Janela
Os ventos do dia
seguinte que
estão a refrescar,
Não chegam
até o General
porque janela
na cela não há.
Em relação
a justiça não
é diferente:
Ele se encontra
há mais de um
ano e meio
sem audiência
preliminar,
Tendo sido preso
no meio de uma
reunião pacífica.
Repito para que
ninguém mais
venha outra
história inventar,
Ou da imagem
dele se aproveitar
como um famoso
laureado ainda
insiste um falso
positivo plantar.
O General é inocente,
e não adianta
a cantilena
contra ele insistir
em espalhar,
A cada sílaba maldita,
surgirá um
novo poema
para o mal atrapalhar.
A cela do General
que está preso
injustamente
não tem janela,
não deixam
entrar ventilador
e lá está
quente como
a Amazônia
ardente pelo
fogo destruidor;
é um claro sinal
de que se estende
o quê é um horror,
e ele segue sem
acesso ao devido
processo legal.
Estranhos
estes tempos
modernos
estranhos,...
Abrem
e fecham
as asas
do condor.
Ah, Colômbia!
Não preciso nem
entrar em detalhes,
A tua política
perdeu o andor
desde o dia
que iniciou
a fazer
a Pátria Grande
conflitante.
Posso até vir
perdoar as
heranças dos
maus hábitos
oligarcas,
porque perdoar
é cristão,
mas o tempo
e a história
são diferentes:
ele(s) não.
Rodeio na Janela
Rodeio na janela
da minha casa
concede a beleza
que poucos
podem ter na vida:
as flores do tempo
mudam de cor
e o verde com todo
o seu esplendor
os meus olhos brinda.
Rodeio na janela
flórea cidade
do Médio Vale do Itajaí,
tenho muito
para agradecer a ti.
Rodeio na janela
escreve a minha
poesia dos dias,
e traz toda a poesia
da Santa e Bela Catarina.
Ainda que distante Órion
apareceu na janela,
Não esqueci do que é bom
para manter a nossa
chama do amor acesa,
Embriagante aroma
de narciso quero me perder;
E hei de encontrar contigo
de tal maneira que eu
esqueça o meu próprio nome
e não recorde a rota
de regresso por onde vim,
Desde o primeiro dia que te vi
além da poesia o escolhi para mim.
Com você enlaçado
na minha cintura,
Muitas Azulzinhas
na jardineira da janela,
As estrelas e a Lua
em serenata romântica
celebrando o amor,
É algo que venho
querendo, escrevendo
É prevendo o teu desejo,
é o famoso eu quero,
e sei que você por
mim continua querendo.
A Araruva diante da vista
que vejo da minha janela
me traz alegria e poesia,
Agora só me falta mesmo
é a sua doce companhia.
O Matracão pousou na janela,
eu posei em pleno poema
para quem de mim não
se esqueça e para o nosso
amor na vida você se renda.
Uma de Noivinha-de-rabo-preto
pouso na minha janela,
Resolvi escrever um poema
para perder o medo de amar
e assim pouco a pouco
vou abrir a porta do coração
para o teu amor entrar e ficar.
Vestida de aurora multicor
a tarde pairou majestosa
sobre a divina vista da janela
que permitiu ver a encantadora
Brasilaelia xanthina em flor,
Apreciando a cena silenciosa
ainda um pouco mais
ambiciosa desejei as tuas mãos entrelaçadas com as minhas,
entrega e trocas de delícias;
Se na vida isso não é poesia,
não consigo chamar por outro
nome que não seja o seu que
é chama crescente que nem
mesmo o tempo consome,
Não precisa falar nada porque
tenho certeza que você é meu.
Büyük Onlar
A janela da memória
se abre lá do alto
de Büyük Onlar
e recorda do seu olhar,
A História não vai
terminar como
alguns estão a pensar,
O enigma está mais vivo
do que antes e há poesia no ar.
Laelias purpuratas
Através da janela em estilo
Art Noveau vejo a roda
gigante do destino girar,
o Sol se pôr e a Lua se erguer,
eu sei te ganhar e você
não sabe como me perder
por um pequeno instante
coloquei o delicado buquê
de Laelias purpuratas sob a mesa
para amarrar as pulseiras
com algumas nos pulsos
e soltar os nossos impulsos
ajeitei a tiara repleta
delas na cabeça para dançar
comigo mesma esperando
atrair docemente a sua
atenção para vir a me espiar
através do biombo
como um convite para foragir
deste mundo dado como perdido
e você chegou sem ensaio
conforme o imaginado
porque você sensorialmente
me possui e fareja
cada instante do que minh'alma
deseja o quê a sua corteja,
juntos possuímos o nosso planeta.
Quarta-feira em Rodeio
O Canário-da-telha veio
bem de mansinho
cantar na minha janela,
Um motivo para se alegrar
nesta Quarta-feira
na minha Cidade de Rodeio
que tem sempre beleza
para esbanjar o ano inteiro.
O Médio Vale do Itajaí
sob o Hemisfério Celestial Sul
é onde a Lua vem perto
da janela fazer gracinha
para o Pico do Montanhão
até de manhã brindando
o meu coração com inspiração
e poesia neste levantar do dia
neste tempo que se esfria
na nossa amada cidade tranquila.
A minha Cuia de Vidro
na janela refletindo
o Sol campeiro
deste dia lindo,
Quero você por perto
como o meu mais
belo compromisso.
"Toda manhã quando abro 2a minha janela é como uma nova história que vou viver. Quero ser a pessoa mais correta do que fui ontem porque o hoje posso mudar alguma coisa e do ontem fica lição de que muitas coisas eu poderia ter feito bem melhor,e não fiz."
Aprecio o silêncio da noite e sua magia. Abro minha janela e sinto uma suave brisa beijar-me a face. A sensibilidade aflora, ouço o uivo do vento a tocar suavemente as folhas, onde balançam freneticamente como se estivessem se amando...
Ainda lembro-me do teu rosto
Em minha "janela"...
Na janela do meu passado
E na janela do meu, nunca mais.
ENCANTOS E DESENCANTOS
De minha janela,
Crianças vejo brincando
Tagarelas e festivas!
Adultos vão passando:
Uns se cumprimentam,
Outros, no entanto,
ignoram-se, apenas.
E a vida prossegue
Tecendo seu espetáculo
de encantos e desencantos.
Debruçada sob a janela, observando o caminhar das pessoas, ela nem percebe alguém que a observava de pé, ali atrás.
"Oi amor, por que você tá aí parado me olhando?" Disse ela questionando aquele gesto. O rapaz avidamente responde. "Por nada, é que eu te vejo assim olhando pela janela e sinto medo." Disse ele. "Mas medo de que?" Ela pergunta. O rapaz olha diretamente em seus olhos e diz: "medo de acordar. Medo de estar vivendo o mais belo sonho de toda minha vida e de tão real, nem imaginar que é uma peça pregada pela minha mente. Eu não tive muita sorte no amor nessa vida, mas ganhei lá loteria com você. E quando te vejo eu só peço a Deus pra que se for sonho, ele me deixe dormindo só mais um pouco."
Falar o que depois disso? Ela não soube. Tem coisas que simplesmente entram em nossos ouvidos e calam o coração.
ESPECTADORA
Eu poderia passar anos aqui... deitada na cama, frente ao ecrã. Da janela do meu quarto vejo a vida passar breve, sempre direta e nunca espera. Eu aqui deitada, o mundo lá fora e nada mais. O silêncio no meu espaço me faz ouvir apenas o ruído ao digitar, também consigo ouvir meus pensamentos. O quarto não parece vazio, apenas silencioso, até um certo momento, é quando perco a concentração. Algo me atrapalha, nesse instante volto meus olhos para janela; meus ouvidos captam sons em meio ao silêncio, posso ouvir delicados assobios, que saem como melodia, algo doce e suave. Congelo por um momento! Na tentativa de ouvir e sentir a pureza de um som tão singelo, porém grandioso; fui tomada por um êxtase e absorvia uma paz interna. Então, me dei conta que o aparelho já estava no chão, não dei importância. Continuei a ouvir aquela cantata. Eu não enxergava o ser, apenas o som que emitia, não havia imagem apenas notas... até que ao elevar meus olhos, eles vislumbraram a imagem que dançava aquela melodia. Eram brancas e cheias de formas, em um grandioso palco azul céu, repletas de formosura. Pude observa que estavam sempre no mesmo ritmo, acompanhando o coral de sons que me despertou. A valsa continuava, ou seria um tango? Eu fitei meus olhos nas dançarinas brancas, notei que se moviam mais rápido. Quando voltei o olhar já eram outras formas brancas, que se tornavam uma imensidão de faces e gestos, mas o palco continuava o mesmo. O som seguia no ritmo do princípio, os autores ou seriam intérpretes, pareciam não cansar. Fiquei ali parada, apreciando toda aquela magia de movimentos. Quando me dei conta, tudo parou! O silêncio se fez presente, a garganta estava seca. Quando me recompus, pude perceber que em minha volta só restava o meu eu, no meu espaço. E assim, como em um estado de transe, tudo não passou de um vasto... cochilo da tarde
JANAÍNA ARAÚJO
(Inspirado em Luan Batista)