Janela
JANELA
Os pedaços de minha janela
são os mesmos que choram
as minhas verdades,
enquanto o azul de minha praia
são meus olhos azuis,
que choram vendo o brilho da tarde.
Minha janela é minha vida,
uma vida azul e pensante,
talvez seja uma janela
sem parede ou teto,
mas com o pensamento enorme,
que voa junto com o pássaro azul
no peitoral da janela.
Assim, meu vôo é sem limites,
é o ser ou não ser...,
é a vida de uma garça,
que voa sem graça sobre o azul do mar.
Eu não tenho mar,
mas tenho janela,
de onde tiro e onde coloco o que quiser:
mar, montanha, árvore, geleira
e uma besteira qualquer.
Minhas vontades estão no ar,
não há como fugir;
basta abrir a janela e por ela olhar;
se estou triste, dá para um abismo;
se não, dá para o mar.
Triste do homem que não cria,
pois este não tem janela para olhar.
Sonhos... abro a janela;
Sol... brilho inteso;
Viver, ainda é a melodia perfeita;
Meus sonhos não cabem no espaço;
Desse céu; de cores e brilho;
De azul, apenas de azul...azuis de todos eles;
de sonhos e de querer sonhar...
Na calma tarde chuvosa,
de uma sexta feira cinza
Fechei a janela pra não sentir frio,
mas o vento entrou por baixo dela
Ouvi as musicas de sempre, de dias de chuva
E calmamente a melancolia passava na rua
Lembrei de muitas pessoas
Mas a maior saudade que senti foi a sua
Desde antes da primeira aula de catecismo,
Detrás daquela janela uma voz já lhe dizia:
- Deus não sabe de latim.
Que se quisesse Lhe falar, dispensasse os tradutores.
Amasse e pronto!
(Receita incompleta).
De pronto, já na segunda aula,
Pôs-se disposto a praticar e de tanto
Olhar o enrolado cabelo de Mariazinha,
Que dourado refletia a luz do vitral da torre,
Viu sua orelha de repente na mão da professora.
- Beijo tem idade menino!
Levou toda a vida para aprender que
Todo mundo tem um medo,
Que amor não é desejo,
Que a língua de Deus muito mais se parece
Com o silêncio calmo nos olhos recém-iluminados de Davi,
Seu filho que nada sabe de qualquer catecismo.
Desejei emoldurar seu sorriso
Colocá-lo ao lado da minha janela
Para que se junte ao Sol
Iluminando ainda mais os meus dias.
Nova estação...
Bem cedo,
ao abrir a janela, vejo o mundo
de um modo muito especial.
Tudo lá fora,
cresce, floresce e cheira bem,
a terra nobre,
onde as sementes germinam
e o sol aquece,
o inicio da primavera.
Agora,
as cortinas são transparentes
para que a brisa passe
e toque suavemente o tecido leve
que parece dançar
para a nova estação.
by/erotildes vittoria
Quando acordares, levanta-te, olha pela tua janela e diz...GRATIDÃO MEU DEUS! E assim começarás o dia com a mais bonita oração.
Saudade!
Quando a saudade aperta,
Minha alma se liberta
E uma janela mágica fica aberta.
Sou um canário e canto para encantar,
Sou um gato manhoso para confortar
Sou até uma formiguinha na mesa de jantar.
Já fui água de cachoeira,
Já fui até resto de poeira,
O beija-flor na roseira,
Aquele sabiá na bananeira.
Um gafanhoto pra ler pensamento,
Um olhar perdido em algum momento,
Um segundo em pensamento.
Quando a saudade é certa,
Minha alma fica alerta,
E uma porta mágica fica aberta.
Sou um detalhe no caminho,
Sou um estranho no ninho,
Sou um toque de carinho.
Já fui um arrepio sem motivo,
Já fui a dúvida de um objetivo,
O desejo intuitivo.
Aquele medo de estar errado,
A sensação do tempo parado,
A certeza de estar apaixonado.
Marcio Lopes
O VÔO
Lívida. No parapeito da janela.
Do filme reavaliou o roteiro.
Entregou-se...
Aos instantes da inércia.
Observante
Espio pela janela,
Coberta pela cortina telada
E vejo ao longe, pés enormes de figo.
Por entre eles desce uma
Pequena estrada em forma de meia lua.
À direita segue uma tira de mato
Como um satélite que se alonga.
Ah, antes que eu esqueça.
Acima. Muito acima.
Está o céu, parcialmente nublado.
O INFINITO
A janela fechada abre o meu espírito.
O que existe além, após a janela?
O que existe além?
O
Que
Existe
além?
∞ ?
Caxias do Sul, 15-12-10
Você escorada na janela
devagar chego por trás
você acha graça
te beijo de leve no pescoço
o vidro embaça
Ontem tava aqui em casa limpando a janela da cozinha.
Resolvi começar pelo lado de fora, determinada a limpar o outro lado ao final.
Satisfeita com o resultado, entrei.
Qual foi a minha surpresa em notar que a janela dispensava o segundo passo da limpeza.
Estava tão limpinha! De ambos os lados!
Sabe lá por que raios, lembrei-me de um dizer popular acerca de "janelas sujas"...:/
É bem verdade, que o contexto em questão seria o avesso do que propõe o tal dizer..
Eu e minha mania de pensar nas coisas.
:)
(Fabi Braga, 12/01/2015)
Salto os olhos pela janela
cheio de amores
para assistir a menina que passa
na rua das flores
esquina com a primavera
Pretendo lançar um livro,
Mas não será um lançamento qualquer.
Primeiro lançarei da janela do quinto andar e ficarei olhando
Se alguém o pegar, abrir, ler alguma coisa e ainda assim o levar embora.
Lançarei outro... Dessa vez em um banco de praça de uma avenida movimentada, tipo a VX de Novembro, por exemplo.
Esperarei alguém pegá-lo e se da mesma forma se interessar por ele
Levando-o embora com carinho. Lançarei outro.
Dessa vez lançarei direto nas mãos de uma pessoa simples. Quero ver a reação de seus olhos logo nas primeiras palavras.
Se em todos esses lançamentos obtiver a felicidade de ser aceito como um escritor, farei um lançamento maior. Levarei o livro em uma escola e o entregarei nas mãos das crianças... Se a acolhida for boa, pensarei o futuro...
Passando por todos esses lançamentos, buscarei alguém de maior expressão literária e tentarei lançar nas mãos do secretário de cultura ou algum diretor, por exemplo. Se um não for Cordiolli a minha literatura o outro haverá de me colocar numa Guerra sâ, em busca de entendimento..
Para melhorar o lançamento, procurarei uma psicóloga que tenha Ramos de bondade ou uma alma boa que Gavita. Um professor de Jesus que me oriente ou ainda um Mariano que me apóie. Isso tudo depois de um mágico produtor ter feito das suas e concluir todas as minhas expectativas.
Se ainda assim meu lançamento não der sola, procurarei um nome famoso
Vai que cola. No próximo lançarei nas mãos do Brizola..
Depois de todas essas investidas
Não será demais agradecer
Aos meus queridos amigos
E também escritores... Escritibas...
...e o sorriso nada mais é que o coração abrindo a janela pra espiar quem lhe fez dar uns pulinhos à mais!
Acordei assustada: batia insistentemente na janela, metálica, insólita. 3 da manhã. Abri a cortina e descobri um cavalo de grande proporções castanho e brilhante, melhor: luminoso. Percebi lá fora uma luminosidade de luz fria, azulada como a que ilumina o interior dos supermecados, e que de algum modo amanava do cavalo. Fiquei parada, apenas olhando, buscando algum sentido, e o animal procurava acomodar o corpanzil na estreita borda da janela, e olhava bem dentro dos meus olhos, como se pedisse para entrar. Antes fosse uma mariposa, não teria hesitado, não tenho aflições, mas aquilo era muito pra mim. Começou a se arrastar para trás, impaciente, apoiando no vidro. Não sei como não caiu aqui dentro, movia-se lentamente, algo indeciso, e acabou perdendo o equilíbrio. Quando deu conta que era inevitável, pulou mesmo, abri a vidraça e percebi no rosto um sopro do gélito ar azul, temperatura incomum, e o cavalo ia planando já dois andares abaixo, em espirais, um vôo leve como de uma gaivota, e foi descendo e planando em rumo ao playground. Um minuto ou meia hora depois, pousou lentamente sobre as águas paradas da piscina, foi afundando e iluminando tudo por ali, até que afundou completamente. Então a estranha luz se foi, e o céu escuro e poluído da cidade grande tinha poucas estrelas e uma lua cheia, e o ar voltou a ser pesado e quente. Na piscina, apenas reflexos brancos sobre uma águas agitadas.