Justiça
Destarte, importa afirmar que a justiça está morta, em processo de esqueletização, sepultada em ataúde hermeticamente fechado, com diagnóstico tanatológico dando conta que a vítima faleceu de falência múltipla dos órgãos, de excesso de vaidade e ruptura de valores, de invasões e usurpações de funções, morreu porque atropelou violentamente todo sistema legal, fruto de um ativismo adoecido e invasor, morreu por falta de humildade e aderência a um modelo social responsável pelo assassinato de valores morais, religiosos, familiares, em prol da implantação de um Estado corroído, cancerígeno, anarquista, morreu porque aderiu a uma hipocrisia exacerbada, morreu porque se filiou à doutrina do garantismo penal monocular, com atrofia dos princípios comezinhos de sobrepujança do interesse coletivo, morreu porque virou as costas para a sociedade, deixando-a desamparada, abandonou a coletividade, morreu porque assassinou a deusa da justiça que protege a toda a sociedade, no caso o sistema de polícia, morreu porque num ato normativo boçal e arbitrário, liberou de forma desordenada vários bandidos para a irresponsável saidinha do Natal, morreu porque deixou sem proteção os verdadeiros heróis da Justiça, os policiais que arriscam suas vidas diariamente em prol da defesa social, morreu por excesso de arrogância e interferência irresponsável nas ações de outros Poderes da Administração Pública, morreu de remorso porque a sociedade brasileira não acredita mais no sistema de Justiça, arcaico, moroso e oneroso, morreu de causa determinada: autofagia provocada por sufocamento em razão do excesso de vaidades e narcisismo exacerbado
"Nunca subestime o poder da ação da justiça de Deus. Ela pode até tardar, mas quando você menos espera, ela se manifesta e toma de uma vez o controle da situação."
Céu Purpura
Sob ruas nevoentas, não enxergo justiça
Sem horas para contar minha insônia
Divago louco, envolto no pálido tato
Segurando a linha tênue da vida
Em pele conflitante a minha
A morte possui senso de humor
Rindo ele esteve, do nosso genuíno amor
Pintando-a, assim, de provocador roxo
Jus as suas vestimentas fúnebres
Destoante de seu cerne perfeito
Forçado estou, ao fardo doloroso
De carregar a obra-prima mortal
Sublime aroma angelical a fugir
De seus cabelos sem luz a revirar-me
Sua essência absoluta, do meu lado a ficar
Zombeteira aos olhos impudicos
Sua posição transcende sangue e carne
Me isolando de ti, abriu celebres asas
Largando a existência antiga
A qual amei perdidamente
Mas pouco me falta
Não serei capaz de dá-la a terra
A mim sempre pertenceu e assim será
Dissipado em eterna aflição
Deita-se em mim sem mais tensão
Inabilitado do pensar
O que me resta é apreciar
Juntos as suas preferidas Violetas
O céu purpura de seus lábios.
Sua justiça e misericórdia
Sim, oh pai, da tua misericórdia santa.
Se não somos consumidos, assim tua palavra canta.
Ainda que percebemos, sabemos, quanto falhos.
De tudo que perecemos.
Do teor pecaminoso que tecemos.
Tua bondade e teu amor levanta.
Por existimos, muitos nós não admitimos.
Queremos e precisamos mais de ti, oh santo amor.
Coloque fervorosamente, teu frio, teu calor.
Tão este mundo tenebroso, faminto e desigual.
Uma frenética ação do mundo mal.
Clamamos teu rebuliço.
Mexe, sacode tudo isso.
Na chuva, no vento, seja qual for a unidade.
Tão este teor que vivemos, é a própria tempestade.
Veja Senhor, se há ação e atitude em nós.
Reaja sim, sei que tua justiça, também uma alegria feroz.
Combate o atroz, algoz.
Forte Senhor, maior teu poder.
Grande é tua força, teu tecer.
Nesse entrelaçamento.
Harmonize ao céu, tempo, vontade e momento.
Eu, povo, tua gente, que chora, clama e sente.
Teu Santo Espírito, vigorando veemente.
Faz um rebuliço nos céus e na terra.
Venha, tome nos, esteja com nossa gente.
Giovane Silva Santos
“ qualquer mudança na sociedade, para o mal ou bem, tirania ou liberdade, justiça ou injustiça, se faz por várias mãos, pensantes ou alienadas “
Em certa audiência de pensão
alimentícia, Almeida, o promotor de
justiça se indignou com o caso e disse
bastante revoltado:
– João Augusto, você não tem
vergonha? Vive bêbado, é violento e
não quer nada com a vida!
– Doutor... Doutor... – tentou interferir
o juiz, mas o promotor continuou:
– Vou pedir sua prisão, João Augusto!
Naquele momento todos olharam
entre si bastante assustados.
– Desculpe-me doutor, Almeida! Mas
João Augusto é a criança! – concertou o
juiz.
Me conecto à justiça de Xangô com o purificar de Egunitá que se manifesta no espaço de Oxalá e no tempo de Logunan.
Tenho a proteção e os caminhos abertos pelo vazio de Exu e pela força de Ogum.
Eu sou, sinto, faço, amo, falo, vejo e compreendo a liberdade que Pomba Gira mostra pra mim.
Me exibo e me escondo com a agilidade de Mirim.
Me sustento pelas águas de Iemanjá, que são filtradas nos rios de Oxum e nascidas das fontes de Nanã.
Me alimento dos saberes de Obá e da fartura de Oxóssi com temperos de Ossain cultivados nas terras de Obaluaê.
Me lavo com as tempestades de Iansã.
Me envolvo com o arco-íris de Oxumarê.
Me vitalizo com a pureza de Erê.
E me cuido com as orientações de Omulu.
Axé!!
"A justiça é remédio tardio para a vítima e quando muito vacina para os sãos, não repara o mal e nem extirpa a dor, quando muito apenas suscita outro mal em versões moralmente aceitas e novas dores, não sou dado as ilusões, a justiça é apenas a versão nobre da vingança enfeitada da civilidade que gostaríamos que existisse."
A justiça não é um atributo encontrado em todas as leis, mesmo originada de autoridade reconhecida.
Por isso é possível que uma lei ou decisão judicial fira a justiça objetiva.
A noção intuitiva de justiça tem relação com valores de verdade, lealdade, compaixão, misericórdia, equilíbrio e bondade.
Assim é o conceito de justiça em todas as religiões, ainda que estas não apresentem um elaboração filosófica da justiça.
“A justiça confere as civilizações em movimentos ativos de translações, ora, ora, a rotação levanta o martelo como fogo fumegante, incessante, radiante cheio de intensidade e verdade do céu.”
Giovane Silva Santos