Janela
Passarinho
Um passarinho pousou em minha janela
Procurou flores
Procurou verde
Só encontrou solidão
Só encontrou vazio
Como para alegrar vida vazia
Cantou pianinho
Cantou bonitinho
Para alegrar e deixar uma semente
Alegrou um dia frio
Foi embora atrás de outras janelas
Alegrando outras vidas vazias
Dê uma olhada para fora da sua janela. Você já viu nas praças da sua cidade monumentos erguidos em homenagem a uma sala de reunião? Não. Geralmente você encontra um busto. Pois esse solitário foi aquele que tomou a decisão.
Abra a janela do teu coração e deixe a alma respirar.
Deixe a luz inundar e apagar as marcas da decepção, as tristezas das derrotas, o vício de sofrer.
Permita que o sol derreta o gelo da solidão.
Esbanje sorrisos e sonhos, ninguém sonha em vão.
"Janelas "
Disseram-me das rosas que caíam no chão.
Concordo quando achas a janela mais bela aberta.
Supondo sempre que há mais beleza lá fora,
e redescubrindo o Sol ardente lá e aqui:
aqui, dentro de si.
Sonhar as brincadeiras, as inspirações, as lembranças
e a presença da natureza lúdica.
Descobrir que as rosas caem pela sua própria consciência,
a de nascer, morrer e renascer,
num eterno ciclo.
Porém, de uma janela fehada,
Sei bem de uma eterna frieza.
Não existem rosas para cair em pensamento,
nem um brilho de luar de infância.
E se eternamente no escuro,
Não há quem viva além da palidez de sua pele
e do reflexo de seu espelho.
O relógio pára. Os retratos amarelam.
A dor cresce. A idade consome.
Mas confio naquela velha chave,
que espero não ter enferrujado.
Ela está pronta para abrir a porta
e revelar o seu mundo.
Se a porta se abre,
o coração lembra do valor de uma janela.
tentando mais uma vez as asas em desesperado vôo,mariposas cegas contra os arames da janela.Qualquer coisa ...Qualquer coisa por um prise de luz
Um momento de chuva
Caio sobre as casas, e em uma janela de luz fraca a vi. encolhida em um canto apagado, os olhos perdidos que jamais esqueci. Conheci sua história, suas dores e suas alegrias, por ela me apaixonei. Tristeza na noite, sua intensidade de sentir me tornou mais calmo para o seu coração ouvir... Escutei suas lamentações, suas canções no escuro, sua imensidão de medo, eu quis lhe dizer, menina, isso tudo é só a vida, algo que sempre vai acontecer...
Seu corpo tremia e eu quis lhe dizer, que se eu não fosse tão fria poderia tentar lhe aquecer. Ouvi os estrondos de minha fúria, raios brilhantes chocaram seus ouvidos frágeis, abraçava-se ainda mais.
Eu quis lhe dizer, menina, essa dor logo passa... Somente tenhas força para continuar!
Logo me vi passando, a tempestade estava prestes a acabar, me enchi de um pouco de sua dor, jamais a veria... Teria em meus sonhos a lembrança de sua imagem vazia. Gritei o mais alto que consegui, o som da fúria, abraçou teu corpo pequeno e tremulo mais uma vez, encolhendo-se.
Menina, eu caí numa pétala de flor pequena, que desabrocha como sua esperança de reviver.
Abra seus olhos, menina, pois eu adoraria saber a cor dos teus olhos, tamanha é minha dor, pois sou chuva, sou forte, mas não sou maior que minha dor.
Minha única verdade é que espero pelo dia em que em teu rosto minhas gotas irão tocar. Minha única lembrança é a noite fria em que te vi chorar, linda menina, que em tão poucos segundos me fez o momento mais feliz.
Olhando pela janela, vejo o sol incidindo
Derrama luz na estante, no relógio, na maçaneta
Na ampla sala vazia de cor
A mesa está posta
Toalha branca, límpida, ingênua
Pratos limpos, panos largos, pães, leite
Não há ninguém à mesa
Há o silêncio, o abandono, o não ser
Rastros invisíveis, sombras do vácuo
Tudo passa despercebido e nada é nunca lembrado
É a transmutação do tempo
A natureza sendo absorvida
para que minha sala nunca envelheça
Para que seja embriagada
no meu próprio passado
A pergunta involuntária sem resposta
Provei à cereja ácida
Provei a angústia do momento em que nasci
O início, o vazio, a quitina negra do ferrão
O ponto letárgico onde a alma encontra barreiras tão obscuras...
E não pude seguir adiante
Dissoluto no fundo da morte
encontrei teu viço jovem, infantil, puro
Entendi o que é a paz;
essa alegria distraída de viver
este sopro macio no campo
Um rubor na face macilenta
Um instante estúpido contigo
Eu esperarei por ti
na vida, na morte, na distância
No delírio da febre, na tristeza do pranto
nas noites frias, nas minhas pálpebras fechadas
Nas águas turvas do meu sono
Sufocado no escuro, enlaçado na calada
Sentei-me no chão ouvindo o ruído do nada
Do sangue ascórbico corroendo faminto
Do coração pulsando agudo por instinto
Nega-te o alimento, o sustento diário
[nega-te a vida
Acostuma teu nome ao sinistro obituário
Roga-te a praga, converte-te em semente
E da moléstia, forma-te o carpelo
de um mundo inconsolável e belo,
doses excessivas duma fome demente
E não há mais miséria na aguardente
Nem pudor nas faces coradas
Os braços rasgados de cercas farpadas
O grito à ânsia, o fruto à serpente
Terá um fim quem sabe
No fim da tarde nem a janela eu abri
Queria ficar quietinha dentro de mim
Aproveitar que não tinha lugar pra ir
Aproveitar pra lembrar daquilo que gosto
Daquilo que me faz sorrir
Das frases que me tocam
Pra apreciar o silencio confortavel da rua
e daqui de dentro
A lentidão das horas
O vento parado
O sol escondido
A vontade de não fazer nada nem por vontade
De parar e ouvir o que ninguem diz
o que ninguem quer ouvir....
Todos os dias no mesmo horario eu acordo, abro a janela para ver o sol nascer, uma coisa muito me fez olha para o outro lado do céu; uma lua cheia que insistia em continuar mostra seu brilho, mas foi ofuscada pelo astro rei.
Entendi que existindo uma ser que fez separação do dia e da noite fez um para brilhar no que foi a ele capacitado não adianta tentar fazer o que não esta na sua capacidade pois pode dar errado
O novo dia
De manhãzinha o sol entrou pela janela revirou minhas lembranças entre cartas e diademas a imagem da mulher que eu mais amava.
Assustado eu acordei, fui a casa da mulher para mata a saudade, der repente eu encontrei com a triste solidão, que me deixou no chão, sem ajuda e sem coragem fui rastejando até chega em casa, chorando eu olhei no espelho que refletia a imagem da mulher que eu mais amava.
Triste eu fui me deita imaginando na minha felicidade que para mim estava no novo dia.
Hélio Pereira Banhos
Não mais perecer...
Do alto da janela
entre núvens e canções
preso em palavras ou grilhões
via o tempo passar.
Cordões em meus braços
mar, rio, espaço ou lago
água zul, barrenta amarelada
brilha sobre a luz dos olhos meus.
Onde o sol se punha
uma luz cintilante escurecia
mostrava-me que o dia jazia
sem os aplausos de quem o mais usufrui.
Na colina sagrada
onde os sonhos não dormem
já não soavam mais as mesmas notas,
não mais perdia-se o sono.
E assim, como o sol que partia e a noite que nascia,
cultivei o tempo...
desejando a todo momento
não mais perecer.
Ela: Acabei de abrir a janela da minha saudade, não consigo controlar o vento da sua falta... está doendo...
Ele: As portas do meu pensamento estão abertas, sentindo a falta das suas palavras... e muita.
Rebeca e Jota Cê
-
Tudo começou naquela tarde fria, onde a chuva batia fortemente na janela. Eu ficava observando atentamente a dança sombria dos galhos das árvores, o desespero das nuvens cinzentas, o berrar dos raios...
Sozinha fiquei naquele quarto escuro, acompanhada somente dos meus pensamentos pessimistas e sarcásticos... Ouvi uma voz. Quando me dei conta, estava conversando com o meu inconsciente.
- Onde estão todos os outros? - perguntou-me.
- Outros? Não há outros nesse mundo, apenas eu. - respondi.
Aquela voz perturbou-me durante toda à noite, fazendo-me perguntas nas quais nunca parei de fato para pensar.
- Em que mundo é esse onde tu vives?
- Vivo em um mundo onde só eu tenho acesso, onde só eu possuo as chaves de todas as portas.
- Por qual razão revolveu isolar-se dos demais?
- Por qual razão eu viveria junto aos demais? - retruquei.
- Há pessoas lá fora que se preocupam contigo.
- Não, não há. Todas aquelas pessoas estranhas que habitam aquele outro mundo querem apenas iludir-me com palavras já antes ensaiadas.
- Não deixe o pessimismo abalar-te.
- Está querendo iludir-me também com esse discurso positivista?
- Quero apenas ajudar-te a ver o mundo de uma outra maneira.
- Acho melhor eu tentar te ajudar a abrir os olhos para a realidade e parar de fantasiar as coisas, achar que tudo e que todos são seres decentes e humanos.
- Mas todos são humanos como você.
- NÃO! Jamais volte a dizer isso. Odeio ser comparada aos demais. Se todos aqueles seres estranhos forem realmente humanos, considero-me desde já uma "coisa" perdida na imensidão.
- Mas você também pisa no mesmo chão que eles.
- Não piso! Pare de uma vez por todas com isso! Pare de comparar-me àqueles seres anormais, nos quais são movidos através de máquinas e de uma inteligência artificial, que não têm coração e não sabem o significado dos sentimentos!
- Realmente você é uma pessoa diferente e enxerga o mundo de outra forma...
- Foi tão difícil assim chegar nessa conclusão totalmente previsível?
Silêncio...
Longe do meu lado
Ele caminhou até a janela e chacoalhou as mandalas. Olhou as fotos no mural com sentimento e saiu dedilhando o violão em cima da escrivaninha, sem perceber a minha presença na cama, ainda sonolenta. Essa foi à última vez que o vi. Saiu do quarto, dizendo adeus as fotos, letras, e tocando suavemente em todos os objetos, como quem não quer se despedir jamais. Cheio de dúvidas na cabeça e aperto no coração.
Corações levianos são repletos de dúvidas quando se trata de encarar a verdade. Tantos sentimentos hiperbólicos podem ser mal interpretados e isso me deixa um pouco com medo. Afinal, não é difícil de notar exageros repentinos nas minhas falas, gestos e ações. E, isto soa como loucura. Mas quem é adepto da paixão, sabe bem o que é isso. Sabe o que é gritar ao mundo que ama e não ouvir ecos. O problema é que quem vive de extremos, acaba pedindo atenção e liberdade demasiadamente. E, mesmo com toda a força de uma paixão, se não houver o conforto de um porto seguro, perde-se o foco daquele desequilibro intenso, como um barco em meio à tempestade de nossos pensamentos, acalmados por palavras de outro alguém. E pior, tudo isso acontece sem deixar de sentir e querer o bem-amado, e na incerteza, perde-se quem se gosta por mero descuido de ambos, que acharam que tudo não passava de um sonho. Difícil de entender pessoas hiperbólicas, eu sei! Porém, se comparadas aos conservadores, é difícil resistir à sensibilidade escancarada dos exagerados a flor da pele. Assim como não é difícil optar pela liberdade ao invés da prisão.
Enquanto eu voltava para casa, eu olhava pela janela do ônibus e tudo parecia tão devagar, mas eu não me importava muito, minha mente estava distante, exatamente nos mesmos sonhos em que eu pensava há algumas horas atrás, eu nunca me senti assim, e não sei se é bom ou ruim.
Hoje o sol foi gentil comigo,ao abrir minha janela ele entrou e tocara meu rosto com ternura,sua luz aquetara meu coração e transformara em paz toda a dor que ontem eu sintira. A tristeza é inevitável,mas a lágrima é e pode ser controlada,pelo simples fato de voce abrir sua janela e ver o sol .
Outro dia me apaixonei
por uma janela velha, mas muito velha.
Lhe faltavam pedaços...
Não deixei de me apaixonar por conta disso.