Lealdade
De vez em quando, sinestesia e adrenalina merecem andar de mãos dadas. Cores, sabores, sons, cheiros, calor, frio e emoção a 1000 voltz.
Eu sei que há em mim
algo que quer se libertar
crescer, mudar
correr para o mundo
para as mãos livres da vida
sonhar, viver
sentir, desejar
e busca os campos verdes
admirar as estrelas
e desejar o infinito...
Liberte-me das correntes
me deixe sentir...
Sonhei que meu coração
era o mar
não o mar terno e calmo
de dias quietos e serenos
mas o mar cheio de fúria
de noites tempestuosas...
e seu desalento continuava
por noites sem fim...
O mar, já então calejado
debatia suas águas em angústia
espalhando gotas chorosas pelo ar...
Esse era o mar do meu sonho.
Esse era o mar do meu coração.
Esse negócio de querer fazer sentido... parei faz tempo, o mundo acontece e não
acontece... continuemos!
Capoeira, a Luta-Dança...
Chuveiro aberto, quente.
Porta aberta, segurança.
E o pequenino cantando.
Minha cadeira balança...
"Capoeira-a, capoeira-e"...
Vejo o corpinho gordinho.
Move bracinhos e cabeça.
"Que eu quero aprendê!".
Lembro da apresentação.
Ouço até os berimbaus...
"...com a voz no coração!".
"Eu vim aqui foi pra jogar".
Até minha criança já sabe,
Que a vida é lutar e amar...
Momento Único...
Chegou em casa...
Cansado do futebol.
Deitou em meu colo,
Comentando os gols.
Enquanto tagarelava,
Passei a te observar,
Traço por traço, cada
Sutil detalhe, nuances.
Me enxerguei em você,
Querido filho... As dores
Da vida foram sumindo...
Deus, como eu te amo!
E, acima dos "horrores",
Vivo por este momento...
Parque de Diversão...
Quando a caravana
Do parque cruzava a
Rua de paralelepípedos,
A alegria me preenchia.
Corria até a montagem
Das máquinas e barracas.
E meus olhos luziam mais
Que as luzes dos painéis.
Quando abriam os portões,
O faziam em meu coração.
E eu voava parque adentro.
Maçã doce, algodão do amor.
Brincava, e cantava, e sorria.
Que saudade daqueles dias...!
Meu Deus, Vou Morrer...
Trabalho com a morte
Dia após dia, "sempre".
Todos os dias vejo uma
Vida deixar este mundo.
Apesar desta "vivência",
Talvez pela louca rotina,
Talvez pela luta pela vida,
Não percebo minha finitude.
Quero dizer, não percebo
Que também vou morrer...
Ou melhor, quase esqueço.
E quando então lembro que
"Meu Deus, vou morrer...",
Iluminado, sinto: "Sou vivo!"
Odeio qualquer tipo preconceito. Mas acredito por sendo um, que os homossexuais em grande maioria, tem preconceito de si mesmo e dos outros do mesmo gueto.