Reflexões sobre lealdade: textos que mostram seu poder
Poetas sempre falam de amor, mas o amor não se deixa seduzir pelos poetas, pois se deixasse seria um sentimento mais eficiente no ato de contaminar.
O verdadeiro amor transcende o Tempo, exala da alma, dispensa a publicidade e não tem a posse, nem a dependência, como aliadas, ele simplesmente existe e por si só ele se encarrega de promover o que é necessário na vida de quem ama e na vida de quem é amado, com total naturalidade. É doação sem explicação, sem truques e confiável. Estando longe ou perto, só exercita o bem querer. O amor da matéria é que precisa de plateia e que não sobrevive sem as necessidades palpáveis e visíveis, muito menos sem a vaidade.
No fundo, poucos, ou ninguém, sabem amar do jeito que o amor precisa ser sentido e vivido, e enquanto for atribuído ao coração o papel de ser a fonte de amor, fatalmente, ele um dia será substituido ou morto, assim como o órgão, porque é no espírito que ele é verdadeiro, íntegro e imortal.
A estrada que, fatalmente, precisamos percorrer e concluir nesta etapa do Tempo é o nosso interior. Ande descalço, de meias, devagar, corra de vez em quando, use tênis, salto alto, botas, havaianas. Deite sob a sombra de uma árvore quando possível, não tenha vergonha de hidratar o solo com as suas lágrimas, elas serão inevitáveis, fique atento à mão dupla, resista ao sol, use protetor "do lar", enfrente as tempestades, elas quase sempre são seguidas de um lindo arco-íris. À noite, tente descansar a alma, no dia procure nutri-la de sabedoria. Aprenda a fazer o seu percurso só, assim como viestes ao mundo, mas não dispense jamais aquela companhia amiga que te incentiva, que confia na qualidade dos seus passos, na sua capacidade de ser um vencedor, diferente de ganhador, que tira os seus sapatos quando eles te apertam, que dança com você na chuva, que te oferece um gole d'água sob o escaldante astro Rei, mas jamais esqueça que a estrada é sua, aceite-a como um desafio do bem e enriquecedor.
Ah, e lembre-se que a ti também cabe tirar os sapatos apertados daqueles os quais você dança na chuva, mostra-lhe a beleza do arco-íris e refresca-lhe a garganta.
A estrada é individual, mas o aprendizado é para ser compartilhado, através de ações espontâneas, com o coletivo.
Partir, mudar, pensar diferente, não ter mais a ver com as nossas convicções, seguir novos rumos, pegar novas estradas, entender de outra forma, vivenciar o desconhecido, descobrir novos conceitos etc não deveria ser encarado como ingratidão por algumas pessoas ou instituições que perdem seus dependentes, desconsiderando totalmente o papel importante que tiveram num momento de sintonia e troca. Nem todas, mas algumas pessoas precisam voar. Nasceram para isso, é vital, assim como outras precisam ficar.
Regra número para o aprendizado, que é a proposta da vida - nunca estagnar, nunca engessar o conhecimento adquirido, pois há sempre uma nova ótica mais reflexiva rondando a sensibilidade dos sedentos por liberdade intelectual e por conhecimento que agregue à condição de eternos estagiários nesta gigantesca esfera. Gratidão é o que fica no coração e une para sempre as partes, e não, necessariamente, o que fica num cenário para servir de ilustração do reconhecimento. O ser humano não nasceu com asas, mas algumas das almas que habitam esta espécie, sim. Para os que ficam, em geral, é difícil, mas é preciso entender, e se manter de prontidão no caso de haver a necessidade de recebe-las - as almas - de volta. A partida com gratidão já um valor inestimável nas relações.
Na vida, perder ou ganhar são ciclos que se sucedem constantemente num processo natural de aprendizado. Perder não é o fim, tampouco ganhar é o eterno regozijo existencial. O que pode não ser cíclico, e de fato inalterável na sua proposta, só é possível encontrarmos na continuidade das tentativas - a nossa vontade.
A fuga tem dois perfis - a necessária e a covarde. Em ambos os casos, o medo é o seu grande aliado, inclusive, quando se trata dos primeiros movimentos do amor
Um dia quero voar muito alto até conseguir ouvir, de lá do infinito, o som do meu coração sem a interferência dos ruídos da mente.
De preferência, viva agregando pessoas, e não sendo dependente delas.
Viva mais aberto para as emoções, do que para os medos.
Procure viver tendo o coração mais leve, do que a mente mais limpa.
Viva sentindo a paz por estar em harmonia com o seu próprio interior.
Vivemos numa sociedade onde o politicamente correto comprometeu a confiabilidade das pessoas. Ouvimos o que queremos ouvir, pois a proposta agora é ficar bem com todo mundo, o que significa, também, mentir indiscriminadamente, assumir o que não vai ser cumprido ou interagir com superficialidade só para agradar. Prevalece os interesses, descaradamente. Literalmente, as palavras são jogadas ao vento, mas a relação de aparência está salva. E cada um por si. Contudo, há raras exceções.
Numa situação de embate, o bem nem sempre vence o mal, mas se ele, o bem, vencer dentro de nós a vontade de nos igualarmos ao adversário já será uma grande vitória.
Infinito é tudo aquilo, de bom, que fica registrado na alma através da sua passagem pelo transceder do Tempo, e que faz bem ao coração no Tempo atual, sem qualquer explicação ou identificação prévia
Da minha loucura não quero a cura.
Da tua loucura vivo em leitura.
Da nossa insanidade quero a paz que ela é capaz
Dessa paz, que ela fosse eficaz
Castelos de areia só servem como imagem provisória, não abrigam conteúdo, não têm utilidade, não se sustentam e não saem do lugar
Viver é contabilizar ônus e/ou bônus conforme a prática individual de valores que acrescentem positivamente, ou não, ao coletivo. No balanço final, você fechará no azul ou no vermelho?
Coisa boa é a sensação de paz ao olharmos para trás e nos certificarmos que os nossos acertos deram frutos e o nossos erros trouxeram ensinamentos, e que estes se transformaram em acertos, posteriormente.
Evoluir é não estagnar no erro.
De igual não temos nada além da vida e da morte, no máximo somos similares. Por esta razão, no alfabeto não há apenas as vogais, e na aquarela há, também, o branco, que é a junção de todas as cores. Cada um se expressa, através da arte, ou da literatura, conforme os seus sentimentos ou inspiração, e não somos obrigados a concordar, apenas respeitar sem a obrigação de conviver
A manutenção permanente do retrocesso, além de notória, é uma tendência mundial mascarada de progresso, pois a alienação da massa e o sangue dos miseráveis, da plebe, do povo sacrificadamente enganado continuam servindo de fonte para a aquisição do ouro que sustenta os poderosos, os líderes de instituições que se perpetuam na sociedade sob a farsa de que a sua organização, a sua existência é pelo bem comum, mas que no fundo têm o oportunismo como base da sua sobrevivência.
Sigamos iludidos!