Janela
Não quero ver a vida passar
Pela janela
A escoar pelos meus dedos
Dormentes
Quero sentir o seu doce sabor
Ou amargo, que seja
Sentir a beleza do vento
Contra a minha face, mesmo
Que os olhos lacrimejem
Quero a coragem de pintar
Meu céu com raios dourados
Nos dias tristes, cinzentos
Folgado, dizem, é chegar por último e sentar na janela. Mas esperto mesmo é ter chegado primeiro sem nunca ter sequer limpado a vidraça e usar o mundo pra lhe garantir o lugar nela, pois os que chegam depois irão concluir que também podem desejar o lugar mesmo que nunca tenham tido nas mãos uma flanela.
Discretamente, olho a janela e vejo então o vidro embaçado. Chove. Faz frio. E eu penso em você, penso em você, penso em você. Não consigo tirar você da cabeça. Por absoluta necessidade ou pura fragilidade de emoções: não consigo tirar você da cabeça. Então, com muito carinho e cuidado, digo baixinho: penso em você, penso em você.
O pássaro está à sair, finalmente sua liberdade chegou; gaiola aberta, janela aberta e o dono a dormir.
Aproxima-se da porta da gaiola, olha para trás e vê sua comida, sua água, seu brinquedo que adora bicar, seu balanço que ao balançar parece estar a voar;
mas voltou o olhar a frente, e, de um salto planado chegou a janela ausente
E ao observar, decidiu a gaiola voltar.
O Moribundo
Ao olhar para janela do quarto, pode-se ver lá fora a luz que invade o espaço vazio.
Um espaço de um mundo sombrio de um moribundo qualquer que só sonhava em ser feliz.
Tinha uma vida de inveja a muitos mortais, mas o que faltava a ele não eram coisas reais.
Queria tudo o que pensava que todo mundo tinha, mas só sonhava com aquilo no seu mundo de mentirinha.
Até que não suportou mais não receber o que a vida lhe prometeu, de tanto pensar naquilo se perdeu completamente do seu eu.
Ele disse chega!
Não quero mais essa lambança, lembro dos meus tempos de criança, onde eu parecia feliz.
Sonhava com um futuro onde o mundo me quis.
Agora nada faz sentido, o que eu quero parece irreal.
Talvez isso porque eu não seja um normal.
Na redoma onde se esconde surgem pensamentos não filtrados.
Todo dia na sua cama tem seus sonhos torturados.
Cada vez que algo parece perto e fácil ele consegue e comemora, mas mal ele sabe que em pouco tempo isso vai embora.
Cada vez seus prazeres diminuem até não restar mais nada, tudo que ele gostava agora é uma cena congelada.
O mundo perfeito do moribundo fica em sonhos, enquanto vive o nada em um mundo de demônios.
Ele disse chega!
Não quero mais essa lambança, lembro dos meus tempos de criança, onde eu parecia feliz.
Sonhava com um futuro onde o mundo me quis.
Agora nada faz sentido, o que eu quero parece irreal.
Talvez isso porque eu não seja um normal.
Sobre amor e libélulas
Um dia desses estava escorado na janela de um hotel qualquer quando uma libélula pousou a poucos centímetros do meu braço. Na hora, eu não sabia ao certo se aquilo era uma libélula, ou uma cigarra, ou um inseto gigante qualquer. Nunca soube, e os poucos segundos que perdi tentando classificar o bicho foram suficientes para que ele sumisse. Bateu asas e escafedeu-se entre as árvores.
Eu tenho uma ligação especial com libélulas. Foi correndo atrás de uma que eu me estabaquei no chão, fraturando uma costela, perfurando o baço e sofrendo uma hemorragia interna que por pouco não me matou. Tinha cinco anos e, desde então, convivo com uma cicatriz que me atravessa o abdome, lado a lado. Tudo que eu queria era vê-la de perto, justamente para me certificar se o bicho em questão era cigarra, libélula ou “seja-lá-o-que-fosse”.
Se a necessidade de classificar uma libélula me rendeu duas semanas de internação, imagino o que me aconteceria se eu ficasse tentando classificar meus sentimentos. Inclusive, me cansa ver por todo lado gente tentando diferenciar um sentimento do outro. Se é amor, amizade, namoro, rolo, beijo, ficada, passatempo… Não tenho a mínima idéia, e nem quero ter! São inúmeras as espécies de relacionamento e a tentativa de classificar a todo minuto algo que, ás vezes, é simplesmente inclassificável pode resultar em muito mais do que um baço perfurado.
Ás vezes, perdemos a noção de que cada minuto da nossa vida pode ser o derradeiro, de que cada ligação telefônica pode ser a última, bem como aquela pessoa, de quem você ainda não sabe se gosta, pode ser o seu último romance.
Lulu Santos pediu, a gente obedece:
“Hoje o tempo voa, amor
E escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
E não há tempo que volte, amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir!”
O amor é uma libélula que pousa na nossa janela pouquíssimas vezes. Corra atrás da sua libélula, sem medo de se machucar. Viva o seu romance. Viva o seu último romance.
Os olhos são a janela da alma, essa janela liberam luz, ao se chocarem elas se fundem e geram explosões gerando vida, imagens, cores que por sua vez alimentam a a alma, pois a alma se alimenta de Luz e no teu olhar vejo o brilho da vida e minha vida em teus olhos
O belo está no simples. Num gargalhar lembrando de momentos bons que se foram, no abrir a janela e ser iluminado pelo raiar do sol, num abraço de um amigo, no olhar com imenso amor de uma mãe pelo filho, no acelerar do coração, quando em pensamentos sente o calor dos beijos de um grande amor... O belo está no simples modo de se fazer feliz...
Escuto sons do amanhecer, ganho nova disposição
Pássaros cantam à minha janela: a sensação do dia!
Luz em fresta, novo encanto pela renda da cortina.
Oro, peço a Deus, entrego-lhe todo o meu coração!
Deixo de lado qualquer insegurança, dor ou preguiça
Deixo-me levar pela vida, ensaio uma nova melodia
Saio de mim, saio para rua, mudo de estação,
Descubro novas flores no jardim da gentileza.
Transbordo sentimentos, gotas de delicadeza
E a esperança de te encontrar: mesmo tempo e espaço
Trocar um farto sorriso, um doce afeto, um terno abraço.
Ficarmos juntos e matar saudades e contar as novidades
E mais que tudo, ainda, renovar as energias
E o mais puro desejo de que seja lindo o nosso dia!!!!
A verdade do lado de fora da janela é cruel,
só existe solidão a lamentar,
então inventei um mundo,
que minha mente conseguiu habitar.
Minha vida era um livro sem palavras,
era escrito com letras imaginadas,
era a imagem sem cor nos jornais,
eram fatos totalmente artificiais.
Sentia saudades das coisas que nunca fiz,
sentia falta de sabores que nunca provei,
de pessoas que nem conheci
e lugares que nem visitei.
Sentia saudades de olhares que não me viram,
de vozes que não falaram comigo,
de um abraço que nunca me abraçou,
de alguém que nunca me amou.
Fez falta as amizades que não tive,
dos momentos que não vivi,
de superar tombos que nunca levantei,
da alegria que jamais provei.
Sentia falta e não minto,
é uma ilusão que não consigo destruir,
mas na verdade nem era saudade que eu sentia,
era vontade de existir sem você.
Ah olhe só como o dia está lindo
Levante abra sua janela e observe
Pássaros voando e cantando
O ar puro q vai até vc
Raios de sol o iluminam oo dia
Melhora td um viver
A positividade toma conta
Sorria isso melhora o seu ânimo
E de quem estiver ao seu redor
Esqueça td de ruim q já viveu
Hj é um novo dia
Viva ele....
Meu olhar é melancólico. Ele é a janela da minha alma. Como pode uma pessoa deprimida tirar fotos sorrindo se apenas estará mentindo? E hoje, com esse egoísmo social vigente e regente das relações, cada vez mais superficiais, quem é triste não tem valor. As pessoas não querem ficar perto de quem não é feliz, de quem nem sequer se dá ao trabalho de dissimular. O importante é ter algo que haja benefício. Caso contrário, esqueça! É cruel, é. É o mundo, não sou eu que estou fazendo sensacionalismo. O mundo me exclui, primeiramente porque estou fora do padrão de beleza, porque não exponho o que comi, ganhei, não me contento em ler 140 caracteres e viver de compartilhamentos clichês, porque eu quero mais que encher a cara ao lado de pessoas que vão me descartar logo depois, minha balada é solitária, ritualista... Espero que essa tristeza toda não me deixe um ser humano frio que joga na mesma moeda que o restante. É só o que eu espero num mundo em que não se deve esperar nada, mas se preparar sempre para o pior, para ver a pior face dos humanos, para ver coisas que te deixam desacreditado de um futuro melhor, que te deixam com medo do que possa vir pela frente.
E quantas vezes ela observara a lua pela janela, se modificando radiante a cada novo ciclo. Incontáveis vezes, ela olhara para o sol que brilhava no azul do céu, e aquelas nuvens de algodão a convidavam a acalentar sua alma. Era só uma menina, cujo olhar não enxergava sol, lua, céu. Era uma alma, que procurava seu caminho, pois sabia que além daquele horizonte, poderia sonhar seus sonhos, parear com suas quimeras e encontrar-se na luz mágica e quase imperceptível, capaz de mover todo o universo.
"NESTA NOITE"
"Que a luz do Natal entre pela janela,
Que nos invada o corpo e a alma;
Que nos inspire sonhos coloridos,
E nos faça viajar sem tirar os pés do chão.
Que as dores que ficaram guardadas
Sejam destiladas nesta noite;
Que se esvaiam, e nunca mais nos visitem.
Que sorrisos e abraços se multipliquem,
E que sejamos amor...
Porque, com ele, tudo se constrói
E se reconstrói.
Porque, com ele, não há medo ou escuridão.
Há apenas a vontade de ser feliz, muito feliz,
Por um tempo duradouramente infinito.
Amém!".
"Levanta daí princesa, sai dessa cama, abra a janela e convide a felicidade para um chá, sorria para vida e ajoelhe para agradecer, enxugue essas lágrimas, joga uma água na cara, passa um batom e realce seu sorriso, afinal, ele é a coisa mais divina que você tem, e é usando ele que você vai destruir quem te quer mal, vista a armadura e saia pra lutar, inspire paz e suspire amor, mostre ao mundo que você é capaz de chegar lá, que você pode e deve fazer algo de bom pro mundo e pro próximo, impressione, mostre que você é maior que qualquer problema, mostre que você veio pra brilhar, e o brilho que Deus te dá, homem nenhum te tira."
Abre a janela, já que a porta está difícil de abrir. Talvez você tenha perdido a chave, talvez ela tenha ficado tanto tempo fechada que emperrou, enferrujou. Então abre a janela.
Deixa que entre o ar novo, tira esse cheiro, esse jeito de mofo, volta a enxergar de novo. Sai desse quaro escuro, renova esse ambiente sujo.
Vai, tenha coragem, dá só uma espiada. Mas depois escancara, pula para fora se for possível.
Sinta a luz do sol, olhe ao seu redor, há tanta vida lá fora. Há, lá fora, tanto esplendor!
(... Ou talvez abra um buraco na parede. Há tanta coisa sem importância guardada aí, há tanta coisa pesada, desajeitada, que não serve para nada... Certamente você encontrará algo para fazer de machado, de martelo, de enxada).
Essa minha alma sempre muito velha se renova cada vez que contemplo um dia ensolarado pela janela e penso: sou velho, mas até o sol é velho e continua brilhando como sempre e com força.