Lealdade
Sai, pecador!
E bradava versículos bíblicos,
Condenando pecados alheios,
Alheio aos próprios demônios.
Eu, as vezes me pergunto qual o motivo de estar viva de tentar acertar se no final sai tudo tão esmagadoramente errado, se as coisas teimam em nunca ser como você sempre imaginou, quis ou acreditou. E mesmo assim você continua acreditando, mesmo sem saber em que, você dorme e acorda, acreditando que nunca vai morrer, mesmo podendo ser aquele o ultimo dia da sua vida!
Camafeu!
Não é o meu melhor. Sei que mais posso e mais sou. É o fato que a vida ronda muito mais que a morte, o limite do meu eu. No entanto, busco a sorte como forma de combate e me vejo em alto relevo retratada num camafeu. Ah! Insano mundo que gradeou meu olhar numa viseira de breu. Voilà! É que a garganta expele grunhidos enrouquecidos e febris de solidão.
Desconheço o meu melhor porque busco inconstância na obstinação que emana do lírico amor de Orfeu. Não existe mulher Eurídice. E nem mesmo o sal que ardeu suas entranhas é o mesmo sal que me ardeu.
BNão sei do meu melhor. Pode ser que ressurja do nada, faça-me e me desfaça e novamente dê adeus! Ou, quem sabe, o melhor já esteja e me faça menos excêntrica, mais vital, mais essência e nunca mais, Camafeu!