Janela
Olhar: janela da alma, espelho do mundo.
Em análise romântica, o olhar tem o poder de traduzir palavras que os lábios não são capazes de dizer precocemente, isto alimenta uma metáfora mirabolante entre os amantes. Entretanto, na amizade ele serve como alavanca de conhecimento recíproco e, às vezes, como comunicação. Além disso, os olhos revelam o que uma pessoa tem no mais íntimo de seu ser, desde suas virtudes e alegrias, até mesmo seus maiores defeitos e tristezas.
Nos amantes, o primeiro palpitar enamorado acontece quando os olhos se encontram numa perfeita simetria, isso tem como conseqüência de fazer a pupila se dilatar, causando quase um eclipse nas córneas (meninas dos olhos). Cria-se um ligamento afetivo inexplicável. Eles refletem o tremeluzir céu da esperança de quem olha com profunda paixão. Os gestos podem recobrir com o manto do engano o sentimento, mas o olhar denuncia com extrema transparência o amor oculto. Os olhos se tornam fãs da pessoa amada, um perfeito par que se doa, às vezes, através de lágrimas que podem irrigar tanto o amor quanto a uma utopia. Entender os olhares da pessoa querida é mais que uma virtude: é uma necessidade, pois, não compreendê-los é sinal de que algo não está configurado em harmonia.
Contudo, a amizade é um meio de encontrar, através do outro, a felicidade, compreensão, equilíbrio emocional e companheirismo. Os amigos, geralmente, se entendem nos pensamentos e comportamentos em comum, mas o que sustenta com relevância esse sentimento é a forma com a qual eles se olham. O olhar entre amigos proporciona um acorrentamento íntimo que viabiliza o conhecimento primordial entre eles. Na amizade, raramente há mentiras, pois um amigo deduz a intenção do outro, muitas vezes, através da forma com a qual ele o olha. Também os olhares numa amizade servem como comunicação, eles conseguem passar com encanto as necessidades e alegrias de uma pessoa que tem uma amizade fortemente empregada na sua vida.
Num contexto psicológico, o ser humano sente a necessidade de ser observado, isso se realiza através do olhar que pode revelar diversos comportamentos de uma pessoa. A “alma” de um indivíduo pode ser percebida bem nas profundezas de seus olhos. Eles se entregam ao mais astuto observador, possibilitando o conhecimento amplo do ser humano.
Em suma, a porta que permite que os seres humanos não percam a sua humanidade é a forma com a qual eles se olham, pois cada pessoa carrega no olhar o reflexo do seu semelhante.
Desta janela lembro o sol que me espreita através do teu rosto, acrescento-me ao teu texto, um outro tato onde colho uma rosa e o vento....até que os dedos me devolvem a superfície da folha e do poema que se abriu com o calor das nossas mãos.... é nesta página que encontro a bússola repentina que me oleia o coração...
Um dia a porta da sua alma se fechou. Sua música parou de tocar. Você olhava pela janela enquanto o amor te deixava. Pode ir, você disse, e jurou que nunca mais sentiria essa dor. Espalhado pela casa com os cacos do seu coração, a última coisa que você queria era amar outra vez.
Rejuntar estilhaços até se fortalecer de novo é um processo que leva tempo, e a duração desse tempo é muito pessoal, assim como o tamanho da dor que cada um carrega. É como se você ainda vivesse, seus órgãos e sistemas do corpo funcionam, você respira, mas falta algo. Falta vida no robô que rejunta as suas peças.
Foi assim, com muito esforço e angústias, que você tropeçou em seus próprios pés para reaprender a andar. Iluminou seus passos com seu brilho esmorecido. Mas você nunca parou, nunca desistiu. Não sabia o que ia encontrar lá na frente, somente sabia que era para lá que tinha que ir. Nem sempre você achava aquilo que procurava. Algumas vezes, acabou encontrando quem nunca imaginaria encontrar. Outras vezes, você mesmo foi atrás de pessoas queridas que dormiam nas suas lembranças. Por fim, você achou a sua imagem que se escondia atrás do espelho.
E agora você está aqui, sentindo-se inteiro. Você voltou a brilhar, a pulsar! Está batendo suas asas pelo mundo novo que deseja conhecer. Porém, mesmo no auge de suas mais novas descobertas e da confiança de um dia melhor que o outro, vira e mexe, você tem medo.
O medo sopra pela fresta da porta do seu quarto à noite, em seu silêncio secreto. Mas não é aquele pavor ao se deparar sozinho na plataforma de embarque rumo a um país desconhecido. E nem de ter outra cólica renal ou levar uma bronca do chefe. Isso tudo você encara. A coisa toda complica quando não se encontra o sentido das coisas ao fim desses dias longos e incertos, quando o cansaço penetra pelos poros a ponto de derreter a pessoa por dentro. Quando se cai em uma rotina mecânica de acordar, trabalhar, reclamar, pagar as contas e fazer parte da massa de conformados cidadãos inconformados desse mundo louco.
Esse mundo que te obriga a assistir gente ser decapitada e queimada viva. O medo de sair de casa e ser assaltado no trânsito, e, por isso, ficar com receio de abrir a janela do carro para dar um trocado ao pedinte que parece doente. A falta de vergonha na cara de políticos que zombam da sua inteligência. O medo de pegar dengue. A espera ansiosa pela chuva para encher rios e sentimentos.
No meio disso tudo é que se descobre que fazer-se completo dá um trabalho danado. E por mais que você saiba que esse seja um processo lento e interminável, e que você esteja focado em procurar a felicidade na sua jornada e não em seu destino, nestas horas de silêncio no seu quarto à noite acontece o imprevisto.
Nesse fluxo da vida que segue, entre as dores e as curas, revisitando tristezas e alegrias, como um dia nublado, quando menos se espera, ela chega. Toca a campainha da saudade, abre a porta da ausência e te abraça apertado. Ela não foi convidada, mas mesmo assim a solidão vem e fica por um tempo.
Ser feliz sozinho é fácil, difícil é ficar triste na solidão. Especulando que o amor não é algo tão fácil assim de ser encontrado, como se vê nos filmes e livros de romances, você se lembra de Rubem Alves, “Temos uma capacidade quase infinita de suportar a dor, desde que haja esperança”.
É nesse pressentimento que o peito ardido encanta o silêncio, atravessa a madrugada fria e amanhece na alegria. E encontra a esperança, com seus olhos de menina, equilibrando-se entre o inferno e o céu, pulando amarelinha na poesia. Ela joga uma pedrinha e te convida para brincar, enquanto esperam pelo amor, o seu novo amor que já vai chegar.
Porque frio, medo e tristeza, passam. Dor também passa. Até amor que foi embora passa. Só não passa a vontade de amar outra vez.
Então sua música volta a tocar e você sonha com Vinicius de Moraes: “a maior solidão é a do ser que não ama”.
E quando eu abro a janela
E vejo você, meu sol maior,
Perco até meu compasso,
Chego a mudar de tom.
A verdade é que teu sorriso
Me desatina, me desafina.
Mas ao fim, sempre ponho em ti,
Esse tal sinal de “repetição”,
Pois, melhor eu descompassado
Que viver na ausência
Do teu sorrir.
"Amor é quando você abre a janela da conversa mesmo que a pessoa não esteja online e fica apenas olhando a foto. É não querer fechar a janela da conversa mesmo que a pessoa já tenha saído. É você estar morrendo de sono, mas, fica acordado só pra conversar com ela. É odiar que te acorde cedo mas, fica feliz porque foi ela que te acordou. É quando você olha pro rosto dela e repara em todos os pequenos detalhes. Amor é isso: detalhes."
Ah olhe só como o dia está lindo
Levante abra sua janela e observe
Pássaros voando e cantando
O ar puro q vai até vc
Raios de sol o iluminam oo dia
Melhora td um viver
A positividade toma conta
Sorria isso melhora o seu ânimo
E de quem estiver ao seu redor
Esqueça td de ruim q já viveu
Hj é um novo dia
Viva ele....
Sabes, quando acordei, abri a janela para deixar entrar o sol na minha vida mas, lá fora, estava nevoeiro. As árvores do jardim deixaram-se despir, numa calma timidez, pelo vento... folha a folha as suas recordações foram levadas para não mais voltarem. As árvores ficaram lá paradas no tempo. Eu fiquei imóvel, a bafejar o vidro da janela, numa esperança de te ver chegar ao fundo da rua, de te ter dentro do meu pensamento. Não tenho nada a dizer-te, nada mais para além do meu silêncio.
Cansei-me de tentar estar sempre presente na tua vida, ainda que teimes em expulsar-me dela. Cansei-me de todas as tentativas que fiz para te compreender e ainda assim, após tanto tempo, não compreendo a razão de te isolares de mim, deixando-me à margem dos teus dias... Como se isso tornasse a tua vida mais fácil de viver. Simplesmente cansei-me!
Certamente, hoje, não preciso de saber quem sou neste momento. Preciso mais de ter a certeza de saber quem serei depois da minha partida. Não que eu tencione ir para longe de onde estou agora. Apenas vou ausentar-me de ti sem dar qualquer explicação para tal. Estou cansada demais para tentar, mais uma vez, lutar por uma amizade. E como eu preciso da tua amizade... mas assim não suporto mais, isso está a fazer-me mal.
Quem sabe, um dia, num futuro próximo, tu te encontres contigo mesmo e aches as respostas que eu não tive para te compreender. Quando isso acontecer procura-me sem qualquer receio de mim. Procura-me quando precisares, estou exactamente no mesmo sitio onde me deixaste!
A dor da minha solidão
Da janela do ônibus
Percebendo que estava sozinho
No impacto do silêncio
refletida no caótico dia
O chocalho do meu raciocínio
foi tudo por um fio
que não cai em desalento,
aquilo tudo me iludia.
Em casa me sentia sólido,
sem sentimentos,
muito menos pensamentos.
Na solidão já estava acolhido
Deitei-me na cama
Tive um leve sono
e me toquei
que era tudo um sonho
Eu pressuponho!
Prece-pício
Estou debruçado sobre a janela
em plena madrugada.
A fumaça do cigarro são meus olhos
que se desintegram ao léu.
Minha testa, encostada no gélido aço
da grade, me faz estremecer.
A noite é fria como os viciados.
De vez em quando um carro, um cão...
um mendigo.
Mas nada se move
a não ser minha alma convulsionada.
À frente, algo sugere amplidão,
mas não passa de precipício.
Não preciso das grades.
Sou mais perigoso do que qualquer bandido.
Sou autodestrutivo e não espero perdão.
Não há melhor hora
para descobrirmos quem somos.
E mesmo assim estou abismado,
pois sou uma gárgula dependurada
e paralisada
nessa construção sem sentido,
jorrando dor e desatinos
sobre meus inimigos adormecidos.
Por que tudo é tão distante?
Minhas mãos não alcançam
meus próprios desejos.
Desejos são fumaça
que se acaba com a última tragada vazia
num suspiro intoxicado.
Os garis correm atrás do caminhão
e sou deixado para trás.
Mas sou aquele lixo impertinente
que se acumula nas horas claras do dia.
Apenas dejetos... Desertos.
6
Quero ir embora.
Mesmo que seja naquele fétido caminhão.
Quero ir, jogado no meio do lixo, como tal;
sendo espremido, moído e descartado,
para não mais me debruçar sobre a janela
nem desesperar na noite úmida
desta maldita cidade.
Que melhor presente haveria que o saltitar dos cílios ao despertar, e a luz tênue na Janela proclamando que ainda há vida.
Pela janela do ônibus, eu vi a deusa do inverno chegando lentamente lá pelos lados do horizonte, semi encobrindo com os seus véus de névoa, os navios que aguardavam na barra como eu aguardo o aportar em melhores dias, que vislumbro através dos nevoeiros da minha ansiedade!
E de repente como se não houvesse amanhã, ela se atirou da janela... Como se não houvesse uma vida inteira pela frente, e pessoas que há amavam. Ela via tudo de uma maneira diferente, via a vida como um jogo que entre ganhar e perder o melhor à se optar, era morrer. Doía dentro de si a solidão, a amargura, doía a cada segundo que se passava sozinha. Chorar já não lhe adiantaria mais de nada, se machucar também não. O que ela faria diante da situação? Iria voar...
Esperando na Janela
Quando me perdi
Você apareceu
Me fazendo rir do que aconteceu
E de medo olhei, tudo ao meu redor
Só assim enxerguei que agora estou melhor
Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor
E a dor saiu
foi você quem me curou
Quando o mal partiu
vi que algo em mim mudou
No momento em que quis,
ficar junto de ti
E agora sou feliz,
pois lhe tenho bem aqui
Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor
Quando me perdi
Você Apareceu
Me fazendo rir do que aconteceu
E de medo olhei, tudo ao meu redor
Só assim enxerguei que agora estou melhor
Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É o meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor
Abra a janela do seu...
coração e deixe entrar por ela tudo
de mais lindo como...
AMOR
PAZ
AMIZADE
enfim tudo que venha tornar
você extremamente feliz!
Pois Deus te deu a vida...
e sua vida tem que ser vivida
sempre com toda...
Felicidade!!
BJS em seu coração
Ela contemplou a lua enquanto se acomodava na penumbra da janela.
Tentou encontrar significado mais profundo, em tudo aquilo que via diante dos seus olhos, apaixonados e submersos.
No entanto, já não existia significado algum dentro de si para projetá-lo.
Todos os dias foram os mesmos desde então... Existindo eternamente incapaz de enxergar dentro de si, algo que brilhasse tanto aos olhos quanto a humanidade, perdida em seu último tenebroso suspiro.
Não era capaz de amar e o tempo, sua bússola, lhe ensinará a dissuadir-se do desejo ardente, que mantinha o último enlace mortal em sua alma.
Era demasiado árduo, pois tudo em que seus olhos tocassem, a lembrariam da vida que jamais teria.
Da luz do sol que por ela não poderia sequer ser vista senão, por detrás de uma janela.
Do calor do fogo, que já não mais aqueceria sua pele, pálida e faminta de afeto.
Para ela, estes eram os pequenos milagres.
Deixava que a chuva espalhasse os cacos do seu coração pelo mundo, espalhando seu eterno sofrimento, e sofria, pois não era merecedora do amor.
Afinal, como poderia ser possível amar se nem mesmo seu coração era capaz de bater?
E a luz...
A única luz capaz de tirá-la da escuridão, era a mesma luz capaz de incinerá-la.
Morreu aos dezesseis anos de idade, mas sua vivência ultrapassa o infinito.
ponto de transição
da minha janela
observo uma árvore
e por ela sigo as estações.
não pelo Sol
ou pelos casacos.
é a árvore
que entrega todo o seu corpo
ao tempo
sem receio
segura de que a vida
é movimento.