Lago
Viver alimentando o ego é só substituir uma alegria momentânea por outra.
A felicidade absoluta vem das coisas não tangíveis, aquelas que são insubstituíveis. Como a realização pessoal, o afeto e o reconhecimento, por exemplo.
QUADRAGÉSIMO HEXÁSTICO
revela teu caráter ético
transmigrando do único “si”
e revela o “si” coletivo
verbo da ossatura do ser
que te fará sujeito númeno
nos campos trigais da existência
Se querem mesmo saber: eu estou cansado desses poetas ditos sagrados, em verdade são uns desgraçados da sorte; são o caldo cultural de uma indústria poético-literária, que têm nos seus livros a exploração póstuma desses escribas que deveriam está definitivamente enterrados.
É preciso tirar a Poesia das prisões intelectuais. O claustro deve ser abolido. As “igrejas”, os “monastérios”, os “colégios”, as “academias”, são todas elas formas de prisões que transformam
e manipulam o poder de imaginação do poeta. Poesia é sinônimo de liberdade plena.
POEMA É TODA LIBERDADE
De João Batista do Lago
Há novos sofistas por aí!...
Preceptores de falsas imagens
Formando coros de aedos,
Papagaios de falsas mensagens.
Sujeitam o poema aos grilhões
Dum isotropismo arcaico e rude,
Forjando a palavra como ferradura,
Ofertando ao intelecto como moldura.
Aos tolos imprimem valor denotativo
E cravam no coração do imaginário
A mentira como princípio ativo:
A metáfora como essência do poema!
Ainda que prostrado no chão diz o poema:
“‒ A essência que me há é toda liberdade de imaginação.”.
AUTORRETORNO
Eis um póstumo chegando aos esgotos do paraíso para viver sua eternidade!
“Recevez en retour cet être qui est votre création.” – assim falei para um barbudo
sisudo sentado sobre uma nuvem de merdas…
Claro! Descarreguei minha raiva porque não queria estar ali
naquela situação idiotizada, diante duma besta que me pretendia julgar
pelos feitos – bons e maus – duma vida que só queria que fosse minha.
O canalha divinizado ouviu-me impassível como se Deus fora!
Olhou-me e descarregou uma gargalhada celestial – mas demoníaca!
Pasmo fiquei diante daquela insanidade divinal, de miserável sabedoria.
Afinal, quem pensara ele fosse para me dar – a mim – aquele tratamento!?
Porventura, não sabia aquele idiota – que tudo sabe! – ser-me um poeta!?
Imaginei-me estar diante do meu outro Demiurgo – tão criador!… tão criatura!…
E logo percebi que aquele demônio era pura e tão somente uma ilusão!
Merda suculenta nos esgotos das veias da Hybris de nossas criaturas.
Autocídio
morro-me a cada instante
da desesperada dor da fome
morro-me em cada semblante
que se consome
no desesperado desabrigo
morro-me nos olhos
da criança abandonada
morro-me na juventude drogada
morro-me no pai sem trabalho
morro-me no filho sem atalho
morro-me na mãe
que se morre na família
morro-me na falta da floresta
morro-me quando se morre
o lago,
o riacho,
o rio e o mar
morro-me, enfim,
quando Pandora morre-se
(...e de tanto me morrer a cada instante
morro-me na palavra que se morre!)
JOÃO BATISTA DO LAGO
Nasceu em 24 de junho de 1950, em Itapecuru Mirim, Maranhão.
Se considera um poeta “surracionalista”
(palavra cunhada pelo filósofo Gaston Bachelard),
ou seja, “tal qual no surrealismo utilizo as palavras como objeto para alcançar o objetivo de uma ‘experienciação’ para uma nova realidade experimental, sacando-a do campo da simples epistemologia e introduzindo-a no campo daontologia pura; (...) isso sugere a desverbalização da palavra em si, de si e para si, o que significa a desconstrução do discurso da palavra ou do texto homófono, para constituí-lo e fixá-lo como ‘sujeito’ do discurso substancial, real e concreto”.
Outra paixão:
o jornalismo - profissão exercida há mais de 30 anos
“Larga mão de ser boba, menina. Desde quando ele vale o teu sofrimento? Tua maquiagem borrada? Cabelo desfeito? Sorriso forçado? Te ilumina. Transborda de alegria e esparrame pelas vilas o teu cintilar. Regozija-se. Te mostras esplendor, deslumbre, magnificência. Larga mão de ser trouxa, menina. Larga!”
Desculpe a bagunça! É que por aqui, já passou várias tempestades, á última me levou o teto, me deixando as estrelas!
esta data tão especial, quero parabenizar você por seu aniversário. Hé, mais um aniversário chegou, e hoje não deixe a tristeza atrapalhar o poder que os sonhos realizados tem para te mostrar. Aproveite o dia que Deus separou para você e sorria com muita emoção, eu vim aqui para te desejar um simples parabéns, mas com um carinho que não cabe no peito de tanta felicidade em poder esta aqui nessas linhas mostrando o quanto você é especial! Que você alcance todos os seus sonhos e objetivos. Desejo a você um belo dia, cheio de coisas boas e pessoas importantes ao seu lado... sinto-me aí! pois me sinto especial.
"Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo."
Platão
Esta e a palavra de ordem para este ciclo que se inicia!
Hé! um ano se passou
vejo que foi um ano difícil cheio de perdas, mas de novos começos, chego a conclusão, que eu não tenho idade, tenho vida, e é esta que me escapa pelos dedos.
Eis o começo de novos tempos, novos ventos. É hora de renovar os votos, os sonhos, as vontades, os desejos, oportunidade de reciclagem ao corpo, alma e o coração, a vida é um ciclo, os amigos de hoje não serão mais os amigos de amanhã!
As pessoas erram e as marcas desses erros permanecem como cicatrizes para sempre, sáb aquele sentimento de dor, ou rancor. Aquele "amigo" se afastou, um amor antigo que me machucou, volto ao tempo para dizer com toda a certeza, que tudo isso já passou.
Aprendi e estou aprendendo a lidar com meu lado sombra e a fazer brilhar meu lado luz, não é fácil em um mundo de máscara, mas apredir a ser político, sem perder minha essência. Estou em uma fase nova da minha vida é um novo ciclo. Estou mais maduro. Mais homem e sei muito mais o que eu quero e, principalmente, o que eu não quero em minha vida!
Eduardo Moreira
“Disse Mário Quintana que "a noite acendeu as estrelas porque tinha medo da própria escuridão." Eu digo que, assim como as estrelas, acendemos sentimentos em nós, pelo medo da nossa solidão.”
TRIGÉSIMO PRIMEIRO HEXÁSTICO
para o homem o que é do homem:
‒ sua fraqueza e fragilidade ‒
Para o ser toda a eternidade
‒ toda potência de vontade ‒
o homem é um pobre coitado
ser é um sujeito iluminado
DESPERTAR DO SER
De João Batista do Lago
Sinto o desespero dos sujeitos
que se desgraçam em seus desejos,
que se perdem no lodo de suas verdades,
que se encavernam em suas culpas,
que se morrem sem a possibilidade do renascer!
Esses garimpeiros de desejos
são profetas cosmológicos insanos,
enclausurados em suas distopias seculares;
pouco sabem da potência da força
que lhes podem transformar em demiurgos!
Plenos de suas verdades seculares
subjugam o outro sob o canto do amoral,
arrastando massas para o sepulcro abismal
sob o em riste da espada ditatorial,
que degolará qualquer mente que não se pretenda igual!
Ó irmãos de culpas várias e impostoras,
Não vos acomodeis com o jugo opressor,
Não aceiteis as sombras como realidades únicas,
há, por certo, força luminosa em vosso corpo
capaz de livrá-los dos proféticos grilhões
(Aí, então, sabereis do novo renascer e
aprenderás que a única liberdade possível
é a liberdade que te permitirá demiurgo do ser.)
TRIGÉSIMO SEGUNDO HEXÁSTICO
nada existirá além de ti
retornarás para ti mesmo
caso pretendas a verdade
toda estética do sujeito
mora no teu poema profundo
versos que transcendem o ser
O Catilina contemporâneo continua vislumbrando o domínio da nação. Asseclas desesperados ‒ depois de enganados! ‒ agora imploram uma réstia de luz para a escuridão governamental.
TRIGÉSIMO TERCEIRO HEXÁSTICO
A loucura da pós-verdade
imanta mentes toscas… líquidas
sem formas descem rios de nadas
única ação: ser a manada
que logo será consumida
pelos algozes comensais