Lagos
O lago em sua dimensão, nos remete o reflexo dos diversos lagos de esperança que temos dentro de nós.
Em cada gota faz-se o riacho;
Do riacho os lagos;
Dos Lagos grandes rios;
Dos rios grandes cachoeiras;
... Grandes coisas acontecem quando vive-se o natural de Deus!
A graça de Deus
Nem toda água contida nos lagos, rios,mares e oceanos,podem expressar uma gota da graça que por Deus é derramada em nossas vidas.
'ESCOLHAS'
A felicidade pousou nos lagos, fez morada nas águas e suas correntezas. Floresceu no verão ensolarado. Cultivou o inverno sombrio. No outono, o banho de rio te aguardas, favorável como o nascimento. Prepara-te para o bronzeamento artificial. Não precisas tirar as vestes, ou preservar o sapato macio. Emerges no sintético como viestes ao mundo. Planta tuas sementes em qualquer estação...
Não precisas pegar trem para a próxima parada, ou pagar pelo centelho. O horizonte é teu irmão e irmã mais velha. Atraí alimentos para o almoço, e não esquece dos famintos. Enfarta-te como os anciãos de muita labuta. Sorri! Praguejas! Emergi pela manhã com o sorriso de outrora e dizes que precisas de aconchego. O mundo vivido é raridade. Teu lar, é tua sublimação do amanhã. Crias a olho nu, com pedaços de tijolos, teus pedaços de vitrines, quem se importas com tua criação?
Sem distanciar-te dos rios e igarapés, enches o peito de boas recordações. Respiras como quem vai enfartar, e abre teus sonhos um a um, com certo cuidado para não caírem. Tira do ombro o peso das dores e trilhas o caminho que te foi dado, com paciência e hombridade. Usas teus dardos de maneira diferente das outras pessoas. Não perpetuas o ócio, como muitas pessoas fazem. Descobres o presente, e escreve tuas linhas. Linhas parecidas como as de ontem, ou do amanhã. Usa tuas vírgulas, dois pontos, reticências...
Escreve nas calçadas os enigmas que te fortalecem. Deixas cair a fina chuva nas noites de solidão e gritas até quando não mais poder, gritos verdadeiros. Enches uma concha e escutas o balançar das águas. Tudo parece tão distante, tão próximo. A felicidade é utopia criada para afagar o coração das dores do mundo. Carregas a tua [felicidade], na medida das tuas forças. Mas esforça-te nos olhares e nos sentidos. Olha as paredes em volta que te prendem e liberta-te enquanto podes...
Teus filhos dormem tranquilos e sossegados. A comida está à mesa, tem sabor agrião e cansaço. Espalha tua felicidade por mais insano que seja. Não impedes o abraço desconhecido que te fadigas. Sabemos, és ferido pelas circunstancias das buscas, mas não deixa tornar-te como os insignificantes. Beijas as mães que deram vida aos fortes e aos fracos e ser diário nas tuas diligências, fazendo do coração diamante, ou mera intuição. Tu decides...
"Minha morada
Moro onde o amor se encanta, nas paisagens extensas,
nos lagos dourados , nas matas serradas, lindo arrebol,
pintura de Deus com raios de sol...
Moro onde o ar é mais puro, o vento é atrevido
e levanta o vestido que passa distraído
Moro onde as ondas ecoam, batendo nas rochas
querendo saltar, ou lambendo a areia que se
faz de dengosa mas se deixa levar ...
Moro onde a noite é mansa, cálida, aí faço pousada,
vou contando estrelas, ao som da viola,
Tanto pra amar, tanto pra escutar, vida esparramada..."
Janela da alma
Pela janela eu vejo,
No coração eu desejo,
Mergulhar nos lagos dos teus beijos,
Simplesmente, eu almejo!
Almejo desesperadamente,
Tal presença em meu olhar,
Te materializo em minha mente,
Jamais deixarei de te amar.
Sonhar em caminhar,
Numa noite de luar,
Beijar, desejar e sonhar
Esse sentimento de amar.
Às vezes fico mudo,
Quando quero,quero tudo,
Ficar sem você? Eu me recuso,
Sem você? Ficaria confuso.
Se mergulho, é bem fundo,
Pois conheço vários mundos,
Sempre afirmo e não confundo,
Já não sou mais aquele moribundo.
Te amar é voar no céu,
Te beijar é provar o mel,
Sem você,sou torre de Babel,
Vazio e jogado ao léu.
Quero entoar o meu grito,
Tenho por você, um amor infinito,
Insisto,resisto e persisto,
Permito,consinto,não minto.
Lourival Alves
SELVAS DE LATAS
Um manto de concreto avança mata adentro,
devastando rios, lagos e cachoeiras nativas;
animais, pássaros, bosques e florestas vivas
já não existem mais; raras plantas no centro
das praças lembram o extermínio das matas,
ora convertidas em cidades – selvas de latas!
Ao visualizar tais cenas tristes e deprimentes,
um dilúvio de revolta me traspassa o coração,
só vejo frotas de veículos e cimento pelo chão,
canteiros de obras com guindastes insolentes,
máquinas e betoneiras, edifícios e habitações.
Deus! Cadê as selvas, os bosques e ribeirões?
Ouvindo-me indagar da sua majestosa criação,
o Senhor replicou-me com a magna sabedoria:
Das selvas o homem tira a relva e faz moradia;
dos bosques abate as árvores para construção;
dos ribeirões, expele os peixes, polui as águas
e de si próprio, extirpa a natureza sem tréguas;...
As selvas são hoje pilhas de latas barulhentas;
indústrias, carros e caminhões, fluem fumaças
ao ambiente; nas matas não existe mais caças;
com tanto dióxido no ar, já não chove ou venta
mais o zéfiro na planície; esvai-se toda beleza
do planeta azul no irracional açoite à natureza!...
Mas ai dos filhos de agora e gerações futuras!
O que semearem não ceifarão em abundância;
no desmatamento, obterão frutos da ganância;
e na maléfica poluição sucumbirão as criaturas
inocentes; a fauna e flora, outrora exuberantes,
serão miragens pela selva de latas sufocantes!
Indignado com tanta devastação, a Deus roguei:
divino Rei da Glória: – Que faremos à salvação
do habitat azul e toda sua encantadora criação?
A voz Onipotente num lépido favônio eu escutei:
com boa consciência a Terra não ficará perdida;
no reino dos mares e oceanos ainda existe vida;...
Será preciso considerar, preservar os recursos
ainda disponíveis no planeta; dispor sacrifícios
ao consumo sem dissipar água e desperdícios
de alimentos; recuperar todo bioma nos cursos
dos rios e mares; refrear a emissão dos gases;
e reflorestar a gentil floresta através das bases;...
Porém, acorde o ser humano do entorpecimento
fatalista; saiba que a Terra é o seu único destino;
mire os agravos contra ela, o seu berço genuíno;
seja realista e ajude toda a natureza com talento;
haja estima ao ecossistema e o torne condizente,
pois faz parte dele sendo seu térreo dependente!...
Se o homem exterminar toda sua natural riqueza,
eis que pouco restará à sua pobre sobrevivência;
os desertos predominarão e não haverá a ciência
que possa reaver às matas a sua original beleza!
Prevaricando a humanidade, todo o pavor advirá
ao planeta, assim a fúria da biosfera extravasará!...
Rastejará o homo sapiens, igual réptil pela Terra?
Sorverá o ar imundo pelas cidades, eternamente?
Dizimará todos os espécimens vivos, consciente?
Se assim insistir eis que lhe rondará a besta fera
do genocídio para tragá-lo à infernal aniquilação;
pois a terra dos viventes é única e sem exceção!
Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019
MANHÃS CABOCLAS
Ao amanhecer, o sol beija teus lagos e rios.
O canto do passarinho celebrando a vida
Pai cedo sai para enfrentar desafios
O raiá do sol invadindo a janela da sua casa
No clariá do dia
Café na mesa resplandece a simplicidade de ter a fartura que alimento meus filhos
Bênção pai, bênção mãe
O suor que corri em teu corpo é feito de bravura do homem humilde guerreiro que tu es.
Farinha no forno.... fogão a leinha queimando a panela preta que faz a caldeirada pro meus curumins
Pirão molhado pelo caldo do peixe
A fartura que vem das águas e matas...homem
Que sustenta sua família trazendo alegria á sua mulher...
Que leva nas suas orações á fé de que no final do dia seu velho irá chegar...
Cheio de esperança como alegria de uma criança...e a felicidades nos olhos de um lutador..
Amar
Eu ei de lhe amar até os dias acabarem,
As flores murcharem,
Os lagos secarem.
Não irei lhe abandonar se a fome chegar,
A morte nos arrodear,
A escuridão tentar nos abalar.
Sempre ficaremos juntos e se acaso eu morrer
Lembre-se que um dia eu jurei pra você,
Nunca te abandonar, nunca me perder.
A vida é rápida como o vento,
Não devemos ligar para o tempo,
Devemos aproveitar para se amar
Como se fosse a última vez que iríamos nos ver.
"A Razão dos teus olhos"
Os teus olhos são como dois lagos profundos
Que eu mergulharia, e não subiria para apanhar ar
Para aproveitar o lazer nos teus lagos
Com medo de te perder ao respirar.
Os teus lagos pacíficos
Cheios de mistérios
Me sufocam, a cada olhar.
Faça de mim a menina dos teus olhos, razão do meu ser
Pois és tu, tirando o meu ar, que me faz viver.
A solidão se desmanchou em chuva
Ensopou as ruas do meu coração
Onde havia buracos de mágoa
Lagos cheios de paixão
A solidão tem dois lados
Pra quem quer
Pra quem pode
É um adeus mal colocado
CONVÍVIO COM A NATUREZA
Lagos e árvores enfeitam a natureza,
Em harmonia absoluta e calma,
Aflorando aos olhos toda beleza,
Como se fosse bálsamo para alma.
Como molduras, dando vida ao ambiente,
Um lago azul, um lago verde se convivendo,
Numa imagem deslumbrante é diferente,
Numa impressão de que um está vivo e outro morrendo.
É uma paisagem diferente toda exótica,
Bendita obra de Deus a criação,
Mas que por certo, se explica e tem lógica
Pois transborda de alegria o coração.
Entre os lagos e as montanhas convivendo,
Ao lado deles a pequenina cidade,
Minha pacata calma, nesse clima, vou vivendo,
Desfrutando a vida na maior felicidade.
Lágrimas que curam.
Chorei...
Ah como chorei....
Chorei rios...
Chorei lagos...
Chorei mares...
Chorei com as chuvas...
Chore garoas...
Na relva...
Lágrimas de orvalhos gotejavam sobre as folhas...
Chorei agruras...
Chorei amarguras...
E como chorei....
Mas quanto mais no deserto eu andava
Mas as lagrimas vinham secando em minha face....
Chegou um dia parado chorando fiquei...
Engoli....
Me balbuciei calado...
Em cima de tudo que chorei...
E não sabia que tudo um dia passaria....
Hoje...
O que á em mim...
É uma fonte de águas cristalinas....
Onde jorram...
E deságuam no mar....
O que chorei das dores no passado...
Posso eu dizer...
Agora é mais que todos os valores....
Deixei os horrores...
Deixei as dores...
E estou em busca...
De todos os amores....
Pra que um dia....
Em todas as Primaveras..
Colherei e Repartirei....
Todos os frutos....
E todas as flores....
Que minhas lagrimas regaram...
Que na terra Plantei....
Autor:José Ricardo
Teus olhos são lagos serenos, onde eu posso navegar;
São ladinos, são envoltos, e gostam de me sondar.
Poesia
Poesia é a mansidão dos lagos,
a terra em que nascemos,
a desgraça de alguns;
a ventura de outros. Tudo é poesia. . .
Poesia é a chuva que se precipita
para fertilizar a terra ainda seca,
indo-se juntar aos córregos,
rios e cachoeiras, em busca do mar,
ou voltando-se logo a evaporar
em camadas de densas gotículas;
precipitam e se tornam à noite
em gotas de orvalho, acalmando;
trazendo a paz e consolando
filhos de horas mortas.
Na madrugada, a depositar-se nas pétalas,
quiçá, primeiras da flor singela,
que desabrocha a espargir suave a fragrância,
em cujo frescor se mistura ao perfume do campo
a atrair pirilampos e joaninhas;
abelhas e beija-flor, entre outras vidas,
a declamar poesia.
Poesia é a mesa do bar
onde cada um tem a história
de um sonho não realizado.
Poesia. . . É a sombra do passado
que prenunciou ventura
e nos dá no presente
nada mais que amargura.
É um mundo de incertezas. . .
De castelos construídos,
aos pés de outros desmoronados
"Lembre-se, a chuva que alaga cidades, que formam lagos e rios, que deságuam na imensidão do mar, é formado por gotas."
Variante
Lágrimas viraram lagos;
tapas viraram afagos;
metal virou samba;
corda virou bamba;
desabafos viraram poesia;
“quebrando pedras e plantando flores”,
melodia virou harmonia.
“Vive dentro de mim a mulher da vida”.
A mulher que eu, você e eles construíram.
mas por favor, não pense que o projeto se encerrou.
O prazer da sobrevivência ainda é meu.
O acaso e as fortunas ainda são meus.
Sei que a certeza certamente não se mostra certa
mas, por favor
não me confunda com uma carta aberta
e não deixe que minha liberdade ofenda o seu rancor.
O Pescador
Que te passas pela cabeça, ó pescador de lagos desertos?
Vens assim com o teu barquinho disfarçado,
Com intenções agasalhadas na surdina,
Sem anúncios, sem aviso, sem nada?!
Por acaso pensas que meus lagos podem encher tuas cestas de peixes?
Meus lagos não saciam tua fome de abundância,
Porque também sentem o peso da escassez,
Perecem todos os dias sob o sol do abandono,
E morrem a cada amanhecer na solidão.
Os ventos passam levando minhas águas,
E meus lagos vão secando tristemente,
com bocas abertas pedem socorro,
Enquanto definham no silêncio,
Refletindo o céu que parece sempre mais distante...
Rozilda Euzebio Costa
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