até iria pedir pra você voltar pra mim, mas eu tenho medo ainda, as decepções, o amor não correspondido…tudo isso eu superei, mas você não muda, você não consegue ter amor suficiente então eu não espero nada de você. Mas passou, tudo isso passou e agora eu só lembro do que não da pra esquecer, foi bom mas acabou, a unica coisa que me resta são as cicatrizes que você deixou e pelo visto não lembra né? Mas tudo bem, quem sofre é quem apanha, porque nunca esquece, mas te garanto que aprende.
Talvez a verdadeira herança seja isso: Deixarmos na lembrança o quanto realmente amamos, sorrimos e nos permitimos estar juntos. Deixarmos nos lembrar por todas as vezes que tivemos a oportunidade de olhar para o outro com olhos humanos. Olhos que enxergaram através da alma, sem julgamentos, apegações ou medos; e deixar de si como forma de compensação para tudo aquilo que não fora dito, os sentimentos mais inocentes desse coração, feliz, nobre e ímpido.