Jovens
O Fim do Respeito
Os jovens de hoje caminham sem olhar,
Com palavras duras, sem saber o que falar.
O respeito, que antes era mais forte,
Agora se perde no jogo da sorte.
Os gestos de carinho parecem distantes,
O silêncio que cura, virou grito constante.
Antigamente, as conversas eram ternas,
Hoje, só há palavras que queimam, eternas.
O olhar, que antes trazia compreensão,
Agora é vazio, sem emoção.
O respeito, que era a base de tudo,
Se despede, se perde, no caminho mudo.
Mas quem sabe, num futuro distante,
O respeito volte, num gesto brilhante.
Porque mesmo quando tudo parece escuro,
Ainda há espaço para um gesto puro.
"os jovens e até mesmos os adultos bobos,
abusam de suas irresponsabilidades
porque acham que a morte
é algo tão distante"
Floricultura
Mais cachorros que pessoas passando na calçada, bicicletas, o som das jovens vozes no ginásio da outra quadra. A orquídea que perfuma tudo pra chamar atenção, o vento, a brisa calma: vão fazer falta no verão.
Da porta vejo escadas, no alto, janelas refletoras de sonhos...
Uma promoção, um suco gelado, uma vontade de falar com alguém.
O telefone toca, uma voz amiga do outro lado do mundo - Que vontade de chorar. Queria ser pássaro, pássaro não, vento: pra chegar mais rápido.
Vou conhecendo a pequena floricultura com a chegada do sol, com a promessa da primavera - Piso num chão de sombras de folhas douradas...
Tudo na cidadezinha é devagar, o tempo, o homem, o olhar, o sorriso. Quando se pensa em sorrir, a vida já deu dois passos, e uma parte de mim nunca olha pra trás.
Vendo flores, vasos, sonhos, uns sorrisos, surpresas, amores e contentamento.
O quase perfume de criar um jardim entre quatro paredes de concreto.
Nada num jardim é concreto, nada permanece, mesmo as esculturas de pedra.
Esse é um desses negócios que além da beleza e do prazer vende renovação, nutrição, recomeço... Algumas recomendações, o desejo que vinga, o cuidado de um novo alguém, um novo lar, e se ninguém cuidar?
As tardes de conversa jogada fora com insetos e folhas... Entre podas drásticas ou carinhosas, percebo que preciso de espaço. Um escritório debaixo do pé de caju, quem sabe?
Alguns metros quadrados a mais pra cultivar as flores de vento, borboletas!
O caminho não é mais o mesmo, ainda tem um campo de girassóis antes de chegar em casa, ainda tem o mar, a vila, mas é o barquinho azul, parado na lembrança que ensina a olhar pro que se quer mesmo quando não se quer nada.
Os dias de sol trazem coragem, os de céu branco ditam o ritmo da espera.
Vou pintar o vento no tronco de uma árvore...
A juventude é uma oportunidade maravilhosa! É uma pena que tenha sido concedida somente aos jovens...
Há dois processos que passamos a compreender com o tempo:
"Se os jovens soubessem..." e,
"Se os velhos pudessem..."
Eu devia ter na minha bagagem muita coisa para compartilhar; principalmente com os jovens. Mas ainda estou adquirindo e aprendendo.
Dizem que as pessoas com o tempo vivido se tornam sábias.
Eu, no entanto, me sinto como principiante dando os primeiros passos.
Jovens, né? Eles nos tiram do sério. Você tenta dar espaço a eles, deixa seguirem suas vidas, ser um pai legal, mas não dá para ser legal com ideias ruins.
Nos jovens sonhos meus
Nos jovens sonhos meus, ideada prosa
Parecia, que, a poética jubilosa, agora
Perdida no outrora, seria mais, embora
Fantasiosa, sempre foi muito charmosa
Amorosa, de uma poética tão carinhosa
Com emocional verso do coração afora
Sussurrava com a escrita que ri e chora
Cântico sentido, e uma ilusão orvalhosa
Todavia, já madura a poesia, irrequieta
Completa o vão da emoção e o desafia
Suspira, recria, mesmo triste que seja
E segui, devaneia, tem reserva secreta
Tão cheio de sentimento e de cortesia
Que vive a sonhar onde o amor esteja.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
02 junho 2024, 08’27” – cerrado goiano
Quando éramos jovens, no quarto abraçados, ficávamos,
No tempo parado, os sonhos criávamos.
No sol mais forte, você adormecia,
E ao seu lado, meu coração sorria.
Seu quarto era meu abrigo, meu porto seguro,
Um mundo pequeno, mas cheio de tudo.
Com amor, a gente despertava,
Cada dia, uma história que encantava.
A vida era leve, sem dor nem temores,
Apenas risadas, carinhos e amores.
Mas o tempo passou, levou nossa paz,
A vida adulta corre e não volta atrás.
Aindame lembro, com doce saudade,
Daqueles momentos de pura verdade.
Pensar não ocupa espaço, mas antigamente, pais e professores educavam os jovens com castigos físicos e psicológicos, um deles era: - "Vá para o quarto escuro, 'pensar' no que você fez!" Ou, na escola: "Fique no canto da sala, de frente para o quadro negro, de castigo, por 5 minutos, 'pensando' no erro que você cometeu!"
Por isso, pensar, às vezes, nos leva à ideia de que estamos de castigo.
E, num certo sentido, estamos.
" Sinto que os jovens, praticamente, não sonham mais... são embalados por músicas frívolas, muitas vezes, pornofônicas e que lhes roubam a magia de serem românticos...!"
"Houve uma época em que os jovens podiam realmente ser jovens... sonhar... e andar livremente pela madrugada!"
Otávio Abadio Bernardes, Tavinho, o "Joli"!
📌 Educação ou Superproteção? Um Reflexo na Formação dos Jovens
Tenho observado um fenômeno preocupante: adolescentes crescendo em um ambiente de proteção excessiva, onde tudo lhes é entregue pronto, sem que precisem lidar com desafios.
Quando os pais resolvem cada pequena insatisfação—seja um tempero na comida ou um pequeno incômodo no dia a dia—estão, sem perceber, ensinando que reclamar é mais eficaz do que aprender a se adaptar.
Mas e quando a vida não oferecer atalhos? Como esses jovens, acostumados a ter tudo resolvido por outros, lidarão com as frustrações naturais da vida adulta? A verdadeira preparação para o futuro não está em evitar dificuldades, mas em ensinar a superá-las.
Amar é proteger, mas também é fortalecer. Preparar para a vida exige equilíbrio entre cuidado e autonomia.
💡 Vamos refletir: estamos formando adultos prontos para o mundo ou apenas crianças grandes incapazes de resolver os próprios problemas?
#Educação #DesenvolvimentoPessoal #Autonomia #Reflexão #Crescimento