Jardim
Endereço
Minha casa é um recanto do mundo
a doze passos do coração.
É horta fértil, jardim fecundo,
pelos Campos do Mourão.
Minha casa é colo e cafuné,
é cheiro de mate e pão caseiro,
é força e vida, vigor e fé
que canta o sino de Engenheiro.
Minha casa é abraço apertado
onde a Gralha Azul fez ninho.
É beijo tímido, apaixonado
nos cafezais de Sertãozinho.
Minha casa é floresta que se avista
da janela velha rindo à toa.
É semente nova que o altruísta
acomoda e rega em terra boa.
Minha casa é pinheiro, é cipestre
que penumbra, em trilha oportuna,
os tapetes do ipê roxo, flor silvestre
nas calçadas de Araruna.
Minha casa tem gosto de Carneiro ao Vinho,
Sabor sagrado, segredo sangrado no sul.
É terra rubra que pinta o pé pelo caminho,
é sossego, saudade e sol. É Peabiru.
O jardim de amor
Com todo amor rego meu jardim todo dia
Mesmo quando a chuva vem fria
E entristece meu pensamento
Ao acordar, esqueço os lamentos
E dou sorrisos de graça
Coloco adubo, limpo as traças
Converso com todas as flôres
Com todas as folhagens
De toda forma e com todas as linguagens
As encorajo, quando vem o sol, mesmo que muito quente
Ardente
As envolvo em meus sonhos e as refresco depois
Nunca é tarde para florescer o amor , mesmo que ele esteja esquecido num vaso corroído, pelo tempo ou pelo vento
Muitas vezes com minhas lágrimas renasceram flôres que até pareciam estar mortas
O perdão as ressuscitou e fez brotar novamente, o sentimento mais nobre
O amor...
Clave de Sol
Para Maria Solange de Souza.
Praia do Jardim Guanabara. 1983.
Ilha do Governador. Rio de Janeiro-RJ.
Epopéia.
Coxas entrelaçadas nas labaredas
do céu.
Espera na busca do delírio:
suor
melodia
e ego.
Curas.
Revela pensante o animal: amante.
Usa-me.
[...]
E mesmo depois de tanto tempo,
nem q florisse no meu quarto
um jardim de belas flores,
quando acordar...
meus olhos não teriam o mesmo brilho
que tinham ao te olhar.
[...]
... No jardim da tua vida, exala-se um intenso perfume que me veste toda alma, transportado pelo vento, sinto a presença o teu cheiro a quilometros de saudade.
Beija Flor do Meu Jardim!
O Vôo livre do beija flor
Que em mistérios de amor
Encanta meu jardim
Em letras de querubim!
Ah! Beija flor atrevido
Que suga o suor colorido
Das manhãs de sol alegremente
Das flores perfumadas suavemente!
Ah! Beija flor
Que em versos de dor
Declara-se nos braços da natureza!
Ah! Beija flor que em espinhos
Abraça as flores com carinho
Em lágrimas de orvalho do mar!
Cláudio Capistrano
Poeta
Postado por Miryam Gotti
Ah, como é bom viver cercada de flores no jardim, com o céu azul sem nenhuma nuvem para cobrir o sol, com passaros cantando e acalmando o coração.
E ao anoitecer, e eu me esquentar no seu abraço, só nós dois no banquinho da praça, naquela rua silenciosa, observando a lua e as estrelas, eu vou olhar nos teus olhos e você nos meus...
e ainda não sei o que é amar. "
Flores nascem em jardim errado, porem existem jardins que aprendem a conviver com Flores assim, mais as flores por força do vento, tenta sair deste único jardim que o acolheu, suporto todas as tempestades mais a segurou, Tal flor, desprezou e foi cortada da raiz, levada pelo vento ao um lugar incerto, conhecendo outro campos floridos e outros mortos, e o jardin ficou com um pedaço de sua petala.
A flor hoje vive a espera do próximo vento bater, pois sem o campo que acolheu esta sozinha e arrependida, por te deixado lá aquele carinho único que recebeu, e hoje ela tenta voltaar...
Dentre todas as flores que há neste imenso jardim, tu és de longe a mais bela , até mesmo elas reconhecem tal grandiosa e esplendorosa beleza e magnitude, vossos olhos são como as sementes que caem no solo e se transformam, tens o perfume mais resplandecente e doce, que atrai assim as abelhas que recolhem o nectar que ha em seus lábios, teu rosto é como a pétala mais bela e suave que possa existir, teu corpo é como o mais forte caule que te mantem firme em pé ao passo que os ventos da vida não conseguem derrubar, os teus pés são como as raízes que te firmam ao solo neste mundo de ilusões, tu és sem duvida maravilhosa e raríssima...
JARDINEIRO
Um homem que em tudo vê flores
Vive num alqueire de jardim
Limitado mundo de suas cercas
Sem saídas.
Há uma entrada que dá para casa
Que ele ignora, fácil o cheiro das Paroaras.
Ágeis espinhos que por ele choram.
Já se acostumaram, jardineiros
Já são amigos pela vida inteira.
Amigos não se larga ao léu
Quando a casa que ocupa, sua mágica
Fica logo ali, encostando pela porta
Pra dormir quietinho,
E pensar sozinho,
Rimas comuns de cantigas velhas
Que sempre o acompanham,
Quando se esquece das rosas
Do mutirão de sauadades
Povoado de sonhos, de insinuações
De que tudo corre para os seus braços.
Abarrotando de cores e bálsamos.
O homem rente ao paraíso
Que, numa provação, antes da terminante chegada
Cultiva outras vidas, dentro de si
Amoldado na areia,
É outra roseira que está pra surgir.
Entre mil e um jardim de aconchego,encontro a um so comodo a mim espojar o espaço que encontra-se dentro do seu coração virtuada a mente ao sentimento que por meios hoje vem a passar.