Jogral de Natal: textos para celebrar em comunidade

Estou lhe dizendo para ser fiel aos seus sonhos, certo? E o sucesso virá.

Inserida por pensador

Amiga, eles são da realeza. Onde tem uma coroa, tem sujeira. Confie em mim.

Inserida por pensador

Sejamos unidos no futuro pela verdade e somente pela verdade. Iluminemos as sombras do passado.

Inserida por pensador

Escrevi a verdade sobre você, que você é gentil, compassivo. Que roubou meu táxi e que vai governar com o coração.

Inserida por pensador

Por quanto tempo pretende manter um rei de joelhos?

Inserida por pensador

⁠Netos são como filhos, com a diferença de que você pode devolvê-los.

Inserida por pensador

⁠Só porque você caiu, não significa que não poderá se levantar outra vez.

Inserida por pensador

⁠Acho que se os tempos estiverem difíceis o suficiente, uma pessoa é capaz de vender praticamente qualquer coisa.

Inserida por pensador

⁠Eu sei um pouco sobre perder coisas. Mas a magia não está apenas no que você perdeu. Ela está no que você ainda tem.

Inserida por pensador

⁠Nunca tenha medo quando as pessoas não puderem enxergar aquilo que você enxerga. Só tenha medo se você não conseguir mais enxergar isso.

Inserida por pensador

Até onde eu sei, você tem uma habilidade: convencer mulheres jovens a fazer o que você pedir.

Inserida por pensador

Às vezes, você tem que deixar a emoção rolar. Não vai acabar com você, eu prometo.

Inserida por pensador

– Estava salvando uma donzela em perigo?
– Só que a donzela não precisava ser salva.

Inserida por pensador

Meu pai morreu quando eu era criança. Eu queria dizer que fica mais fácil, mas acho que você só se acostuma.

Inserida por pensador

Por favor, tenha cuidado com o coração dela. Ela não é tão forte quanto parece.

Inserida por pensador

Você gosta mesmo da garota, né? Tem que dizer pra ela. Quanto mais esperar, pior vai ficar.

Inserida por pensador

Você tem que lidar com a realidade, e não com o que você quer que o mundo seja.

Inserida por pensador

⁠Eu vinha, pé ante pé, em busca da pequena porta
que dava acesso aos mistérios da noite,
daquela noite em particular, por ser a mais terna
de todas as noites que a minha memória
era capaz de guardar, com letras e sons,
no seu bojo de coisas imateriais e imperecíveis.
Tinha comigo os cães e os retratos dos mortos,
a lembrança de outras noites e de outros dias,
os brinquedos cansados da solidão dos quartos,
os cadernos invadidos pêlos saberes inúteis.
E todos me diziam que era ainda muito cedo,
porque a meia-noite morava já dentro do sono,
no território dos anjos e dos outros seres alados,
hora inatingível a clamar pela nossa paciência,
meninos hirtos de olhos fixos na claridade
enganadora de uma árvore sem nome.
Depois, o meu pai morreu e as minhas ilusões também.
Tudo se tornou gélido, esquivo e distante
como a tristeza de um fantasma confrontado
com a beleza da vida para sempre perdida.
Deixaram de me dar presentes e de dizer
que era o Menino Jesus que os trazia
para premiar a minha grandeza de alma,
o meu desejo de ser bom para os outros.
Passei a escrever sobre tudo isso, sofregamente,
só para não ter de escrever sobre a saudade
que esse tempo fugidio deixou em mim.
A árvore mirrou de frio num canto da sala,
os presentes apodreceram no sótão da casa,
juntamente com os doces da Consoada
que ninguém teve vontade de comer,
nem mesmo os mais gulosos como eu.
Um homem de muita idade bateu-me à porta
e depositou-me nas mãos um pequeno embrulho:
«Eis o teu presente de Natal» — disse-me.
Abri-o e vi um livro onde se contava
toda a minha vida desde o primeiro Natal
de que conseguia lembrar-me, tudo o mais esquecendo.
Ali estava eu de pé, muito quieto, junto da árvore,
à espera que alguém me viesse dizer
que o céu era pródigo em revelações e dádivas.
Era para lá que eu sonhava ir quando morresse.
Quando Dezembro se aproximar do fim,
lançarei pétalas ao vento como se tentasse
semear o perfume do que fui enquanto acreditei.
Talvez o homem volte com outro embrulho secreto,
só para me dizer que esse é o livro que ainda me falta escrever.
Então, juntarei os amigos, os filhos e os netos
numa roda de luz à minha volta e direi do Natal
o que os antigos diziam dos heróis e dos deuses:
foi à sombra deles que nos fizemos homens.
Quando eu partir de vez, lembrem ao menos
a ternura do meu sorriso de menino
quando a meia-noite soava no relógio da sala
e eu acreditava ainda que a felicidade era possível.

Inserida por bonecadepano

⁠Notas não me definem.

Inserida por pensador

⁠As crianças sempre falam sério. É nos adultos que não confio.

Inserida por pensador