Labuta
Pedras da Labuta
No palco da vida, os contrastes se entrelaçam,
Onde uns têm praias e outros, a labuta sem parar.
Choro e fome afligem os humildes,
Enquanto fama joga prata ao vento no ar.
Tempo impiedoso no ambiente ruge,
Escurecendo lembranças na memória,
O calor arde, o dragão voraz.
Partimos repentinamente,
Sem delongas, seguimos em frente,
O passado não mais nos satisfaz.
Ser feliz é sonho a alcançar,
Sorrir e cantar é a essência a buscar,
Mil invenções borbulham em nossa mente,
Mas é quando a poesia se arrebenta,
Que as pedras, enfim, revelam seu canto apaixonado.
Neste mundo diverso, desigual,
Paisagem que oscila entre luz e sombra,
A música dos destinos ecoa, sem igual.
Quem é próspero vive à beira-mar,
Mas quem labuta sem ter lar.
Quem não chora, passa fome a penar,
Mas quem tem fama, joga prata no ar.
O tempo, implacável, impõe suas marcas,
Nos desafios, construímos nossa história,
Caminhamos sem parar, em busca do lugar
Onde a felicidade vem nos abraçar.
Com sorrisos e canções a acompanhar,
Criamos o verso, a prosa, a melodia no ar,
E quando a poesia ressoa e se liberta,
São as pedras que cantam, enfim, com alma inquieta.
Preta
Preta cansada da luta
levanta e labuta pra se sustentar
Mesmo cansada e sem tempo
Arruma um jeito pra poder sonhar
No caminho do trabalho pensa
num atalho pra viver seu sonho.
Mas o mundo em que vive
silencia e sabota seus planos.
Sem dó abrem as feridas
Sem te conhecer julgam sua vida.
E isso te faz chorar
Lembra dos traumas e da solidão
do vazio que sente no seu coração.
Lembra dos olhares e do julgamento
Daqueles que te objetificam sem nenhum ressentimento
Sem saber da sua história e e de todo sentimento que você tem pra dar.
E esse turbilhão de pensamentos
Gritam pra você desistir.
Mas você seca as lágrimas e
não se permite cair
No apse do desespero exclama.
Preta segue em frente e se ama
Acredita no amor e não deixa de sonhar.
Num diálogo interno ela reclama
Pra que se amar se ninguém me ama.
Sempre me quiseram só pra cama
Não me sinto amada
e me tiram o direito de amar.
Olhando pro céu ela súplica
Será que eu mereço essa vida.
Cheia de incertezas, sofrida
Deus me ajude a continuar
Me ajuda a encontrar o meu caminho
Dá clareza pra concluir o meu destino
Que não está ao meu favor
As relações superficiais
só me mostram a existência do desamor
Por causa da minha história e minha cor
Que insistem em ignorar
Escuta minha prece e me ajuda
a entender meu caminho e minha luta
E que ninguém além de você
tem o direito de me julgar.
A Sorte
A sorte construída, aquilo que se busca, não se espera, é na labuta que se acha. Ora e trabalha, batalha e clama.
A sorte de um homem é o seu esforço e luta, o quanto alimenta sua chama...
O esforço do corpo, na labuta, pela busca da matéria, com anseio ao retorno que é o lucro, que movimenta o consumo, que satisfaz o seu ego, pela satisfação do bem estar, seja tão abastado ou desprovido de tudo, se dispõem a tanto gosto, que até se esquecem do mundo.
Quando moro em mim
A minha morada é intensa, densa, construída na labuta diária do desconhecido.
Nos cômodos do meu ser, encontro algumas janelas e cortinas,
finas e transparentes,
que escondem o mistério do amanhã.
As portas da minha morada são largas,
com inúmeras fretas que me deixam espreitar o horizonte lá fora.
Quando moro em mim, enamoro-me alegremente,
trilhando pela complexidade do viver.
Quando tudo deu errado precisei mudar
Transformar as labuta em luta
Por novas ideias na cabeça e aplicar na vida
Marchei avante mesmo sendo fraco na guerra
A vida chacoalhou minhas ideias e me formou poeta
O comunismo do capitalismo
Nas linhas da lógica e da razão,
O trabalhador labuta com dedicação,
Fabrica geladeiras, carros, aviões, mansões.
Mas o salário não condiz,
Com a possibilidade de ter uma, eis a raiz.
No socialismo, a ideia é clara e nobre,
Cada um recebe pelo que produz, sem manobra,
Mas no comunismo, a igualdade é o mote,
Onde todos teriam o mesmo voto.
Na Bíblia, um exemplo de amor e partilha,
O maior comunista em sua trilha,
Jesus, que dividiu pães e peixes na mão,
Oferecendo perdão, gesto de união.
Assim, entre salários e ideais a pairar,
A busca por equidade segue a caminhar,
Que cada coração se abra à compaixão,
E encontre na partilha a verdadeira razão.
Recordando a labuta do dia, o que o dominava agora era uma infinita preguiça da vida, da eterna luta com o sol, com a fome, com a natureza.
No Paraná do Brasil,
uma Abelha Grande, incansável da labuta,
protege aos filhos seus e sonha com o progresso!
Sua casa é feita de cera, não derrete à luz do sol nem se desmancha com a chuva.
Seu terraço é grande e fértil, não existe o que não se plante, que não se colha, sem que a água benta não molhe!
No Paraná do Brasil, uma abelha grande voa majestosa nos céus de Deus, Mandaguaçu.
O final de semana acabou, mas a labuta para a vida não. Então o pai assiste, ajude nos para que esse caminho seja trilhado com as suas verdadeiras bênçãos. Confiemos em Deus nos santos e arcanjos em todo sagrado. A semana será de vitórias e tudo que for de melhor. Pai, derrame as suas bênçãos sobre os nossos entes queridos. Ilumine as nossas jornadas. AMÉM
Nasci da força da rebeldia,
do caldo da paciência, da luta e da labuta,
da fome um pouco por dia...
Cresci junto à raiz da mandioca,
no floreio do feijão,
na colheita da macaxeira
no fermento de cada pão.
Resisto no chão ressecado,
no alento,
perdido na rua...
Mas não deixo de acreditar
que a vida é flor de cacto
trazendo beleza ao sertão,
contrariando a seca,
transmutando-se em esperança
e enfeitando o coração.
Valnia Véras
Labuta do Nordestino.
O despertador do sertão
são os pássaros no pé umbú;
Logo o cabra sabe que é 4 da manhã, e se levanta dizendo: "Graças a Deus";
No café da manhã não pode faltar, um chupa vidro, o curimatã,
Ovos caipira com fubá milho,
Pronto! satisfeito e forrado,
só falta subir o pico;
De baixo da colina no meio das veredas, andarilho acompanha
os passo do sabido,
Muitas vezes ele ora e fala sozinho, conversando com a natureza e se lembrando de quando era menino;
Ele chora e sorrir, fazendo do seu dia ardente, proveitoso e vantajoso,
cuidando com muito esforço o que Deus o retribu;
Na volta da brocada, as mãos inchadas e os pés feito tição, já na hora do crepúsculo, levanta seu chapéu e agradece a papai do céu por mais um dia de jornada;
O nordestino nos ensina
A sermos gratos, com o que temos.
A labuta do sertanejo, para trazer para casa o pão,
a espera pela chuva para fazer a plantação,
a resistência na seca sem de sua terra se ausentar,
a fidelidade pela cultura e o amor pelo lugar,
me tocam profundamente ..... e aqui quero esboçar,
que desejo ardentemente par o sertão me mudar.
“...buritizeiros são testemunhas poeirentas.
Emprestei na roça tempo e gosto na labuta
Junto aos afazeres que eram sua luta
por entre o memorável frescor das bentas.
Dulce, me empenhou o sabor do jenipapo
entre quantos pulos no Corguinho Doce
e contudo se isso suficiente não fosse
do sentido da bondade não me escapo.
No mundo então onde um rei não mais enxergo
Nem pelas veredas com cheiros de rês no pasto
ela, tia, que me ensinou temor e respeito vasto.
Discernir o ruim do bom onde me aqueço e ergo
Sua falta é agora para onde me rumo
com olhar vazio pela falta que se instala.
Posso talvez sofrer pela morte que apunhala,
mas certamente há um lugar de seu aprumo..."
"Fiz do Sol e a Lua, testemunhas.
Dessa ferrenha luta.
Luta que travo com dor e labuta.
Ir à sua busca.
Mas não me escuta.
E dá a entender que tudo o que nos separa é minha culpa.
Me julga.
Me trata com indiferença é preferível o teu ódio à essa tortura.
E a saudade não me ajuda.
Essa situação só nos machuca.
Virá a minha busca?
Eu irei à sua?
Me deito repleto de rancores e perdido em dúvidas.
Se errei, peço-lhe desculpas.
E dos meus arrependimentos?
Fiz do Sol e a Lua, testemunhas..."
“HOJE É O DIA DO MARCENEIRO. Aquele que labuta a madeira bruta. O que transforma em arte até o que seria descarte. Com a rusticidade de seus instrumentos e a destreza do conhecimento, criam objetos que só existiam no pensamento. Todos dependem do seu ofício e de sua aptidão, desde o berço até o caixão.”
Labuta de vida
Ah se tivesse a oportunidade de estudar e de fazer carreira
Não precisaria trabalhar duro de segunda a sexta- feira
No primeiro tempo de quituteira na feira,
já no segundo no salão de beleza como cabelereira
Também não iria me casar com um sem eira nem beira
desde que não tivesse no final do sobrenome as 4 letras EIRA
porque a vida para o pobre não é brincadeira
mal me sobrando tempo livre para ir jogar capoeira.