Jesus Alivia nossos Problemas
Na vida tudo passa. Até os nossos problemas!
Nota: Adaptação da frase do filme "Monsieur Verdoux" (1947).
Quando a primavera chegava, mesmo que se tratasse de uma falsa primavera, nossos problemas desapareciam, exceto o de saber onde se poderia ser mais feliz. A única coisa capaz de nos estragar um dia eram as pessoas, mas, se se pudesse evitar encontros, os dias não tinham limites. As pessoas eram sempre limitadoras da felicidade, exceto aquelas poucas que eram tão boas quanto a própria primavera.
As razões de nossos atos são obscuras e os impulsos que nos impelem para a ação ficam profundamente ocultos.
Nós, mulheres e o clima, somos assim. Temos os nossos momentos de outono e inverno, mas sempre voltamos a ser primavera e verão.
Às vezes, temos que enfrentar nossos medos. De amar, se decepcionar e estar só! Enfrentar a escuridão, abrir as janelas, deixar a luz entrar! Mesmo que não seja fácil, podemos sempre nos curar, custe o tempo que for. Pois se não foi, não era pra ser. Talvez não nos mereciam e talvez só nos serviu pra nos amadurecer e nos ensinar a aguardar por algo melhor no futuro. Às vezes fazemos com que pequenos sentimentos cresçam muito rápido, damos um valor e uma importância muito grande a isto. Mas não podemos esquecer que são pequenas coisas, e que se apegar nisto, só nos fará sofrer no final!
Nossa maneira habitual de fazer está em seguir os nossos impulsos instintivos para a direita ou para a esquerda, para cima ou para baixo, segundo as circunstâncias. Só pensamos no que queremos no próprio instante em que o queremos, e mudamos de vontade como muda de cor o camaleão.
Que as nossas palavras, nossos gestos, nossas ações façam a diferença na vida das pessoas. Porque essa vida só tem sentido se for realmente para fazer o bem.
Na prosperidade, quando a corrente da vida corre igualmente com os nossos desejos, fujamos sempre de todo orgulho, altivez e arrogância.
Sentimos que toda a satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã sua fome.
E o que é que ela vê nele? Nossos amigos se interrogam sobre nossas escolhas, e nós fazemos o mesmo em relação às escolhas deles. O que é, caramba, que aquele Fulano tem de especial? E qual será o encanto secreto da Beltrana?
Vou contar o que ela vê nele: ela vê tudo o que não conseguiu ver no próprio pai, ela vê uma serenidade rara e isso é mais importante do que o Porsche que ele não tem, ela vê que ele se emociona com pequenos gestos e se revolta com injustiças, ela vê uma pinta no ombro esquerdo que estranhamente ninguém repara, ela vê que ele faz tudo para que ela fique contente, ela vê que os olhos dele franzem na hora de ler um livro e mesmo assim o teimoso não procura um oftalmologista, ela vê que ele erra, mas quando acerta, acerta em cheio, que ele parece um lorde numa mesa de restaurante mas é desajeitado pra se vestir, ela vê que ele não dá a mínima para comportamentos padrões, ela vê que ele é um sonhador incorrigível, ela o vê chorando, ela o vê nu, ela o vê no que ele tem de invisível para todos os outros.
Nota: Trecho da crônica "O que é que ele vê nela?": Link
Muitas vezes só reclamamos se os nossos sonhos não se realizam. Mas, você já parou pra pensar no que você fez pra que ele se torne real?
Se nossos semelhantes pudessem constatar nossas opiniões sobre eles, o amor, a amizade, o devotamento seriam riscados para sempre dos dicionários; e se tivéssemos a coragem de olhar cara a cara as dúvidas que concebemos timidamente sobre nós mesmos, nenhum de nós proferiria um “eu” sem envergonhar-se.