Irmas
Precisar imitar a sororidade das irmãs do Senhor, porque podemos aprender com elas a verdadeira relação de irmandade, união, afeto ou amizade entre mulheres como aquela existente entre Jônatas e Davi.
As três irmãs sempre andam juntas, de mãos dadas, fazendo estragos por onde passam, são elas: a religiosidade, o julgamento e o moralismo, todas de uma mesma família.
Bondade e maldade são duas irmãs que andam sempre juntas, a primeira age na surdina sem nada enxergar, a segunda enxerga sem nada falar, ambas com o intuito de livremente operar o que o coração livremente escolher
Certa feita o mistério se encontrou com duas irmãs caridosas: a fé e a esperança. Do resultado desse encontro nasceu o milagre
Discurso de Swami Vivekananda na abertura do Parlamento das Religiões em Chicago, 1893
Irmãs e Irmãos da América,
Meu coração fica pleno de uma alegria inenarrável ao levantar‐me para responder à
calorosa e cordial boas‐vindas com a qual vocês nos receberam. Eu agradeço a vocês em
nome da mais antiga ordem de monges do mundo; eu agradeço a vocês em nome da mãe
das religiões, e eu agradeço a vocês em nome dos milhões e milhões de hindus de todas as
classes e de todas as seitas.
Meus agradecimentos, também para alguns dos conferencistas presentes neste
palco que, referindo‐se aos representantes vindos do Oriente, disseram a vocês que estes
homens, provenientes de nações distantes, podem muito bem reclamar para si a honra de
proclamar em terras estrangeiras a idéia da tolerância. Eu estou orgulhoso de pertencer a
uma religião que tem ensinado ao mundo tanto a tolerância como a aceitação universal.
Nós acreditamos não apenas na tolerância universal, mas nós aceitamos todas as religiões
como verdadeiras. Eu estou orgulhoso de pertencer a uma nação que tem abrigado os
perseguidos e os refugiados de todas as religiões e de todas as nações da terra. Eu estou
orgulhoso de dizer a vocês que nós acolhermos em nosso seio os mais puros
representantes dos israelitas, que vieram para o sul da Índia e tomaram refúgio conosco no
mesmo ano em que seu templo sagrado foi destruído pela tirania romana. Eu estou
orgulhoso de pertencer a uma religião que abrigou e ainda acolhe os remanescentes da
grande nação zoroastriana. Eu citarei para vocês, irmãos, umas breves linhas de um hino
que eu me lembro de ter repetido desde a minha mais tenra meninice, e que são repetidas
todos os dias por milhões de seres humanos: “Assim como diferentes cursos d’água,
embora tendo suas fontes em diferentes lugares, juntam suas águas às do oceano; Ó
Senhor, assim os diferentes caminhos que os homens tomam através de suas diferentes
tendências, embora pareçam distintos, sinuosos ou diretos, todos conduzem à Ti”.
Esta presente convenção, que é uma das mais augustas assembléias jamais reunidas
e, em si mesma, uma demonstração, uma declaração para o mundo, da maravilhosa
doutrina pregada no Bhagavad Gita: “Quem quer que venha a Mim, não importa sob que
forma, eu o acolho; todos os homens estão se esforçando, através de diferentes carinhos,
que ao final conduzirão a Mim”.
Sectarismo, estreiteza de espírito e seu horrível descendente, o fanatismo, há muito
tempo se apoderaram desta bonita terra. Encheu a terra com violência, encharcou‐a
repetidas vezes com sangue dos homens, destruiu civilizações e colocou nações inteiras em
estado de desespero. Não fossem por esses terríveis demônios, a sociedade humana
estaria em uma condição muito mais avançada da que se encontra hoje. Mas seu tempo
chegará; e eu ferventemente espero que o sino que tocou esta manhã em honra deste
Parlamento, possa ser o prenúncio do fim de todo o fanatismo, de todas as perseguições,
com a espada ou com a caneta, e de todos os sentimentos injustos entre pessoas que
percorrem seus caminhos na direção da mesma meta.