Lábios
Vermelho sangue nos seus lábios, vermelho, quente, cor do amor, vermelho quente nessas veias, que pulsam dentro de uma flor. Vermelho, sempre provocante, sem cerimônia, sem pudor, mas que diante dos seus olhos, se torna apenas "uma cor".
Para Paloma Bernardi.
ALMA
Sidney Santos
Quem poeta me fez
Tem nos lábios o sorriso
Possui brilho na tez
São seus cabelos lisos
Faz da tristeza alegria
Do feio, beleza
Do intrincado a magia
Do inerte a natureza
Do pecado a inocência
Da escassez a fartura
Do castigo clemência
Do desconforto ternura
Faz do lance ação
Do silêncio melodia
Dos sonhos emoção
Uma estrela de dia
Tino para um viver
Mulher, só poderia!
Maravilha de ser
Seu nome, Poesia!
Através de você fui além do que poderia ir. Entreguei simples gestos de carinho, beijei lábios ao mesmo tempo em que sentia vontade de viver mais, toquei um corpo diferente do meu, abri a janela e não me importei com a chuva ou o sol ardente, cantei músicas que falavam de amor, pensei em alguém mais do que no trabalho, dediquei sorrisos soltos e sinceros, abraçei a monotonia e a tornei utopia, dançei sozinho à sua espera no anoitecer dos sábados com uma taça de vinho tinto, dormia, pois, havia a certeza de que sonharia contigo e chorei de tanto achar engraçado o seu jeito de passar as mãos nos meus cabelos para evidenciar meus ouvidos e soprar palavras impróprias. Foi um incidente, alguns acreditam ser acidente, mas encarei como uma passagem. Você se foi e tudo ficou sem tom, sem dom e felicidade. Não quero que passe a nostalgia, porque é dela que firmo meus pés no chão e caminho até o dia em que te reencontrarei debaixo da mangueira que costumávamos nos encontrar. Desejo que no final tenha reticências e continuemos do êxtase em que foi interrompido. Rezo, vou ao supermercado, compro coisas que nunca usarei, descubro novas pessoas, faço cursos de verão, viajo nas férias, perco o foco visual pensando em antes, desabafo para velhos amigos e sento na varanda calçado seus chinelos, mas, não passa - dói e dilacera. Todos dizem que o tempo está passando e estou ficando velho, mas sempre esperei por isso ou até antes disso para ouvir novamente sua voz. Escrevo o que não posso te dizer olhando nos olhos, mas imagino que esteja aqui e com quem ler esta carta de amor, dor, saudade ou o que for, pois, é desespero o que digo e sinto. Até logo meu único amor, saibas que fui feliz até onde me foi permitido.
Assinado: Um amor assassinado.
VERBO
Sidney Santos
Quando teus olhos mirei
Senti minh’alma vibrar
Teus lábios encontrei
No tempo de recomeçar
Raios de sol se abriram
Por trás de nuvens escuras
Flores pra mim sorriram
Mel no caldo de amarguras
Momento enfim positivo
Berço pra dormir sonhar
Verbo em seu infinitivo
Significado do amar
LAÇO DE FITA
Sidney Santos
Amar é serenidade
Em lábios de sorriso franco
Pequena gota de saudade
Dá lágrima de que resta do pranto
Sussurros e acalantos
Pintura em tons de aquarela
Flores pra todos encantos
Em laços de fita amarela
Amar é doce pecado
Envolto em suave carinho
Eu e você, lado à lado
Seguindo o mesmo caminho
Santos,21/9/2008
Vou elogiar-te sempre mais e mais até a hora que teus lábios digam chega ou que chegue a minha vez de partir
O homem se percebendo senhor de tudo com um sorriso de triunfo nos lábios, usa o tão habil controle remoto, que com uma sequencia de botões vai recriando ou destruindo o mundo.
Amanhã existirão apenas robôs.
E um controle remoto governando o mundo.
Inesquecível, seu cheiro, sua barba arranhando de leve meu rosto, sua boca mordendo meus lábios, seu corpo de encontro ao meu aquela noite.
Não se pode ter tudo nessa vida. Não mesmo. Sempre haverão aqueles lábios em que os seus morrem de vontade de tocar, aquele abraço que o seu deseja encontrar, ou ainda, aquela sensação que anseia experimentar. Acontece que aquela boca, já terá outra que lhe faça companhia, o calor do abraço há tempos desconhece o frio, os imaginários e ardentes sentimentos, a ti não pertencerão, e conforme-se pois assim é a vida. Talvez passar alguns instantes ao lado daquela pessoa, não supriria metade da ausência que uma outra a causaria e que no final das contas seria o ponto de chegada, de entrega, das carícias e restante das emoções. Não sou do tipo que pensa: 'Mas o destinho', 'Tá escrito', sinceramente nossa vida nós quem fazemos, dia pós dia, detalhe por detalhe, segundo por segundo. A questão é que nem tudo ocorre como planejamos. E isso é bom, caso contrário qual graça haveria em viver? Pense que não ter estado com aquela pessoa pode ter sido melhor, principalmente para você. A curiosidade persiste? Entendo, já estive nesse papel, creio que muitos de nós, se não todos. Mas, algumas pessoas, pormenores, serão certamente superiores e mais eficazes caso não passem e não aconteçam em nossas vidas. Apenas torça para a felicidade dessa segunda pessoa. Torça, de verdade. Deseje a terra, as cores, até as pessoas, de preferência as livres, como os fios de cabelo ao vento. Apenas torça, para que um dia, lá na frente alguém esteja fazendo o mesmo por você. A pergunta: 'Como teria sido se', permanecerá, mas a resposta: 'Há muito esperando por mim' é de fato mais esperançosa e revigorante.
Meus lábios ardentes em chamas à morrer da ausência dos seus. Simplesmente em seus lábios vivaceria essa chama, esse viver, esse amor de um flash eterno que me habita.
Quando o sol se por e não banhar mais os seus lindos lábios cor de maçã, o orvalho pousará sobre as flores, o silêncio nosso cúmplice sentado dentre os canteiros escora-se no jardim como sentinela. O vento que não foi capaz de vivificar meu rosto, lampejo no céu marca a chuva prestes a chegar, nuvens cinza-escuro entristeciam meu olhar vagando pelo céu. Do ancoradouro amargo que vivi tantos anos, a felicidade foi aportar em outro lugar, eis que descobri, ela ancorou aqui!
Uma trovoada rompeu o silêncio e a sua concentração, trancou a janela olhando vagamente pelo vidro embaçado uma mulher correndo pela rua, fechou a cortina e no intimo do seu quarto, como se atravessasse um deserto buscando encontrar um oásis no recôndito das palavras pôs-se novamente a escrever:
Partindo do marco dominante eterno, o amor que encara a tempestade com bravura como uma estrela cintilante lá do alto norteia-se errante na eternidade. Reguei com lágrimas minha sabedoria e com derrotas o meu sorriso, aprendi que no céu sempre haverá uma tempestade e no caminho um tropeço para alertar que minha missão ainda não terminou. Por mais que a vida vede o meu falar ou estanque o meu ver, por você eu sussurro “Eu amo você”. Por mais que a sua ausência trescale em meu coração a sensação da dor mais intensão, que o machucado mais profundo impeça o meu deslocar, sentirei meu último frêmito quando o vento levemente tocar os teus cabelos.
Finalizando o seu âmago poético dobrou o pequeno rascunho, na incerteza de renúncias e na possível loucura, colocou no bolso de trás de sua calça jeans-clara buscando coragem e a certeza para que ela soubesse que dentro dele habita o amor.
Os meus lábios é como se fosse plantas que secam se não forem regadas, os meus olhos têm sede da sua imagem, os meus ouvidos estão cada vez mais desesperados sem o som da sua voz, a minha mente está cada vez mais pensativa, o meu coração está derramando sentimentos porque já não há espaços para outros, e o meu corpo está morrendo de ternura na esperança de ti ter nos meus braços.
Por que procuraria beber da fonte de outros lábios se somente o mar de tua boca sacia minha sede de amor?
"Glauber dos lábios de mel e a boca de fel. Do humor exacerbado e de um tédio incalculável. O carinha do sorriso ameno e da alegria alegrável. Que me ama loucamente e me quer intensamente. Glauber, Glaubinho, que tem a boca grande, sendo que a minha é maior. Que tem o braço longo capaz de abraçar o mundo, mas ele só quer abraçar a mim. Ô menino doce que amarga a vida. Ta na hora de ser feliz, de pegar o camaro e sair por aê."
Zuando com Glauber Paiva