Já Traí e Já Fui Traída
Trair
Te conheço e já sei tudo que vai pensar
Mas não queria saber todo esse tanto
Nenhum milagre de amar
Salva as besteiras que fiz, contudo, por encanto
Perdão é divino mas não é norma
Não sou ingrata sou realista
Perdão não para ninguém quando é prometido dogma
Nem desfaz tua hipocrisia
Mentira tem perna curta
E não a perdão que te livre da consciência
Aquela vozinha chata, inconsequente e fajuta
Te transformando em tua própria consequência
O vazio vai me consumindo
Porque estou vivendo mesmo?
Eu estou aqui, mas Ele não está comigo
Porque? Me sinto traída e abandonada
Estou em desespero
Quero ser forte,mais forte!!
Me pergunto porque eu não choro mais
Mesmo eu tendo vontade
Volte para mim amor!
Apareça para mim, vamos quebrar nossa maldição!!
Aquela que Deus lanço em nós
Ficaremos juntos e separados pela eternidade
Sofrendo calados,
Procurando um pelo outro no breu
Sem poder nos ver
O pior castigo de todos
Sangue do meu sangue
Jogam pedras em mim
Enquanto sou presa em uma cruz
Sendo sacrificada, como um cordeiro
Sofrer Calados
Sendo soterrada
Talvez se eu morrer eu lhe encontre
Mas se morrer não poderei ter minha estrela da manhã
Pois mortos não geram vidas
O que nos resta é sofrer calados!
Por vezes os braços que pela frente abraçam pessoas são os mesmos que por trás empurram para o infindável precipício
Reagirmos de maneira diferente sempre que somos atacados por algo ou alguém e, nunca seremos os mesmos até sermos curados. O que me machuca não são as vezes que tropeço, caio ou bato em algum lugar, mas é o fato de saber que eu fui usado como brinquedo, algo manipulável que todo mundo podia chegar e dizer: " vamos enganá-lo, ele nunca saberá". E assim foram os longos dias, as semanas acreditando que eu era alguém que fazia diferença na vida de algumas pessoas que eu realmente podia contar, e ter um ombro pra chorar quando não tivesse mais nada pra me fortalecer. Mais um dos enganos, talvez eu goste de colecioná-los, quem sabe não me acostumei com a ideia de que não existe ninguém confiável mesmo, então essa seria mais uma dorzinha que iria pra minha prateleira. E o que resta não é a desilusão, é a certeza que a dor me ensina a ser o inverso dos "espertos".
Me sinto condenada sem as grades
Com um amor que envenena
Uma vida traiçoeira
Um sucesso que envelhece
Uma poesia seca sem lágrimas
Uma flor perdida no deserto ao sol e ao frio
Nas tempestades encharcada
De joelhos suplicando aos Deuses, anjos, santos, espíritos
Que essa sensação passe, esse absurdo acabe
Que tudo se transforme
Que a vida segure minhas mãos
Porque vida invisível é um vácuo
Que nada contém
Com pensamento congelado
Sem fazer distinção do que é bom ou não
Nas tempestades encharcada
De joelhos suplicando aos Deuses, anjos, santos, espíritos
Nas tempestades encharcada
De joelhos suplicando aos Deuses, anjos, santos, espíritos
A sociedade está moralmente falida,
Nossos valores atuais são dados, pelo status, pelos bens.
Uma sociedade mórbida, sem conteúdo, onde o caráter é deixado de lado, a personalidade de um indivíduo, e taxada meramente como complemento, e sua intelectualidade é subjugada.
Onde as pessoas usam e são usadas, manipuladas por simples interesse ou convenção, ondem metem e enganam e a palavra arrependimento, se tornou tão corriqueira que já não tem mais seu peso.
'G.G'
Ele não teria outra solução, outro caminho. Ele não é feliz, pelo menos não sabe que não é. Ele simplesmente acha que está tomando as decisões certas enquanto sobe em um monte que simplesmente após uma tempestade vai ser do tamanho de sua queda. Ele não sabe, ele não vive, ele simplesmente se engana, se distraí, se atraí e se apaixona por alguém que sempre lhe abandona.
Se confiarmos com a mesma confiança de quem desconfia viveremos em grande tormenta... Mas ainda assim parece-me o caminho menos doloroso.
Amiga anaconda
Encantei-me por uma anaconda
Acabei por adotá-la
Alimentei-a com animais inofensivos
Vivos.
Com o tempo fui me aproximado
Toquei-a, escamosa e fria,
Grande, aconchegante,
Era tudo que eu queria.
Começamos as nos enroscar
Eram toques suaves sem malícias.
Nesses anos de convivência
Encontrávamos sempre a luz do dia.
Numa noite fria ela veio até a mim
Como o remanso de um rio arrefecido
Lento e vagaroso
Esfregando sua textura
Como um gato preguiçoso.
Deixei-a enrolar em meu corpo,
Que de mansinho sentia a suas carícias.
Fui sentindo-a bem devagar
E encontrei-me em ardilosa companhia.
Seu abraço estava ficando cada vez mais apertado
Meus pelos ficaram eriçados
Os ossos com uma sensação desagradável.
Ei! Amiga anaconda! Gritei!
Foi um lapso, não te alimentei.
E ela não perdoou
O meu engano involuntário
Pela falta de comida.
QUANDO VOCÊ ME TRAIU...
Saiu uma lágrima só destes olhos,
Rolou, caiu e secou no meu chão.
E foi a última que lhe pertenceu.
Para que você quer ter todas as mulheres do mundo, se apenas uma vai te fazer feliz, pelo resto da sua vida?
A PAZ EXISTE?
“Enchem a boca de paz, e não há tal paz no mundo. E senão, quem há tão cego, que não veja o mesmo hoje em toda a parte? Dizem que há paz nos reinos, e os vassalos não obedecem aos reis: dizem que há paz nas cidades, e os súbditos não obedecem aos magistrados: dizem que há paz nas famílias, e os filhos não obedecem aos pais: dizem que há paz nos particulares, e cada um tem dentro em si mesmo a maior e a pior guerra. Havia de mandar a razão, e o racional não lhe obedece; porque nele, e sobre ela domina o apetite. (...) A paz do mundo é guerra que se esconde debaixo da paz. Chama-se paz e é lisonja: chama-se paz, e é dissimulação: chama-se paz, e é dependência: chama-se paz, e é mentira, quando não seja traição.”
Padre Antônio Vieira, in Sermões
Oração Fúnebre
Esse vazio é tão grande que escuto o ecoar de minha tristeza
A angústia quase insana faz com que não veja mais belezas
Esse luto que vivencio tenta afrontar minha coragem
De lembranças tão bonitas se desenha minha saudade
Nessa soturna melodia, nesse deserto em que me encontro
Vejo que a sensação de eternidade foi quem embriagou a sanidade
Doei tudo o que tinha nas chamas da afeição mais sincera
Fiquei tão frágil, fui vitima fácil e encontro-me perdido na miséria!
A morte está sempre presente assim como o renascimento
Mortes de pessoas que seguem vivas, realidades mortas...
Não sou dono de nada! O controle é ilusório!
Render-se ao destino e aceitar a certidão de óbito!
Espero dinamismo dessa vida..
Ó Tristeza tão longa... Ó efêmera Felicidade...
Dessa ferida tão dolorida espero uma cicatriz de maturidade!
Desilusão
Onde está o nosso mundo? Era tão calmo, tão nosso, era tudo!
De planícies verdes como teus olhos e macias como tua pele pálida
Lembro-me que foi da fusão de almas apátridas
Que criou-se esse “mundo” roxeado revestido em veludo!
Continentes de afeto e oceanos de afinidade a transbordar
Construía-se a Fortaleza que parecia intransponível!
Em nosso castelo de arquitetura gótica sentia-me invencível
E completo com nosso sombrio gosto a combinar!
Nossos nomes sussurrados pelo vento em noites de tom lilás
Embalados por canções, planos e pensamentos mútuos!
Dias pareciam segundos…
E violetas exalavam o teu perfume pelo ar
Quantas vezes sorri para teu choro cessar?
Nos protegíamos e éramos tão fortes!
Atrozes realidades... Superamos tudo! Leais até a morte?
Era o que eu creia enquanto via teu nome em meu braço a sangrar!
Ó meu amor, como pudeste cravar esse punhal em minha costas?
Nessa alma tão frágil que a ti servia como escrava!
Destruíste tudo! Há tempos já não durmo!
Por medo de afogar-me em minhas lágrimas!
Da poeira que restou ao veneno que agora me consome!
Sou um lânguido ser em um mundo esvaído
Asas quebradas… Um anjo caído!
Que procura escapar do desejo da morte!
Hoje minha alma vaga perdida… Buscando ajuda! Perdida em desalento!
Minha lástima é tua! Sou um rio de magoas fluindo para um mar de sofrimento!
A sabedoria não ignora a existência dos ofídios e a prudência, à distância imiscível, lhos acompanha os rastejos até o ocaso da prescritibilidade.