Lareira
Noite. Frio, lareira
corpo pede fogo
quente,
vem teus olhos
vem tua voz
pássaro canta, voa.
Leva, ao longe sinto...
sonho,
pele cobre minha pele
voz,
cobre meus ouvidos
chega a madrugada, peço arrego
colo
chamego,
longe estás...
outros braços, aquecem
outra boca,
cola, cala...
Tu, tão longe
distante !
amor é apenas fogo que queima com vontade, que a lareira que brilha como pétalas de estrelas caindo pelo céu azul
Era noite naquela sala e isso era certo, não pela varando olhando o céu, mas pela lareira acesa e os pés juntinhos.
Cobertos com o mesmo lençol dos primeiros dias relembravam naquele instante os primeiros beijos, as primeiras risadas juntos.
Os dentes ficaram pra trás, assim como o tempo ruim. Agora era festa, pois as bodas de vidro era comemorada com profundidade e amizade.
A cor do cabelo combinava com a pele dela e ele achava isso lindo.
O fogo era o clarão dos seus olhos ao encontrar por mais uma noite o dele. Não precisava da lareira. O vinho sobre a mesa e as taças nas suas mãos. Esperando o momento pra dizer adeus, mereciam por seu bonito amor mais tempo na vida. Por ser sua ele a tinha como um vidro verdadeiramente. Cuidava e quando cortava-se em seus pedaços de orgulho restaurava a pele do corte e o coração dela do ego indecente.
A cada toque, lento, e repleto de imensidão amorosa, ela acreditava que amanhã não estivesse mais perto do fim. A história dos dois não merecia o castigo do tempo. Superaram tantos bocados e tantos males de outrora que a pena existia nos seus olhares sábios.
Então deixou a sua senhora no sofá e caminhou ao quarto. Apoiado em sua bengala retornou e trouxe consigo um laço.
Era 30 de janeiro de anos atrás...
Ela enquanto o amava e se entregava em seu aniversário deixou cair do cabelo aquele laço vermelho.
Sorrindo e cansada no momento não se levantou, mas abriu os braços e aquilo já era perfeito pra ele.
Voltou ao sofá.
Juntou os pés.
Bebeu o vinho.
Abraçou seu maior amor.
Pra sempre no último instante.
Depois de certo tempo não se ouvirá falar dos dois.
Agora falam do amor que eles deixaram.
Sabe aquela vontade de estar
ao lado de alguém em um lugar paradisíaco?
uma cabana com lareira no alto da montanha
ou em um chalé numa praia linda e deserta?
...ela some, se torna tão sem importância
no exato momento que você se sente
abrigado e protegido no lugar mais
aprazível e aconchegante do mundo:
no coração da pessoa amada!
Daí pra frente, o lugar fica em segundo plano,
não interessa onde for, vai ser
o lugar mais bonito que você já foi
em toda a sua vida.
Estou indo Anjo
Mas deixo aqui uma flor
todo o meu amor e
minha lareira bem acesa ,caso voltes ...
Caso queiras um dia
banhar-te em meu enluarar.
Você se foi; despediu-se rápido, fora do tempo. Guardei lenhas, fiz o fogo, mantive a lareira aquecida para te deixar lá fora e fazer da minha morada interna um lugar mais aconchegante. Que venha a primavera, o recomeço. Mas fique tranquilo; guardei combustível, lembranças e livros suficientes para sua próxima visita.
(Victor Bhering Drummond, para o senhor Inverno).
Ainda vai me lembrar, de tudo que aqui esta
da poeira, do vento e da lareira
ainda um dia será lembrança
do que ignoro a viver
você dirá que eu estava
e eu direi que era mentira
lá talvez estava eu, não sentindo e nem vivendo
apenas isto meu amor, apenas viva isto
esqueça do amanhã, esqueça dos outros dias
acorde do que lhe faça mal, viva aqui comigo
depois parecerá um sonho, acorde de tudo
acorde e veja o mar, não vá embora sem isto
Acorde e veja o quanto é bonito meus olhos
acorde neste azul-mar, neste imenso sonho
acorde agora e viva comigo, viva comigo este sonho
vamos viver enquanto sonhamos, pois amanha talvez estejamos
em outras e outras lembranças, e quero me lembrar apenas disto
quero me lembrar das espumas e das pedras
das águas e da chamas arderem na pele
Vamos viver o que parece não ter fim
e o fim é apenas quando abrimos os olhos
então não abra, então veja, mas veja de olhos fechados
veja que estamos perto, que estamos perto de cada final
não acorde antes de sentir, acorde sentindo...
acorde após pensar em tudo, pensar em tudo que vai lembrar
agora meu amor, esqueça tudo que lhe fiz lembrar
e leve a lembrança para o fim, leve tudo que te fez de mim um dia
esqueça os dias que fomos felizes, lembre de cada dor
lembre de cada vez que te fiz esquecer
lembre de tudo que te faz esquecer
esqueça de tudo que me faz lembrar.
Em meio a turbulência, fecho os olhos, vejo um bom livro, uma taça de vinho, uma lareira e neve lá fora.
Agora que minh'alma alvorece.
É quando a lareira da lua
me doma
me beija
me banha e
de poesia me aquece.
nunca tive uma lareira
um sol caçula ou céu com lenhas.
um só cônsul no azul de Izabela
nunca estive numa cadeia, preso em presidir presunção.como todos presunçosos.
invento ventos que não voam nem velejam
quero um cigarro ou um café, prazeres ainda aleijam.
hu! doí-me isto
doí-me o risco
o cisco e o etceterras
sou super zé, zas-trás.
ET SEM TERRAS.
Eu e a natureza
som de um violão
Tocando uma canção
Vendo as estrelas
Realçar a lareira
Só nós e a natureza
Sentindo a calma e a pureza
A alegria se manifesta
e espanta a tristeza
Pela grama eu sigo
Em mim um grande sorriso
Vivemos a calma
Em um mundo de caos
Então amanhece
O sol aparece
E os pássaros encantam
O ar que nos fortalece
Então voltamos pro caos
Onde todos são mal
Que saudade já dá
Da noite que foi a festejar
Aquela horinha que a lareira
do insano acende
a boca tem sede
o corpo pede
os olhinhos sentem desejo
e eu
preciso embriagar-me
de novos ventos .
Senão morro ! rsrs...