Justo
SABER
Mais que um saber orelhudo ou de olhadelas é preciso também subir-se ao saber mental para depois se poder entrar na ressonância intercomunicativa onde se possibilita o viver da vida ao vivo! É verdade que precisamos também de um pouco de superficialidade no dia a dia mas de maneira que o ruído da vida não destrua a riqueza que também a reflexão e o silêncio proporcionam. O contexto é importante mas insuficiente para decidir do nosso comportamento ou da nossa visão!
ARGUMENTO
O argumento ilumina o caminho, só a ofensa o apaga! O argumento não ofende se não desce ao âmbito pessoal; neste sim, torna-se lixo! Seria problemático se para se desenvolver a sociedade e resolver seus problemas se recorresse apenas à construção e distribuição de contentores de lixo!
RIQUEZA
Se a burrice e a esperteza pagassem imposto Portugal seria rico! O carreiro das formigas cada vez se torna mais largo!
ÓDIO
Alguns dizem que o ódio transforma! O ódio não transforma, o ódio mata. O erro sim esse ajuda à transformação! Para que a terra seja lavrada basta usar a lei da resistência aquela força inovadora que move até a inércia!
OPINIÃO PÚBLICA
Numa época em que domina o interesse por narrativa e propaganda encontra-se perdido quem procura argumentos.
REBANHO
Um regime político que transforma o seu povo em rebanho prescinde até de pastores porque a sua elite pode viver melhor na anonimidade bastando-lhe, para isso, alimentar bem os seus cães de guarda.
GUERRA E SUBMISSÃO
A guerra implica sempre injustiça dos dois lados. O fatal é que geralmente cada lado tem razão e faz uso do princípio: “nós” somos os bons, só os outros são maus. Socialmente seria mais honesto dizer: o “nós” são os nossos interesses e deles fazemos depender o bem e o mal.
Para complicar, na sociedade, as probabilidades de ser enganado multiplicam-se de ambos os lados. As duas partes governantes influenciam o seu público, através dos meios de comunicação, para que a população assuma com gratidão a fatura da guerra.
O povo carrega a cruz, e quem tem a cruz só lhe resta a possibilidade de abençoar!
Perante a decisão determinante dos governos a sociedade reage como o gato que uma vez admoestado assume o gesto de submissão roçando em torno das pernas do poder transformando a oportuna agressão em amizade submissa.
ESCURIDÃO
O mundo anda escuro demais, mas isso é uma questão cíclica como a das estações do ano; o pior não será a escuridão, mas sim andar sem ideia do caminho nem saber aonde ele leva. Temos o exemplo da escuridão da noite e verificamos que também ela tem sentido, mas para podermos andar nela temos de adaptar as pupilas ao escuro. O mais importante é saber como caminhar e para onde. Por vezes, andar às apalpadelas pode ajudar a afinar o sentido de orientação.
CENÁRIOS DE FUNDO
Nunca pensamos no que está por trás das imagens e notícias que nos são apresentadas e se reflectimos é para as ordenarmos em trilhos conhecidos. Porém no que está por trás das imagens e dos noticiários (cenários) é que se encontra a verdade e a porta para um caminho mais natural, mais iluminado: um caminho arriscado, mas em que se anda com os próprios pés!...
António CD Justo
LIBERDADE DE QUEM E PARA QUEM?
Chegamos a um estado da liberdade pública deprimente! Grande parte das pessoas tem medo de expressar a sua opinião em público! De facto, as consequências que a liberdade de opinião pode trazer revelam-se, por vezes, como tóxicas em relação a amigos e nas relações laborais ou de adquisição de emprego. Quem não traz a tesoura da censura do pensamento na cabeça vê-se cada vez mais condenado às ostras.
E depois fala-se de tolerância!
POLITICAMENTE CORRECTO
O politicamente correcto surge quando os Meios de Comunicação Social se colocam ao serviço dos políticos ou de um sistema político.
DESAPRENDER
Na actual viragem da História ocidental encontramo-nos a desaprender de ser gente, para nos tornarmos massas funcionais de uma máquina global anónima.
ESPERTEZA E INTELIGÊNCIA
Há muito quem prefere ser esperto a ser inteligente porque sabe que dos espertos fala toda a gente e dos inteligentes só falam os livros que ninguém lê!
António CD Justo
NO MOINHO DA NAÇÃO
A vida é como um moinho e para fazer a sua farinha precisa da mó de cima e da mó de baixo! O problema só vem dos moleiros e de quem compra a farinha!
António CD justo
IDENTIDADE
Precisamos da alteridade e do estranho para moldar o nosso eu, mas não precisamos abrir mão do nosso nós para fazer isso.
RELIGIÃO
Religião quer-se como o sal na sopa, como dizia um bispo português. Política sob o manto da religião, como no islão, estraga o caldo todo!