Laços
Pedaços de afetos, abraços amáveis, laços sinceros, emoção calorosa de uma rara simplicidade, a pureza de um universo feito de amor, lindas estrelas, grande luminosidade, brilhando reunidas num vasto céu azul, vida cativante que inspira a arte, ocasião apaixonante, tem valor em cada detalhe, fase marcante, a construção de uma saudade que um dia fará lembrar de que nada será como antes, daí, a razão de ser uma preciosidade.
"" Tens algo encantador
tens tudo nos braços
tens nos laços
todas as formas de amor
E és soberana, diva
quando sabes ser menina
longe dos laços da dor
se fui peregrino
foi antes de ser menino
antes de sentir teu calor
e o mundo,aquele paraíso desejado
agora é apenas estar ao teu lado,
curtindo um deserto em flor...
" Não sei,
que de distâncias, tento não entender
prefiro encurtar, chegar aos laços
aos abraços
não sei,
mas sinto o recado no teu perfume.
cheiro que conheço tão bem
e mesmo diante de pouca distância
me contenho
e tudo que sei,
é esperar...
Não defina
exprima fatos
dê aos laços
nós
e a sós, pense em momentos
nossos
assim, definir-se-á
tudo
inclusive o amor...
Noite chegando, domingo acabando.Faltaram abraços soltaram- se os laços , casa vazia saudade vigia.Vem um nó na garganta.E o sono com fome do sonhos que se alimenta da solidão ao colocar a vida em raras esperanças insisto na saudade de um amor que passou Porém a luta se acaba em lamentos por um coração que não sei se me amou. O vento que passa sussurra ao ouvido,se a noite passada você não dormiu por causa de alguma tristeza ou aflição, não se preocupe você ainda desfrutará de uma excelente noite, cheia de sono, de sonhos e de rejuvenescimento das suas forças. A distancia pode te impedir de abraçar mais nunca te impedira de amar.Boa noite.
você se compara?
eu não quero usar laços
eu quero usar bandana e lenço
eu não quero usar vestido rodado
eu quero usar vestidos de cetim
eu não quero ser a loira
eu quero ser a castanho claro
eu não quero me cobrir de maquiagem
eu quero a maquiagem que não ofusca
eu não quero ser toda magra ao modelo
eu quero ser o corpo em que eu nasci
eu não quero
e não preciso ser uma cópia
eu nasci original
e vou morrer
me honrando.
não se perca tentando seguir um padrão
isso custa quem você é
e pra voltar atrás
custa caro.
LAÇOS QUE DÃO NÓS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Todo agora é um aviso do depois;
É o início que fala sobre o fim;
Uma vida que tende a ser a dois
Requer muito critério antes do sim...
Essas pedras da estrada vão pro rim,
Quem amamos se torna o nosso algoz,
Quando amar é doer; e mesmo assim
Persistimos em laços que dão nós...
Viva cada episódio vendo além;
Não apresse uma prece, o seu amém
Só é sábio no justo fechamento...
Nem deguste uma sopa não servida;
Um olhar adequado sobre a vida
Pode até decifrá-la num momento...
NÓS, LAÇOS E NÓS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Bem sei que tenho minhas variações de humor. No entanto, são variações de pessoa para pessoa, porque lido com diferentes personalidades ou naturezas humanas. Se gosto muito de algumas e de outras nem tanto, ou se detesto aquelas e sou indiferente a estas, é natural que revele, a depender da pessoa, um indivíduo diferente. Que outra pessoa desconhece.
Se neste contexto sou assim, minha natureza muda, individualmente. Para o mesmo indivíduo, tenho sempre a mesma temperatura; o mesmo grau de humor. Sorriso ou cara feia; empatia ou apatia; proximidade ou distanciamento; limite ou intimidade. Sou previsível para quem me conhece. Alegre ou triste, assoberbado ou vago, preocupado ou não, manterei cumplicidade ou sigilo; serei formal ou desinibido, avexado ou sem pudor como fui ontem, hoje ou no ano retrasado, conforme a relação interpessoal.
De vez em quando me distancio de alguém bem próximo, depois de relutar muito, internamente. Sei que deixo interrogação, mas isso ocorre quando me sinto na iminência de mudar a natureza da relação: estabelecer novos critérios, diminuir a cumplicidade ou burocratizar os laços. Transformar quem ponho acima de qualquer cuidado, cerimônia, suspeita ou intenção, numa pessoa impessoal, por suas variações de humor que me deixam inseguro e apreensivo sobre como deverei me comportar no dia seguinte. Muitas vezes, até na hora seguinte.
A desbotar os laços mais estreitos, os afetos mais íntimos e pessoais, prefiro apagá-los totalmente. Não tenho nenhuma disposição para tanto, nem é de minha natureza operar um processo de abatimento nos valores afetivos, até que sejam negociáveis conforme a conveniência de quem já não pode acompanhar o meu jeito fixo, definido e previsível de ser.
NÓS, OS LAÇOS E OS NÓS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ao perceber que o carinho, a preocupação, a devoção e a presença incondicionais que você tem dedicado a uma pessoa começam a gerar desconforto, indagações oculares, e a ser recebidos como excessos, não se equivoque. Não retire os excessos. Retire tudo.
Relações freadas tendem a se tornar decrescentes, e as relações decrescentes agonizam... viram mortes lentas e silenciosas. Não vale a pena transportar o peso de um moribundo que, se dependesse do seu afeto, viveria plenamente até que a morte física impusesse o fim a uma trajetória que teria valido a pena.
Jamais implore recíprocas. Não peça esmolas de amores nem de amizades. De cumplicidade ou de confiança. Se uma das pontas de uma relação se torna esquiva, monossilábica e, principalmente, armada, quanto mais cedo a outra se render ao basta, menor será o sofrimento e mais breve a cicatrização.
Aprenda, você também, a não causar frustrações: se é para fazer esfriar, distanciar ou inibir depois, nunca deixe aquecer, estreitar nem criar empatia. Não cative, para não ser responsável. Você pode ser forte, marmóreo, blindado, inoxidável, mas muitos não são assim.
DOS LAÇOS CONSANGUÍNEOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
As hierarquias são próprias das relações trabalhistas; dos partidos políticos; grupos e agremiações, inclusive de amigos, e das religiões - não há nada mais hierárquico do que as religiões. O mundo está inteiramente montado nas hierarquias, pelas quais manda quem pode; obedece quem tem juízo. Vale mais quem tem o cargo mais alto; quem tem mais a oferecer ou trocar. Em muitas hierarquias, uns têm todos os direitos; outros, apenas deveres e obrigações. Em todas, respeito e admiração significam vantagens; interesses recíprocos; o eterno toma-lá-dá-cá.
Só acho que nas famílias não deve ser assim. Em minha visão, famílias não podem ter patamares; termômetros sociais, religiosos ou de quaisquer outras naturezas. Ninguém deve ser melhor por ser mais forte, culto, bem sucedido, puxa-saco, influente ou até bonito. Quem dá mais, menos ou nada, conforme a realidade pessoal, tem o mesmo valor. O religioso e o profano; o centrado e o extrovertido; quem cultiva este ou aquele gosto, não importa: não há de haver medida nem torneio. Comparação nem justiça quantitativa. Ninguém conquista o direito de falar sempre mais alto e achar que ao outro cabe apenas baixar os olhos e obedecer.
As discussões em família não devem ser palestras ou lições de moral de uns e obediência plena; silêncio litúrgico dos mais. Podem ser conversas brandas, de igual para igual, mas também bate-bocas; barracos. Em nenhum dos casos cabe haver lado herói nem vilão. Ninguém marcado como quem sempre erra ou coroado como quem sempre acerta. O mais ofendido e com direito a ficar "de mal". "De bico". "De ovo virado", até que o adulem repetidamente, pois a sua importância exige um mutirão pela esmola do reconhecimento de que ele não é perfeito. Só quase.
As relações familiares não são pirâmides. Não é justo que elas sejam pautadas por méritos ou valores externos. Ninguém é melhor. Pior, só se for de comprovada má fé; mau caráter; índole perversa. No mais, cada um tem seus defeitos e virtudes; problemas e soluções; erros e acertos. E todos devem se completar, pelo fato de que onde uns erram outros acertam. Ao invés de hierárquicas, as relações de famílias devem ser de amor... ou as famílias não são exatamente famílias.
"Independência emocional é não procurar ser lembrado por laços genéricos para ser feliz, e muito menos querer impressionar pessoas que nem sequer te deixam em segundo plano."
CONTO SEM FADA
(Um apelo pós-eleitoral)
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Reatemos os laços com nossos afetos;
com o próximo aos olhos; ao toque da mão;
há um breve perdão que restitui a vida
sobre todas as mágoas que o peito acumula...
E deixemos os deuses em seus tronos tristes,
em seus céus infernais entre anjos de araque,
sob ternos e fraques ou fardas e faixas
que não cobrem vergonhas expostas em atos...
Somos nossas verdades; eles não são nada;
só um conto sem fada que ainda seduz
quem não sabe ceder nem despertar do sonho...
Reolhemos pra nós pelo prisma de antes
do inferno de Dante ao qual fomos expostos
por escravos de postos que nos escravizam...
Numa instituição onde a produtividade a priori é o foco, não existe amizade ou laços familiares...
Há simplesmente negócios!
100723
O Presente que Escapa: Entre Laços, Lapsos e o Agora
O presente é a agora que não se prende,
Um instante que escapa pelas frestas do tempo,
Como areia entre os dedos,
Invisível, ainda assim tangível.
É o segundo que te chama à atenção,
Mas que, ao ser percebido, já é passado.
O presente é uma oferta efêmera,
Um laço desfeito com o primeiro puxão.
Às vezes, ele chega embrulhado em papel de expectativa,
Com fitas de promessas que desatam lentamente,
Outras, é o silêncio de um dia comum,
Sem laços, sem pompa, apenas presença.
E há o presente irônico,
Que te prega peças com suas surpresas inesperadas,
Te dá o que não pediu,
Ou o que já tinha esquecido de desejar.
Há também o presente que vem das mãos cansadas,
Um ato de autocuidado num banho quente,
Num café tomado devagar,
Um gesto singelo de gentileza consigo mesmo.
Alguns presentes não cabem em caixas.
São momentos, são pessoas,
São olhares que falam mais do que palavras,
Ou aquele abraço que diz: “Estou aqui”.
E então, há o antipresente,
Aquele que, em vez de dar, tira,
Que se manifesta na ausência,
Não que não veio, não que não é.
Você enviou
O presente é também o tempo que desafiamos,
Quando adiamos nossos sonhos para um amanhã
Que, quando chega, já é tarde demais,
E nos resta só o arrependimento de não ter vivido o agora.
O presente é o paradoxo do real e do fugaz,
A certeza da incerteza,
O tesouro que se encontra no aqui,
Mas que só os atentos dão ver.
Então, o que é o presente?
É o agora, o efêmero, o toque de mãos,
O sorriso inesperado,
Ou o silêncio reconfortante da solidão.
O presente é o que você faz de si,
Um espelho do que decide aceitar ou rejeitar,
É o tempo que você olha de frente,
E espera que você o veja antes que ele passe.
O ninho está vazio. Mas os laços continuam inalterados. Todo o amor trocado, todas as lições aprendidas constituem força renovadora e muitos frutos ainda darão. Mais que solidão passageira é multiplicação.
NÓS E LAÇOS
quantos nós
entre encontros
e desencontros?
tentando dar laços
abraços
no desconhecido
o amor
é substantivo
definitivo
que ata
e nos arreata
Luciano Spagnol
Rio, 15 de julho, 2008
Vamos fortalecer os nossos laços ético-afetivos, com honestidade intelectual? Isso é muito difícil?