Janela
Sentimentos
Acordei e não vi o sol na janela, hoje amanheceu cinza e consequentemente me trouxe umas lembranças não tão boas assim
O que é isso meus olhos embaraçados eu deitado tentando tirar essa má vontade de mim
Pensando em alguns problemas mau resolvidos alguns conflito comigo me faz parecer meu próprio inimigo,eu percebi que nada é tão bom quando estamos sozinhos isso me deixa indiferente é como se eu não vivesse no presente
O que as pessoas pensariam de alguem que tem idéias diferentes e como eu mudaria muitas mentes?
Mas as pessoas mau me conhecem,oque sou pra você e você pra mim? A resposta é assim, difícil enfim
Devaneios de memórias passeando por minha mente, nesse momento me sinto mais impotente, um dia as coisas já foram melhores me lembro,pelo menos eu exibia um sorriso como em novembro, perto do natal tudo parece sensacional famílias reunidas com uma ceia na mesa legal
Me comparo sem querer com alguns amigos vejo eles sendo felizes conquistando sonhos, e eu sonhando com coisas irreais,bens materiais? Não tenho muito na vida, tudo que Deus me deu foi um espaço só meu onde eu posso ser eu
99% das pessoas não me entendem e esse 1% sou eu tentando me entender, como pode ser? Ainda não inventaram um leitor de mentes, por enquanto vejo gentes preso a seus entes, eu sou individual com uma certa elevação espiritual
Mas ainda estou deitado com esses pensamentos, vou levantar e apreciar esse dia cinza, quantas sentenças tem em sua mente? Liberte se e viva livremente
A xícara de porcelana
Na janela entreaberta,
A xícara de porcelana acomoda-se
E, nas gotas de chá
O pôr do sol cintila...
Vanice Zimerman
Abra a janela do coração.
Jogue fora a tristeza
Abate o semblante
E torna embaçada a sua visão.
Deixa Deus fazer tudo novo
É um novo dia
Experimente descortinar a alma
E entoar ao Senhor uma nova canção.
Da janela de onde eu moro vejo o Brazil
evangelista da silva
Da janela de onde eu moro vejo o Brazil
Um garoto maltrapilho entregue a desordem
Adotado pelo narcotraficante de alhures...
Da janela de onde eu moro vejo o Brazil
Bêbado, vomitando e cheio de crack, - alucinado
Entregue às mãos podres dos desgraçados.
Da janela de onde eu moro vejo o Brazil
Acorrentado para nunca mais libertar-se dos algozes
Entrincheirados conduzem o nosso povo à desgraça.
Da janela de onde eu moro vejo o Brazil
Estuprado e condenado à prostituição faminto e só.
E assim, conduzido à tortura, certamente, morrerá.
Da janela de onde moro eu vejo o Brazil
Desmaiado sugam-lhe o sangue e vida
Na estúpida violência de roubar a nossa beleza e viver!
Bahia, 13 de maio de 2019.
às 19h 30min.
Lembrança de Infância
evangelista da silva
Aqui do alto à janela vejo o Uni(verso)
Encoberto de nimbus sobre a minha cabeça
A desfazer-se em chuvas, e choros e gemidos.
Ainda ontem, e faz muito tempo...
Eu sentia este ventinho frio e a cara do tempo nublada,
Cheia de solidão. Mas eu, somente eu, era amado e...
Ao lado da minha avó sentia-me amparado
E forte, e consolado, e cheio de calor...
O amor tudo pode. Assim foi o meu tempo de menino.
Recordar é a maior das razões de viver...
Faz dezenas de anos que não revivo cena tão igual.
Estou no passado ao lado da minha avó esperando a hora de dormir...
Como hoje uma lâmpada acende, não é preciso apagar o candeeiro...
Já não tenho mais a coragem de encarar a luz,
Visto que a minha avó já não dorme ao meu lado.
Santo Antônio de Jesus, 03/12/2018.
Às 18h 12min
Eu e nós outros
evangelista da silva
Recolho-me!......
Da janela vejo o silêncio mórbido das ruas.
Encontro-me frente a frente à tv.
Observo o carnaval.
Um surto psicótico explode!...
E as almas decaídas aprisionam os possessos
Endiabrando os corpos em estereótipos catatônicos
Que são conduzidos aos infernos.
É carnaval!...
A maioria dos mortais se desequilibram
Enquanto atentos outros usurpam o transe infernal.
E tudo acontece nesse instante:
Cenas macabras desfilam em sangue e mortes... Dessa forma a infelicidade aumenta:
Torturas, toxicodependência, e melancolia.
É carnaval!...
Das prisões às avenidas
Favelas e nobres bairros...
É um urro agonizante de desrealizações.
E, nesta fúria satânica e neutralizante,
Onde tudo se confunde,
Vê-se alegorias, fantasias, arte, circo e palhaçadas!...
Religião, zoada e perturbação musical.
Sim, é carnaval!...
Nesses instantes esquizofrênicos
Ninguém para nada serve
A não ser para lambuzar-se em merda.
Vai-se indo mais um carnaval!...
E neste frenesi torporizado
Entre o real e o imaginário,
Os manipuladores da emoção
Deformam a realidade.
Vendem felicidade e beleza.
Pregam em tudo, pureza e simplicidade
Enquanto a turba agitada e enlouquecida
Agita-se em movimentos bruscos
Ouvindo um som que vem dos infernos
Criando a sinfonia perturbadora das notas musicais.
Santo Antônio de Jesus, 27 de fevereiro de 2017.
Às 16h 03min.
EM ALGUM LUGAR...
Em cada janela, uma sombra, um vulto, nas noites escuras... Serenatas, que encantam a vida, quando há luar... Cada veneziana guarda um segredo, cada cortina, uma sedução e, em cada janela suada, um choro... Esse lugar, não está em destaque no mapa, e, mesmo que estivesse, ninguém iria se preocupar em saber a respeito de todas as pessoas, que ali vivem...
Nas ruas e nas esquinas, sempre passa alguém e, seus passos, ecoam bem fortes, enquanto o silêncio está profundo... O vento, vez ou outra, traz o aroma do perfume de uma mulher, que por ali passa... Mas, o silêncio é profundo.
Ao amanhecer, tudo fica diferente, o movimento das pessoas, na rua, as crianças a caminho da escola, pessoas apressadas, como se estivessem sempre atrasadas..
Inicia-se o barulho, buzinas, motos, fumaça, uma desordem, um caos...
Esse lugar morre todas as noites e renasce ao amanhecer, transborda vida, esperança... Esse lugar é a cidade, a metrópole... Muitas coisas acontecem tristes ou alegres e tudo vai para os jornais, onde, muitas vezes, as noticias nunca são animadoras.
Ignorar o que se chama de realidade, nem sempre é ser inteligente, mesmo que nossa realidade seja outra, nosso lugar seja também o de outros... Mas, entre tantos acontecimentos, sempre existe uma praça e, nela, crianças chegam para espalhar sorrisos...
Parada no sinal vermelho, ergo os olhos e vejo uma pipa, lá no alto, colorida, dançando com o seu dono, o vento... Na calçada, uma mãe de mãos dadas com sua filhinha, a mulher espera para atravessar a rua e, junto a elas, um cachorrinho de estimação... São essas as realidades de cada um, sua alegria, sua preocupação e, quiça, sua tristeza...
Assim o dia caminha pela cidade, escondido atrás da janela ou caminhando despretensiosamente, caminhando por onde mais gosta de ir, sem se importar com o que irá enfrentar para chegar lá, onde a noite o espera para que ele possa descansar e trazer, com ele, o silêncio, que vai começar.
Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "Com o Coração Aberto"
FIADO (soneto)
Espiando na janela, a sorte vai em bando
E as nuvens levedando o pensamento
E pelo vento a rapidez vai multiplicando
E a poesia urdindo o vário sentimento:
Pranteio, rio, apresso, acalmo.... Ando
Descanso, me cubro, e fico ao relento
Assim, cada tento, tento sem mando
Neste lugar secreto, óbice e fomento
Apressa-te, sonho, amanhã é seguinte
Um novelo em turbilhão e de requinte
Pois, o que mais importa é estar amado
Não te fies da dor nem da arrogância
O destino tem a sua real importância
E a vida, não, e nunca negocia fiado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/07/2020, 07’29” – Triângulo Mineiro
A noite transparece a calma e também o alívio das estrelas. O olhar atento da janela é o que me consola do quão pequeno é o mundo diante a imensidão do céu. De quão rapida é uma vida e quão pequeno podemos ser se não olharmos sempre pra cima, qualquer deslize pode nos deixar pequenos.
Vento, pássaros cantando, brisa do mar, folhas verdes, céu azul e uma janela - janela da alma? vidraça? um simples vão no imaginário?
Cachorro latindo, caminhão passando, coração a pulsar;
Teclas sendo pressionadas, respiração ofegante (ansiedade?);
Pequeno momento de percepção e reflexão na solidão criativa.
Pintassilgo
Um pintassilgo pousou na minha janela
Numa manhã de sol esplendorosa!
Ave de beleza singular
Que lindo o seu colorido!
Com a sua máscara vermelha
Cheio de energia e excitação!
Cantava a sua doce melodia
Como se quisesse chamar a minha atenção!
Canta o meu ilustre visitante,
com alegria e fulgor
Tu és pássaro viajante
Mensageiro de esperança e amor
Fiquei aprazerada e encantada
Com tal visita extasiada!
Numa grande ópera cantava como um tenor!
Intérprete de obras extraordinárias!
Na chegada do crepúsculo,
no fim do último ato.
Fecharam-se as cortinas.
É findo o espetáculo
E num voo magistral
Recolheu-se o tenor no espaço celestial!
Aguardo-te na alvorada nobre cantor.
Lindo pintassilgo de canto sedutor!
Teus dias serão sempre escuros e tristes, se não te atreveres à abrir a janela e assim contemplar a primavera.
[...]desabrochar
ao acordar destramelo a janela
lá fora o silêncio empoeirado
e cá adentra a alva donzela
num frio do julho do cerrado...
desabrocha... e a vida se revela!
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
16 de Julho de 2020, Triângulo Mineiro
►Joana
Joana, estou aqui, venha para a janela
Aguarde, preciso que a lua ilumine nesta noite bela
Para que eu te dedique, nesta sua janela.
Joana, Maria mal sabes que me ama
Tentei fazê-la sair de nossa cama
Mas, disse que meus olhos me enganaram.
Joana, diga, por que não estou em chamas?
Meus amigos falaram que a paixão inflama
Então por que não estou em chamas, Joana?
Joana, diga-me, a saudade não deveria doer?
Não entendo, não a sentindo, por quê?
A tristeza e a solidão não deveriam me correr?
Joana, realmente me ama?
Meu coração diz que você me engana
Não desejo sofrer nas mãos de uma pilantra.
Joana, fique com o ursinho que lhe dei
Estou indo embora, percebi que errei
Não me procure, quero ficar longe de você.
Daqui da janela do quarto
Vejo o tempo passar
Com o mundo parado
Coração apertado
Quando tudo vai acabar?
Daqui da janela do quarto
Vejo a vida ressignificar
Sem muito laço
Ausência de um abraço
É assim que vamos ficar?
@som_dos_versos