Lealdade

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Quantos desencontros já tive
becos sem saída
sentada sozinha em uma
mesa de café.
No bar, um só drink.
No baile, uma dança separada
um anel solitário
e pulseira sem par.
Uma estadia do encontro
de uma única pessoa.
O olhar estático.
O pensamento solto.
O rosto estagnado em
uma só expressão.
Sombras e corpos separados
vida de momento.
De dia, um abraço ao vento.
À noite, ao travesseiro.
Copos quebrados.
Papéis rabiscados.
Sonhos e retratos espalhados
pela casa.
Espaços nunca preenchidos
perdidos no tempo do nada
no véu do mundo
em eterno desencontro
que sempre me leva a outro.

Aluga-se um amor!
Que capricha,
afaga,
respeita,
envolvida por alguma
discussão boba,
seguida de beijos quentes
e desejos ardentes.
Aluga-se um coração!
Sonhador,
pulsante,
vibrante,
que aquece em
noite fria,
faz charme,
abraça forte
e nada mais...

O que é o amor (Como é o amor?)

Que cara ele tem? Que tipo de roupa usa?
O que gosta de comer? É do dia ou da noite?
Será que gosta de ler? Usa óculos?
Tem fome ou já está satisfeito?
É de verão ou de várias primaveras?
Como ele se comporta quando está com frio?
Como anda atrás da gente? Se é que anda, porque ele pode voar.
O que é o amor?
É branco, é verde, é possível de tocar?
Ele é grande ou pequeno, tem a cara da verdade?
Tem curvas ou é uma linha reta?
Tem cheiro de flor?
Tem gosto de fruta ou de biscoito amanteigado?
A gente escolhe ou é escolhido?
Vem de calça, vem de saia? É salto alto que usa ou rasteira?
Vem da mata, vem do mar? Como é a expressão do seu olhar?
É firme? É doce? É ausente ou tão presente capaz de sufocar?
O que é o amor?
Tem o som do vento ou de rock and roll?
Como é o seu sorriso?
Como passeia pela rua? Pisando forte ou dançando por entre postes?
É rico ou pobre?
O que é o amor?
Se fosse bicho, seria peixe? Seria pássaro?
Se fosse humano, seria homem? Mulher ou criança?
É sábio? É burro?
Mora em casa ou apartamento?
Será que come feijão? Será que toma banho de borracha no verão?
Como são suas mãos? Longas, pequeninas?
Quentes, frias? Sedosas, ásperas?
Será que sabe desenhar ou faz rabiscos sem direção?
Já morou na lua? E numa casa na árvore, morou?
Gosta de usar cotonetes?
Quando se irrita franze a testa? Quando canta é desafinado?
Como é o amor?
É o que usa camisa azul ou o que segura o guarda-chuva?
Está parado na estação ou olha solitário pela janela de um vagão?
E suas palavras, são como sonhos de padaria?
Ele grita para todos ou susurra a um só ouvido?
Faz promessas? Se faz, as cumpre?
É narigudo, esquisito ou belo?
Usa meias furadas? Dorme de lado?
Gosta de brincar de dados?
Tem impressão digital? Será que vota nas eleições?
Prefere caminhar na chuva ou se esconder na caverna?
Que cara tem o amor?
Que tal um encontro?
Eu vou de verde e você “o amor”, leva uma rosa vermelha e segura pelo caule com a mão esquerda.
Se apresenta para mim, me diz como é, me mostra seu rosto, me conta do seu gosto, me deixa saber como você é e dessa forma eu prometo, não te erro nunca mais em nenhum outro encontro.

O encontro

Em breve ao encontro daquele mar,
Da transparência,
Do arrepio da água fria,
Dos grãos de areia que juntos desenham pegada,
Ao encontro das gaivotas cantoras,
Maresia é cheiro de coisa boa,
De dia farto de risada,

Olhar a linha do horizonte e só olhar,
Ouvir o silêncio e nele, encontrar um barulinho bom
Espuminha branca marcando território,
Parece colarinho de chopp mas é salgada!

Deitar e olhar o céu,
Ver depois das horas,
O rosa pôr-do-sol,
Receber de brinde as estrelas,
Fechar os olhos,
Sentir o clarão da lua,
Dormir e ver,

Tudo recomeçar...

Dúvida

Vou vivendo? Vou seguindo?
Vou mudando tudo? Vou administrando tudo?
É o fim? É o começo?
Ou trata-se apenas do meio...de um caminhar a mais do meio?
Sei lá! Vou seguindo...

Silêncio...

Fique quieto
E não faça barulho...
Ei? Voz de Deus?

Prova da Apnéia...

Meia-noite, hora marcada.
Segunda prova de apnéia.
A primeira já foi positiva...
Os demais testes também.

A família espera ansiosa...
Os médicos, de prontidão.
Se positiva também: fim...
Doppler craniano afirmará:

Fim de sua "bela" história.
Morte que gerou crianças.
Sorriso restou na memória.

Mas não morre a esperança,
Que num dado dia veremos
Crianças correndo no jardim...

Eu, Sem Você Sou...
O O O
O C O
O O O

Abraço dos Filhos...

Cansado, exausto, só pó,
Após outro dia de labuta.
Até abrir a porta de casa
Torna-se difícil, uma luta.

Mas assim que adentro,
Na penumbra, pela sala,
Ouço as vozinhas: papai!
E sinto algo que avassala!

E envolto pelos bracinhos,
Finalmente suspiro, respiro.
Fecho olhos, abro sonhos.

E ouço até mesmo sininhos.
Viajo longe, até quase piro...
Doce abraço de meus filhos...

Estou construindo a minha história, realizando os meus sonhos...faça o mesmo, não se perca misturando os seus sonhos com os meus, a sua vida com a minha...no final, não será nem eu, nem você, será um nada de algo meio perdido, meio bonito, meio feliz...mas não terá nome, nem forma, nem história que se conte com prazer.

Olhando Filhos...

Queria ser criança.
E, de novo, inocentar-me...
Sem mundo nos ombros...

Insaciável?...

Olho estrelas, após te amar.
E uma cadente me encanta...
E você, ainda incandescente...

Por Cima...

Percorro teu corpo...
De começo, apenas com o olhar.
E por fim, sem olhar...

Pare um Pouquinho...

Finalmente eu estanco...
E olho atentamente o meu redor.
A vida sem pressa é maior...

Na Praia...

Sal do mar
Salva-vidas
E guarda-sol...

Madrugando...

Acordo cedo...
Levanto-me com o sol.
E respiro a luz...

Crença, Criança...

Dia-a-dia, perguntamos...
E milhares de respostas aparecem.
Falta apenas acreditar?...

Tá Escuro?...

Iluminação...
Poesias são lanternas
Na escuridão...

Paixões Nesta Vida...

A lâmpada brilha.
A mariposa suicidando-se...
Muita luz, cega...

Nascente?...

Fonte de água.
Pedras com limo verde.
Riacho, desce...