Janela
Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta... desacerta...
Sempre em busca de nova descoberta,
Vai colorindo as horas quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me esqueço...
Para quê pensar? Também sou da paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico sonhando...
E me transmuto... iriso-me... estremeço...
Nos leves dedos que me vão pintando!
Sinto o vento na janela,
sempre fico á espera
de que um dia você vá voltar pra mim,
deito e fico no escuro
o meu mundo é inseguro
pois sei que não tenho você aqui,
você se foi e deixou a minha esperança
e eu fiquei pensando que fosse vingança,
sei que isso foi um erro meu
mas será que você já me esqueceu?
sei que esses momentos nunca saíram do meu pensamento
com o amor que corre ao vento
procurando algum sentimento.
"Me afastei da janela e tudo o que vi então foi a chuva caindo pelas vidraças, que mais pareciam prata derretida."
Você apoiada na janela era quase um quadro.
Seu cabelo cacheado armado,
assim como o seu sorriso.
Fazendo meu coração acelerar querendo se entregar.
Você me tem nas mãos
E talvez nem desconfie,
Estou te entregando meu coração,
Por favor, o priorize.
Quando o sol bater na sua janela deixe ele entrar,sorria, cante com os passarinhos,tome um bom café e tenha bom dia.
Alegria, tristeza, desespero, amor. Os olhos são a janela da alma. Quem aprende a ler a um olhar, aprende a linguagem da alma.
Éh, bem que podia ser minha vizinha
Dizem que o olhar é a janela da alma
Mas foi no seu que eu encontrei a minha
Sai pela porta, mas deixa sempre uma janela aberta. Apressa o passo. Pula umas pedras pelo caminho e vai. Um sorriso aberto feito sol de verão que inaugura o dia. Lembra da menina que era ainda em outras primaveras. Quem inaugurava agora, era ela. Estampa o rosto de mudança. Percebe o tamanho das pernas. Prontas para pular. Agora abismos. Essa era sua especialidade. Pulos. Sempre em frente. Depois de muito tempo, ela agora sabia bem onde queria chegar.
Banho de água gelada.
Abrir os olhos e ver que o sol já não ilumina a janela como outra vez, que as rosas não são mais tão galantes, que os tornozelos já não me amparam mais. Ver que as pimentas já não são mais tão picantes, nem mais tão vermelhas, que aquilo que fazia diferença parece estar me deixando para trás. Perceber que o ciúme é o inimigo dos mortais e que não vale à pena doar-se tanto por quaisquer amores.
É preciso saber quando uma coisa chega ao final. Embora seja difícil jogar pela janela tempos e tempos de juras eternas, sonhos, planos, experiências, bons momentos vividos;; mas é necessário encerrar um ciclo para poder se começar outro. Deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram, sabendo perdoar os erros. Precisamos perdoar, mas sabendo que este ato não significa colocar debaixo do tapete os sentimentos que existem em nosso coração. Perdoar não é esquecer temporariamente, é reconciliar-se consigo mesmo. O perdão nesse caso não é uma renovação, e sim um fim. Afinal o perdão também cansa de perdoar. É preciso respeitar esses limites. Já que tenho a cabeça no lugar, o texto antes pensado não será postado. Por que? Porque sou humana. Meu mal é ser aberta demais. E eu não quero reviver mais nada daquilo nem que seja só em palavras.
Ontem tomei um táxi e me distraí tanto olhando pela janela que no meio do caminho estendi a mão para o banco vazio do lado querendo pegar tua mão. Tô com saudade.
Os olhos são a janela da alma – é no olhar que mora a alegria.
Ver não é simplesmente ver; não é simplesmente captar a imagem de algo através dos olhos. Ver é perceber com a alma, sentir a beleza na sua mais pura essência; é deixar-se envolver-se; é deixar-se cativar, e se encantar com a beleza de cada detalhe, com a beleza que adentra através dos nossos olhos, os olhos veem, mas a alma absorve e transfere para o cérebro aquilo que transmitimos.
Todas as imagens que temos do nosso mundo vieram a partir dos nossos olhos, por isso quando crianças nossos olhos refletem aquilo que sentimos e temos uma facilidade enorme de transmitir tudo num olhar.
No olhar de uma criança não existe maldade, não existe tristeza, não existe julgamento, a singeleza e a ternura estão estampadas em seus olhos, o olhar de uma criança tem um dom, o de abrir um atalho para a comunicação, elas conhecem o segredo e tem o poder de fazer os olhos sorrirem, porque são espontâneas, são verdadeiras.
Sabe a conversa de que, se Deus fecha uma porta, Ele abre uma janela? Eu acho que, quando Ele fecha uma porta, Ele te diz: levanta e abre sozinho, porque te fiz capaz.
Estendi cordas de campanário a campanário; guirlandas de janela a janela; correntes de ouro de estrela a estrela, e danço.
SAI DA JANELA MICAL!
A maioria de nós cristãos conhece a história de Davi dançando perante o Senhor (2 Samuel 6:11-23). A ocasião era de festa: a Arca do Senhor estava voltando para Jerusalém. O Rei Davi estava exultante, e “dançava com todas as suas forças diante do Senhor” (v. 14), externando sua adoração a Deus sem se preocupar com o que os outros estariam pensando dele. Sua esposa, Mical, o “desprezou no seu coração” e o criticou severamente por dançar daquela maneira diante do povo (vs. 16 e 20).
Mas porquê ela criticou o gesto de Davi? Porque ela não entendeu?
Se voltarmos um pouco no tempo, veremos que Mical não era exatamente o que se possa chamar de má pessoa – apesar de ser filha de Saul, que reinou antes de Davi. A Bíblia fala que ela amava Davi. Sabedor disso, o então Rei Saul tentou usar a própria filha como laço contra Davi (1Samuel 18:20-21).
Entretanto o plano de Saul foi frustrado pela fidelidade de Mical a Davi. Na seqüência da história, vemos que ela ajudou Davi a fugir de Saul quando este o perseguia, enganando o próprio pai (1Samuel 19:11-17).
Por que então esta mulher, que um dia compreendeu e participou do plano de Deus para preservar a vida de Davi, agiu de maneira tão severa quando agora, anos mais tarde, o Rei simplesmente adorava ao Senhor com alegria?
Poderíamos dizer que ela não compreendeu a motivação de Davi; ou que ela se preocupou mais com a imagem do Rei Davi do que com o momento espiritual da nação; ou ainda que teve ciúmes das servas. Tudo isto estaria correto... mas já lhe ocorreu que tamanha incompreensão poderia estar calçada em algo mais profundo e pré-existente na vida desta mulher?
A INFLUÊNCIA DOS TRAUMAS
Depois da fuga de Davi, Mical foi dada como esposa a outro homem pelo seu pai, Saul (1Samuel 25:44). Anos depois, após a morte de Saul e já como rei, Davi exigiu-a novamente como esposa (2Samuel 3:13).
Por esta e outras razões, podemos saber que Mical era uma pessoa que carregava profundas feridas. Ela fora usada como “isca” pelo pai contra Davi. Viu este homem arriscar a vida para atender a um capricho de Saul que era a exigência para o casamento, o qual foi chamado de “dote” (1Samuel 18:25). Viu o homem que ela amava tendo que fugir do próprio sogro para não morrer. Foi dada pelo pai a outro homem como esposa, sendo já casada. Anos depois, quando talvez ela já estivesse “acostumada” com a situação, Davi se torna Rei e a traz de volta. A Bíblia nos conta que o seu então marido, Paltiel, veio chorando atrás dela quando ela foi tomada para ser “devolvida” para Davi (2 Samuel 3:15-16).
Quanta carga emocional! Como se não bastasse, ela não podia ter filhos, o que era considerado como uma desonra pela sociedade de então. Principalmente em se tratando da esposa de um monarca, que precisaria necessariamente de um herdeiro para ocupar o trono.
Mical permitiu que seus traumas não resolvidos trouxessem cegueira espiritual. E por causa disso, ela não pôde compreender o significado do ato de adoração de Davi.Eu quero lhe fazer uma pergunta:Será que você meu irmão ou minha irmã,tem deixado seus traumas do passado,interferirem na sua vida atual?Será que o fantasma da traição ou de ter sido abandonado no passado,não está influindo negativamente no seu comportamento ou momento atual?Será que você não está passando dos limites?A pessoa amada ou o seu companheiro(a) não é culpado pelos seus traumas.Aprenda que o que passou,passou e o passado ficou para trás.Trate de construir seu caminho rumo ao futuro sem precisar de desenterrar defuntos ou viver como um louco ou louca ao prantos,gritos e baixarias.Se você afirma que não conseguiu esquecer as coisas que lhe machucaram no passado,o sangue de Jesus Cristo não lhe banhou ainda.Você precisa de um encontro verdadeiro com Deus.Você precisa se apropriar da sua condição de "justo",ou seja:Aquele ou aquela que nasceu de novo!
A POSIÇÃO ERRADA
Os nossos traumas emocionais não tratados e/ou mal resolvidos podem nos trazer cegueira espiritual. E tudo isso sempre nos leva para a posição errada, um lugar diferente daquele que o Senhor nos quer. O povo inteiro estava em festa, e Mical estava “olhando pela janela” (v. 16). Ela somente foi ao encontro de Davi quando a celebração havia acabado, e o povo, ido embora (v. 20). E mesmo assim, foi para criticar.
Mical assumiu a posição de espectadora. Da janela, observava o povo se alegrando e adorando ao Senhor, ao invés de se juntar a eles. Estava assistindo a alegria e adoração dos outros, e não fazia questão de participar. Esta postura abriu portas pra um espírito crítico;e sendo assim,satanás entrou em ação pondo no coração de Mical o CIÚME.Um detalhe:Se você sofre deste mal,trate de se dar valor e aprenda que aquele que deixa habitar dentro do seu coração esta obra da carne chamada "ciúme";não vai morar no céu,embora seja cristão fiel.Leia atentamente: "Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia,
a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os CIÚMES, as iras, as facções, as dissensões, os partidos,
as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus".
E por trás disso, como já vimos, estava uma vida marcada por sofrimento, desilusão e expectativas frustradas.
CONCLUSÃO
Talvez você já tenha visto ou conhecido pessoas que assumem a posição de “espectadores” em algumas situações, até mesmo durante momentos de adoração ao Senhor. Não as julgue. Existe algo além das aparências. Existe uma vida que carrega marcas,uma vida que precisa se libertar das astutas ciladas do diabo.
Precisamos desenvolver um espírito misericordioso em relação aos outros.Devemos olhar para nossas próprias vidas. Como temos cuidado de nossos traumas emocionais? Temos dado lugar a um espírito crítico? Temos tido uma vida infrutífera? Temos sido espectadores da adoração alheia? Adore aquele que é digno de toda a Glória,Jesus Cristo;e ELE vai fazer por você, o que você não pode fazer.Adore ao Senhor Jesus Cristo,e ELE vai falar com quem você não pode falar.Adore a Deus,e se esqueça do passado!
Ainda há tempo para tratar pecados, se arrepender, pedir perdão e perdoar. Ainda há tempo para buscar a libertação espiritual para nossos traumas. Ainda há tempo para receber o bálsamo que só o Senhor pode dar.
E ainda há tempo para sair da janela. A porta é logo ali. É só ir para fora, se juntar ao povo... e começar a dançar.Sai da Janela Mical!
Olhares...
Nesse momento, momento em que o vento frio insiste em fazer a janela bater tentando ultrapassa-la e esfriar este cômodo, onde sentada sobre o carpete e escorada na parede me encontro.
Começo a perceber que antes o coração que pulsava calor, hoje pulsa o vazio...
Começo a relembrar os momentos já vividos, algumas das historias que trilharam meu caminho até aqui. Procurando indícios de onde foi que comecei a me perder.
E nesta procura começo a reparar, que por mais que eu tente afastar é o seu olhar que insiste em invadir minha mente...
São os olhares tão estreitos e sempre acompanhados de singelos e discretos sorrisos que mais me lembro.
E paro, desisto de procurar onde me perdi e por alguns momentos, começo a brincar com os planos, lugares e momentos que eu não fiz, não visitei e principalmente não vivi...
Brinco de imaginar teu cheiro, teu gosto, teus jeitos e defeitos...
E vou mais além, as danças juntinhas, teu rosto colado ao meu onde por segundos parece que a música se silencia que o chão perde sua estabilidade, e se não olharmos para baixo até poderíamos acreditar que não havia chão sob nossos pés... Ah! Quantas músicas ficaram por serem dançadas...
Começo então a brincar de quebra cabeça, junto às peças da imaginação com as da realidade, tentando formar uma delicada e simples bela paisagem.
Lembro-me das repetidas perguntas sobre o final de semana e tento juntá-las com tantas perguntas não feitas.
Lembro-me das repetidas palavras de saudações e tento juntá-las com os abraços de saudações não dados, percebo o quanto durante a vida, nós costumamos desperdiçar a oportunidade de demonstrar carinho.
Lembro-me das repetidas frases feitas e tento junta-las com os conjuntos de palavras não faladas perdidas no tempo.
E relembro que as nossas maiores conversas, que nossos tão simples sentimentos foram demonstrados pelos repletos olhares que em silêncios trocamos.
Tivemos nossos poucos momentos, sempre compartilhados com outras pessoas e agora reparo quantos foram os momentos, as lembranças e as histórias que juntos somente nós nunca compartilhamos, quantos foram os passos não dados, as palavras jamais ditas e os caminhos que juntos somente nós nunca andamos... Quanta e quantas foram às oportunidades que juntos eu e você desperdiçamos...
Mas reparo principalmente quanta falta faz os tantos olhares escondidos em memórias que nunca se quer existiram...
Eu quero um tempo tranquilo como passarinho na janela.
Quero um dia bonito como jardim bem cuidado na Primavera.
Quero um canto com sossego, um cantinho de paz.
Quero dividir panela de brigadeiro com os amigos, somar naquela campanha do bem, multiplicar os sorrisos e abraços que recebo.
Quero surpresa bonita chegando de mansinho só pra me deixar feliz.
Quero pra mim e pra você também.
Rita Maidana