Lago
E de repente, eu me vi distante de tudo o que eu considerava bom pra mim, eu estava tão longe de todas as expectativas de vida que eu exigia de mim mesma. Não sei ao certo o que houve, porém sei que estou triste com esse fenecimento, tão doloroso e muito cruel.
Sim,estou fugindo de suas palavras de novamente,eu ouvia sua voz frequentemente me chamando.Toda vez que você me procura, meu coração se desgasta.
Você escolheu suas palavras desesperadamente, porque este era seu único lugar.Toda vez que você me ama, este amor se desgasta.Você não pode voltar para seu lugar que havia se tornado seu apoio para viver.Você ainda está confusa.
Não chore de novo e de novo, eu não posso te amar.Não faça de mim uma memória ruim.
Eu não consigo encontrar as palavras certas para preencher esta grande distância.
Eu sabia que não seria capaz de capturar a distância com as estações do ano passando tão rápido. Por favor, não chore pelo tempo que não voltará mais.
Eu treinei aquelas palavras umas mil vezes, eu estava tentando achar uma maneira de te dizer tudo aquilo que me sufocava, que expremia meu coração.
Eu sempre achei que estava preparada, eu estive tão perto de conseguir mas fracassei. Vi tudo aquilo que eu tanto amava, aquilo tudo que tanto amei se perdendo no infinito, indo para longe, eu nunca mais iria te ver.
Mas por alguma razão que desconheço, eu continue te vendo em meus sonhos. Era tudo tão diferente, bizarro porém tão mágico. Eu podia te sentir tão perto, tão próximo mas ao mesmo tempo tão distante.
Eu te perdi, mas no fundo nunca aceitei.
Talvez
Um dia você olhará para trás
irá se perguntar o por quê de não ter tentado.
Talvez você chore, talvez só se lamente
talvez peça a minha volta, talvez me vire as costas
talvez eu ainda queira você, talvez eu continuarei te amando
talvez mesmo eu te querendo e te amando,
eu te vire as costas,
talvez você não se importe.
Dizias que amavas mas não mostravas, sabias que erravas mas nunca mudavas, fizeste tudo errado e agora és passado, respiro de novo este ar renovado. Tu não, não és pra mim. Por mais que custe eu vou ser capaz, juro a mim mesma não voltar atrás, vou ter saudades mas tu não vais saber, vou pensar em ti até te esquecer.
Dias bons
Estou tentando decifrar,
os enigmas do seu sorriso
lembrando-me dos dias bons,
dos dias passados.
Eu não queria acordar,
eu poderia viver para sempre ali
lutando com o impossível
para lhe ter ao meu lado.
Eu deveria ter descoberto antes,
o quanto eu perdi, o quanto eu deixei pra trás
para simplificar o medo.
Uma das coisas mais incríveis que existe é o triunfo do espírito. Quando ele prevalece, tudo se torna extraordinário.
Os seus olhos não conseguem ver o que sinto nem as lágrimas que percorrem o meu rosto, não pela distancia que estamos mas sim pela frieza do seu silencio.
Comer com as mãos ou de garfo e faca?
Não é todo dia que me pego pensando sobre tudo que eu faço durante a minha rotina, é o tempo todo. Chega a ser perturbador a quantidade de assuntos que me vêm e vão sobre coisas aleatórias e que me fazem por milésimos de segundos ter uma explanação rápida sobre o conteúdo, e quem convive comigo ou já conviveu sabe do que eu estou falando. Destes milhares de pensamentos reservo alguns minutos por dia para me aprofundar sobre um determinado tópico que insiste em martelar questionamentos na minha mente. Afinal, filosofar está intrínseco no meu ser.
É domingo de manhã, e para me agradar faço o meu lanche com a maior calma do mundo. Analiso os ítens que tenho na geladeira e decido que o cardápio do momento é: torrada e suco de limão, o meu preferido.
Sinal verde para avançar o equipamento me libera a passagem para degustar o alimento escolhido a dedo, e já entrando no cerne da questão penso o quanto gosto de comer e de saborear o que estou comendo.
Quando coloco a torrada no prato, penso onde vou comer, se na mesa ou no sofá, se pego talheres ou se pego guardanapo. Eu sempre penso isso, e em todas as vezes pego guardanapo e como a torrada com as mãos, seja onde for. Entre o certo e errado da etiqueta eu fico com a segunda opção.
Estudos apontam que o ato de tocar o alimento faz com que as percepções cerebrais sensoriais fiquem mais aguçadas, e, por isso, o sabor é melhorado e, consequentemente, isso faz você comer mais. Tá aí, tá explicado o meu sobrepeso hahaha! Brincadeiras à parte, confesso que observo não só o ato de comer e saborear o que estou ingerindo, mas tudo aquilo que quero alimentar.
Na minha reflexão e no estudo mencionado, o tato é algo a ser observado com calma, uma vez que o detalhe faz toda a diferença e dá um toque especial ao que vamos alimentar. Penso que todo o cuidado que dou a algo melhora significativamente quando me atento a forma de contato, e o toque tem sido um diferencial.
O que eu quero saciar tem que de alguma forma se originar de sensações predeterminadas. É com o tato, maior órgão do corpo humano, que eu estreito a minha relação com aquilo que tenho fome, e eu nem estou falando de comida.
Olga Lago
Chuva
Chuva é bom... rega a terra, molha o rosto, lava a alma.
Vento é bom... espalha folhas, sopra os cabelos, refresca meu ser.
Sol é bom... clareia o caminho, esquenta o dia, aquece o coração.
Mar é bom... leva o barquinho, traz o pescar, saboreia com sal.
Fogo é bom... derrete metal, ajuda a cozer, queima aqui dentro.
Chuva é bom... rega a folha, molha os cabelos, refresca o dia, lava a alma, inunda meu ser.
Há uns dias eu era livre; solta...
Há uns dias eu era cética, fria...
Muito tempo, mesmice, cotidiano, crendice, centrada, ponderada... emoção, calada.
Tudo muito chato, cafona... sem amor, sem dor...
Quem não arrisca não petisca... quem não é visto não é lembrado... quem não vai pra pista não dança.
E quem disse que eu queria dançar? Quem disse que eu sei dançar essa bossa?
Quem disse que esse tal de amor existe? Onde vc escutou? Quem foi que falou?
Acho que não passa de crendice...
Esse tal amor, tem regras, cláusulas, leis, garantias ou prazo de validade? O cartório reconhece a veracidade? É utopia ou realidade?
Minha testa franzida não me diz nada, ela simplesmente não fala...
Te amo mais que a abelha ama a flor, tu és o meu melhor sabor. O sol que brilha no meu caminho. És no balanço do mar meu Porto Seguro. E eu guardei pra ti o amor mais puro.
Fim de papo. Fechou a cortina, acabou o espetáculo. E a última cena foi mais um fiasco, de quem mal representou.
Fim de ato. Pode ir para o camarim tirar a maquiagem, porque ela não serve nem mesmo de ultraje pra esconder seu mal humor.
Ô ô ô A peça acabou e restou desse envolvimento apenas fragmentos de um falso amor