Janela
Janela para o mundo
Da janela do ônibus a observar
Vejo tudo que não conseguia enxergar
Quando dirijo ou estou a pilotar
O comércio que fechou
A padaria que inaugurou
É preciso uns minutos parar
Dei conta que o mundo não parou de girar.
Por que o sol fascina tanto a gente? Acredito que não existe nada melhor do que, depois de uma noite escura e fria, abrir a janela e ver a sua luz e sentir o seu calor. Abra a janela e deixe entrar.
Pela janela do ônibus, em várias madrugadas qualquer. Rotina semanal, é fácil prever o final.
Naquele assento observando o movimento, são detalhes que me fazem viajar.
olhando através daquele vidro, as vistas embaçam de tanto pensar.
o foco se perdendo em cada pensamento. De repente, o transporte para de trafegar. Chegou minha parada, agora é hora de viver e não sonhar.
Abra a janela da alma e aprecie a paisagem da vida. Porque viver é uma doce florida e perfumada aventura.
HÁ JARDINS EM MIM
Hoje acordei a fim de escancarar a janela da minh'Alma
e pendurar a seguinte Plaqueta :
"PODE ENTRAR VENTOS DE PAZ !"
Então hoje eu quero :
Aflorar os mares dos meus sentidos
ler um bom livro
deitar na cama
ou talvez pisar na grama
com os olhos fitos em céus de calma .
Um sol, um ar, um mar ,um mistério , um versejar ...
Hoje acordei muito a fim de navegar
Quero meu canto
meu encanto ou talvez
minha vitrola melodiando repousos
ou quem sabe planos
Um vinho , um verso , um amor, um riso , o infinito...
Hoje acordei a fim de me esbaldar em meu caber
Transitar em cantos e encontros profundos
Ser e não ter
Pulsar calma e re-pousar minhas asas sem pressa
dentro de mim
sem rédeas , sem gaiolas , sem ninguém a me incomodar.
Hoje quero todos os cais de solidão a me inclinar
embalar nuvens em estórias sem fim
conversar com os colibris
com as andorinhas
com os pintassilgos
com as borboletas
com as joaninhas dos meus pensamentos
Ver a paisagem do meu quarto
sorrindo flores pra mim .
Hoje quero minha viola escorada para os
quintais dos meus alentos, encantos e cantando :
Ainda que fujas dos teus infinitos e medos.
Tens sonhos prematuros com a cor dos girassóis dentro ti
Aflore-os
Viva-os
Sinta-os
Respire-os
Há jardins
Há jasmins
Há Afins
flutuando em teus olhos muito
antes da tristeza nascer
em ti .
Eu acordei e ela ainda estava lá,
A lua, tão linda de se observar,
Observando-me de manhã,
Onde ela não devia estar...
A lua não mora na noite?
Porque hoje de dia posso então olhar?
Todos os dias ela se vai,
Mas hoje ela não quer ir embora,
Escolheu ficar, acho que vai morar aqui...
Na minha janela.
Se um sorriso e a janela da felicidade, a porta onde esconde a uma possível tristeza, O olhar a janela da alma, uma foto, com isso tudo diz oque?
A janela
Foi por essa janela
O desejo
Ensejo
O aroma da cafeína
O corpo sem camisa
Tudo se acabava ao fechar da cortina
E quando a abria
Lá estava em mais um dia
Ou noite
Por vezes madrugada, silenciada
Apenas o som da porta me indicava
Ah, essa janela
Se falasse, contaria
Que deste lado da cortina eu pedia
Para me banhar na mesma água que em ti escorria
Sim, daqui eu ouvia
Não levou muito
Também não pouco, para a janela fechar
A porta se abrir e a mesma lua nos iluminar
Tomada em meu romantismo que te faz graça
Ouvi o sino tocar
O mundo parar
Uma vontade de nunca te deixar
Hoje não mais espectadora
Posso sair da janela
Fechar a cortina
E ser tua a vida toda.
*Vagante*
Se nos encostarmos na janela de um ônibus e olharmos através do vidro veremos inúmeras paisagens e passagens de nossa vida; os prédios que crescem junto com nossos sonhos, os campos que florescem junto com a nossa dedicaçao; as rosas que desabrocham com as amizade e o aroma que se espalha junto do amor.
A nossa vida é feita de momentos e momentos que se fazem desde o acordar, onde a sombra dos prédios nos guarda e o perfume dos Campos nos acompanha, se numa janela um dia voce se encontrar... para e pense; desligue sua mente e sinta essa a brisa te tocar. Pois, a vida é curta, muita vezes injusta para somente caminhar.
Abra a janela da Alma
Acolha a luz
Absorva novos ventos
Sacuda todo peso e tormento
A vida seja sempre gratidão
Deixe que adentre a paz de Deus
na casa do teu coração .
Aquiete sua dor
Esqueça os espinhos
Vista-se de próprio amor
e bordados de flor .
Muitas vezes ...
Precisamos retirar o pó da sujeira
que de fora absorvemos
Toda inquietude
que mesmo sem querer
só nos faz desandar e entristecer.
Sim ...
Limpar
Varrer
Esvaziar-nos dos tantos pesos
desnecessários !
A Paz só abriga ...
Na alma dos que miram
seus olhos para um lindo horizonte .
Então Vai !...
Deixa que o sol
clareei a tua alma
e aqueça os teus dias de calma.
Se permita a uma nova Aurora !
A Calmaria ...
Só pode acontecer
se for de dentro pra fora !
Janelas.
Eu acho um pouco insensato esse papo de "todo homem é assim e toda mulher é assada."
Pessoas tem experiências diferentes e consequentemente, constroem carateres diferentes.
De qualquer forma, anular-se e seguir o resto da vida com amargura por medo do que virá ANTES mesmo de ocorrer, pode até ser uma forma de se viver a vida. Mas definitivamente não é a minha.
Na balança da vida..chorei muito..mas com certeza sorri muito mais. E por mais que tenha sido enganado, chifrado, desiludido. A gente quebra a cara..
e quebra de novo..e de novo..
Até percebermos que determinado momento de nossas vidas, não podemos mais ir pra frente. O fim de um relacionamento é como uma parede intransponível. Então o jeito é darmos um passo pro lado..e sabe oque acontece?
Nada. Não há nada, apenas um vazio de tudo que já foi um dia, a nossa frente apenas aquela parede, imutável, sem graça, sem vida. Então ficamos confusos, sem saber oque a vida quer da gente, qual razão afinal estamos aqui nessa existência?
Mas então um dia..sem ter outra saída aparente, damos mais um passos pro lado, e eis que, aparece uma janela.
E a gente pode vislumbrar um futuro..um lugar diferente..melhor!
Há pessoas que são Janelas em nossa vida, que nos mostram oque não conseguimos ver: a vida segue e existem outros caminhos. Esperança para um recomeço, não estamos retrocedendo, apenas, aprendendo.
Eu continuo dando passos pro lado..passando ora sorrindo, ora pensativo, ora com muita fé, ora com frio..mas o mais importante: eu NÃO PARO. Continuo seguindo, se mais rápido ou mais lento não importa, eu não desisto. E vou seguir assim..até que uma dessas janelas, vire uma porta.
Aí o sol entra pela janela e plasma a sua luz na leveza de balões coloridos que só eu vejo nessa energia que se chama vida.
Há momentos em que abrir uma janela fará sentido maior que olhar para o espelho, pois o espelho reflete uma cópia da realidade, mas a janela promove imensidão ao inexistente.
É irônico ver um pássaro pelas grades da minha sacada, preso em uma gaiola no apartamento ao lado. Quem está preso, eu ou o pássaro?
Quando cheguei do trabalho o corpo clamava pelo sossego da casa vazia.
Os ombros espremidos feitos limões depois de um dia inteiro vivenciado no antes e depois. Nunca agora.
O agora pertence ao reino das pessoas bem resolvidas, do presente selvagem, da ausência de dores e dúvidas. Por isso tal lugar me é tão fantasioso e desconhecido. Estou sempre presa entre dois tempos. Meus limões e eu.
E a silenciosa ordem da casa vazia era a única coisa de que precisava para que o dia terminasse afinal. Não haveria ninguém me esperando, não precisaria contar como foi o dia, o que fiz. Tudo estaria no exato lugar que a mão desatenta deixou pela manhã.
Estaria… do Pretérito mais que perfeito condicional.
Condição em que eu teria encontrado a casa se tivesse deixado a bendita janela fechada.
Mas a mão (aquela mesma descuidada que nunca repara o que está fazendo) abriu a janela antes de sair e foi embora despreocupada como só as mãos sabem ser. Nem pensou em olhar a tempestade que se anunciava desde cedo no horizonte.
Suspeito, na verdade, que exista uma relação profunda entre mão e vento. É o que percebo toda vez que minha mão esgueira para janela aberta do carro quando ninguém está olhando. Estende-se para o vento que corre livremente do lado de fora, finge que voa enquanto o ar se espreme entre suas partes sempre tão guardadas por anéis.
Em todo caso, a mão não estava lá quando o vento entrou enfurecido procurando por ela. Raivoso brandiu com força papéis para todos os cantos, derrubou aquele vaso feio que ficava sobre a mesa, o único que aceitou receber a estranha planta que eu nunca sabia se estava viva ou morta. Agora entre os cacos de vidro no chão não restava dúvida: morta.
Os papéis que permaneceram sobre a mesa molhados pela água do vaso, o restante espalhado no chão.
As cortinas caídas sobre o sofá como se cansadas de lutar contra o vento e tivessem simplesmente desistido. Ficaram observando enquanto o caos reinava na casa.
Nada naquele lugar lembrava a paz que eu buscava quando entrei.
A mão primeiramente cobriu os olhos com mais força do que o necessário, foi se agarrando a cada osso do rosto até se prostrar entre os dente a espera de ser castigada. Respirei fundo e a coloquei em seu devido lugar ao lado do corpo.
Caminhei entre vidros, cortinas, papéis e flores que já estavam mortas muito antes do vento chegar.
No meio da sala olhei para as mãos descuidadas e famintas por vento. E por um instante me senti bem em meio ao caos. Não sabia por onde começar a arrumação e, sinceramente, não havia qualquer pressa para isso.
Soltei o peso dos ombros que pela primeira vez eram nada além de ossos, músculo e pele. Fiz um azedo suco com o saco de limões que carregava e bebi inteiro, sem açúcar.
E ali, cercada pelo silencio caótico que se estende após a tempestade não havia nenhum outro lugar em que eu pudesse estar. Só o famigerado momento presente e eu em meio a sala. Sós.