Janela
Cada pingo na janela
Traduz no eco a voz bela
Do vento a tocar a flor
Cada gota feito lágrima
Cada gesto cada amor
Amanhece e já é dia
De sonhar em euforia
Toda sorte que chegar
Serenatas rotineiras
De pardais nas cantoneiras
Nos levantam trabalhar.
E assim se faz a vida
Como ondas a rondar
Nesse breve calafrio
Ou no lume versejar
Cada curva traz montanha
Onde a alma livre assanha
Querendo encontrar
Um azul que já nem sei
Quem é o céu ou é o mar.
Hoje olho pela mesma janela que ontem, mas o vidro se quebrou, não mais distorce o que há lá fora...
Meus olhos observam perplexos a realidade, um certo desânimo me invade...
Tudo mudou... O aconchego que havia aqui dentro já não há, o ambiente está escuro e frio, um imenso vazio...
Lá fora há sol e vida, mas onde está a menina atrevida?
Um dia olhei através da janela do meu quarto e fiquei estática! O brilho intenso, a densidade, o poder, o luar...
Não sei quanto tempo fiquei ali, parada, encarando aquele espetáculo no céu. Gosto de olhar as estrelas, mas naquele dia, a lua me capturou.
Sentei na cama e vi o vazio a minha volta. Por que? Não sei dizer. O que sei é que olhando aquela lua eu pensei em você.
Você que me deixou, você que nem notou a minha existência, você que nunca me perdoou por só te querer por perto, você que me amou como nunca ninguém; você que me quis e eu não pude ser o seu alguém, você que me perdeu e eu me dei a você...
São tantos vocês, mas não que seja várias pessoas. Você também é quem não conheci e já consigo pensar se a vida vai ser cruel assim de novo.
Então veio a nuvem e escondeu minha inspiração, meu pensamento, a minha lua, e me pergunto: Onde está você agora?
ALÉM DA JANELA
Eu...
Continuo olhando pela janela
Vejo alem das persianas
Outras janelas
Elas não são parecidas com a minha janela...
As vezes eu as acho tristes
As pessoas que estão nelas não tem a mesma visão
que eu tenho
Olhando da minha janela
o mundo é mais colorido...abaixo da minha janela
existe um jardim de poemas
Prontos para serem colhidos.
o mundo mostra,
talvez não seja tarde para ler
quando abro a janela,quimera;
nadam nas profundezas,
criaturas hibridas,bipolarizadas.
De fato inebriadas,alienadas como mostra a ficção,
Se decifrar é uma tarefa fácil só os leitores saberão.
SÉRIE LUA VII
Do céu, lua atrevida,
invade a janela e espia.
Fiel testemunha da vida,
dos casais em alforria.
Luz pálida a clarear,
os amantes em alegria,
entre beijos se entregar.
Dama da astronomia.
Senhora da astrologia.
Cumplice da arte de amar.
Complemento e ousadia,
na arte de namorar.
MEUS DIAS
"Percebi que toda vez que entro em um ônibus e sento perto da janela, meu corpo se livra da pressa e a minha mente relaxa. Tudo em minha volta vira motivo de reflexão. Até o final do percurso, o meu dia tem outro sentido, muitos significados e nenhuma razão para ser repetido, muito menos esquecido".
Algumas gotas escorrem pelo vidro gélido. Meu rosto encostado na fria janela está dormente.
Aguardo.
Os passageiros tomam seus lugares, dentro de alguns minutos iremos partir ao seio de Minas.
Oito horas para pensar em você e acariciar meu pequeno menino ainda confortável e dormindo em meu ventre. Oito horas e a cada minuto fugindo para mais distante de ti. Enquanto a serra e suas curvas tornam tudo mais frio volto a pensar. Apenas dois meses para você vir ao mundo. Como eu queria te manter seguro e lhe proteger do mal mundano, mas não temos escolhas virá ao mundo chorando assim como eu choro por ter de partir.
A criança, ainda se esconde, atrás do vidro da janela; sem refletir lá fora a sua verdadeira realidade.
Fantasmas
Vejo pelas vidraças da janela
Na antiga igreja
Um menino a brincar na chuva
Será ele um fantasma?
Pois só um morto
Consegue aproveitar a vida
Que os vivos mataram...
" E as estrelas apareceram na minha janela. Falaram em umas tres linguas ate que conseguiram falar a minha lingua. Bem eu domino o ingles, sabe? Entao elas chegaram na minha janela e falaram:
- VOCE NAO ESTA SO."
“O PRIMEIRO OLHAR DA JANELA PELA MANHÔ
“O primeiro olhar da janela pela manhã” me chama:
O sol despontando através do nevoeiro,
E na praça ainda vazia, o sorveteiro;
E dá-se meu encontro definitivo com Quintana.
Vem andarilhando manso na brisa que vem do leste
E pousa na minha mão deslizando suave no papel;
Séculos de melancolias pincelando o azul do céu.
Em mim, lentamente, gotas de rimas descortinam o véu.
Posso senti-las em minhas células em travessias;
Trazendo à minha alma estéril o lirismo da poesia.
Eu que quase nada sei de amar...
Psicografo a alma usando os dedos com exatidão,
Da mais vil à mais sublime paixão.
Eu que nunca soube sonhar!
JUVENTUDE PERDIDA
Na colina, a lua abre sua janela
E solta o vento a galopar.
Ouvem-se gemidos das árvores entorpecidas
Por atrever-se em suas dermes tocar.
Cá da janela também estou
Entorpecida pelo frio da brisa a passar;
Olhos vendados pelo vestido dourado
Que trás o bordado de São Jorge a lutar.
Jogo-me da sacada na garupa de um tufão
E num galopar imaginário,
Adentro castelos e armários,
Gavetas e diários
Um pouco de quem fui, saudades!!!
Num móvel emaranhado
Entre teias, empoeirado,
Um papel amarelado
Dependurado na parede ao lado.
Vasculhei o passado.
Tudo aquilo estava ali:
As frases que não falei,
Os versos que não mandei,
Os amores que não vivi.
“E o retrato? Ah o retrato! Não era eu.
Aquele rosto não era meu!”
Definitivamente, não era meu.
E eu chorei...
A vida passou encilhada
E eu não montei.
A porta se abre, ao longe?...
Entre cá e lá, um som real:
- Vó, a lua já tem namorada.
Um dia, eu quero abrir a janela, olhar para o céu, sentir segurança, não sentir mais medo e ser feliz.
Cansado...
Chega a noite...brisa na janela..
Friozinho...nao do tempo..mais da solidão da alma..
A vida se repete..em cansativas lembranças...
Lembranças que de tao antigas apresentam-se em preto e branco...
Desbotando as cores da vida...
Deixa-me dormir...descansar...
Sem pensar e nem colorir...
Quero esquecer...o que eu queria..
O que eu nao sei...e se sei quero esquecer..
Deixa-me dormir!!!
CONHECIMENTO
Dias sentado, parado de lado
Olhando pela janela, professor discursando.
Sua matéria querida na aula lecionando.
Pessoas falando, pessoas brigando,
Pessoas ouvindo, pessoas pensando.
Toca o sinal... A matéria já foi dada.
Conhecimento absorvido nada após disso.
Conhecimentos vazios que logo são esquecidos.
Todo dia revendo o que já nos foi dito.
Olhando pela janela escapo desse mundo.
Mundo do qual tudo é imposto a todos.
Vou para outro onde todos vivem em seu todo.
Conhecimentos vazios já não existem mais.
Pois conhecimento verdadeiro,
só a experiência trás.
Viver, errar, acertar.
Ganhar, perder, se machucar.
Chorar, sorrir, levantar.
Conhecimento vazio já não existe.
Existe apenas uma existência completa.
Existência que aprende como quer,
transformando o que sabe em memorias,
assim como obras de arte,
Que nos contam historia apenas com imagens
Conhecimento completo, sem duvida divino.
Não é imposto, não é para todos.
Apenas para os livres, do fardo da lógica.
O mundo fica pequenino quando abra essa janela e vejo todos meus amigos ao meu alcance , olá boa noite !
Que sejamos cada dia mais próximos e troquemos ideias para mudar o que ficaria difícil mudar sozinho, esse é o caminho mais curto para nossa felicidade!
É o que eu penso.
Posso te servir mais um café
Na intenção de fazer você ficar
La fora tocam gotas d’agua na janela
Fazendo o cantar das aves cessar
E na porta aberta o vento vem dizer
Que o tempo para pra quem sabe viver
O vento carrega teu perfume
E o conforto pousa aqui
Nos meus braços cheio de espaço
Com meus abraços sempre a te cobrir