Ipê

Cerca de 340 frases e pensamentos: Ipê

Nem assim eu deixarei de sorrir...


Eis aqui o meu IPÊ florido, querendo dizer pra mim:
Vá, Melania, vá ao encontro de seu novo sonho.
Leve seus amores
Suas alegrias
Suas lembranças felizes.
Deixe as lágrimas e as tristezas comigo,
Eu as infiltrarei no fundo da terra
Bem junto às minhas raízes
Leve consigo o perfume de suas flores
E seja feliz...

mel -

Já eram meados de março, o coelhinho da páscoa passeava pela cidade. Kaô estava em cima de um Ipê branco, quando acidentalmente deixou seu boné cair no chão. Ele desce e pega o cachorro no seu colo, pois sabe que àquela altura seu pai não ficaria feliz caso aparecesse em casa sem seu chinelo. Ventos alísios do sul sopravam para oeste, e Gunther corria afobado. Quais seriam seus verdadeiros sonhos?

Saci Pererê
fuma seu cachimbo
à sombra do ipê

Ipê florido -
a rã tem companhia
de pétalas amarelas

Sob meus pés

Muito menos
Areia de praia
Flores de ipê caídas
Grama fresca
Amarelinhas
Caminhos de volta

Muito mais
Terra firme
Folhas secas
Asfalto quente
Tons de cinzas
Caminhos de ida

Não estou cansado
Apenas caminhando

Como que pacientemente a esperar a queda das últimas folhas do Ipê, ansiava-lhe o amarelo egoísta que anunciava o frescor da primavera. O cheiro do pinheiro trouxera-lhe doces lembranças e preenchera-lhe não só os pulmões mas também a alma de bem-querer.

Devemos aprender com o ipê, em tempo de estiagem suas folhas caem e dão lugar a exuberância de suas flores.

O respirar da Natureza

No meu bosque tem um ipê gigante que toca no céu
e quando ele fica feliz se veste de flores roxa
No meu bosque canta o galo e galinha, e pinto pia
No meu bosque tem pardais, rola, pombo, maritaca,
sabiá, coruja, joão de barro , gavião,
tem ave rara,
são muitas que eu contemplo no meu dia dia
essa sinfonia que habita na minha floresta de tons esverdeado,
com cheiro de mato e de vida
onde os casulos sofrem metamorfose
No meu bosque DEUS se revela o tempo todo...
no meu bosque a liberdade das aves, o colorido das borboletas e
o aroma da seiva é sangue de DEUS que brota o tempo todo...

⁠O AMOR QUER CHAMA
O amor quer o brilho do sol,
O calor do lençol,
Um riso colorido,
A cor do Ipê florido,
O amor quer chama,
Nada que engana.
O amor quer luz irradiante,
Um fogo vivo e constante.
O amor quer a cascata de espuma,
A neve em pluma,
A lua como testemunha
O amor se atreve ao forte,
Num coração como suporte.
Para quem ama, não há distância entre sul e norte.
Élcio José Martins

Ipê rosa

Teus lábios tocam, suave,
a minha tez cansada,
na floração de um ipê.
E ao gosto desse beijo,
nesse sopro augusto ainda frio,
me olvido um instante o caos latente.
Sou agora as pétalas róseas caídas ao chão.
Tu, amado, indistinguível entre o azul do céu,
os ramos floridos
e a admiração gratuita que me toma de assalto,
transforma-te em mim, olhando o estupor da visão do ipê.
N'aquele instante,
breve e belo,
tu és meu.

SONETO DO IPÊ

O cerrado se prepara para a primavera
No chão cascalhado, a florada anuncia
Os ipês amarelos ornando de luz o dia
E o horizonte se vestindo de quimera

Sai o inverno, setembro, vem a ventania
E mal surgia, e caem sem assim quisera
Em implacável jornada, acatando a era
Atapetando o chão de matizada magia

E neste, veste e despe, a beleza gera
Espanto da sina acirrada em tirania
Do ipê ser algoz na sua pouco espera

No processo que penaliza a flor fugidia
Em ser uma desgarrada na atmosfera
Faz-se o prosseguir a vida em romaria

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Junho de 2016
Cerrado goiano

Bolero de inverno no cerrado

No cerrado, seco, o sol da manhã
Nos tortos galhos, o ipê, a cortesã
De um inverno, em uma festa pagã
Desperta o capricho do deus tupã
Degustando a aurora tal um leviatã

E numa angústia, o orvalho, num afã
Do céu azul, num infinito, de malsã
Craquela o dia no seu tão árido divã
Do duro fado, tão pouco gentleman
E tão árido, tal uma agridoce romã

E vem o alvor, com o frígido de hortelã
Bafejando poeira cheia de balangandã
Tintando a flora em um rubro poncã
Zunindo o vento tal um som de tantã
Num bolero ávido por um outro amanhã...
São gemidos, uivos, sofreguidão
Correndo pelo sulco do cascalhado chão
Emergindo desse pântano, ressequida solidão.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, 27 julho 2018
Brasília, DF

⁠Dentro de mim tem um Ipê
Amarelo vivo
Eternamente Florido!

terra

Onça-pintada
tamanduá, jacaré.
baobá, ipê amarelo
jacarandá.
seu zé, dona maria
padre José.

um pouco do todo
cabe em um poema,
mas não cabe no
seu mundo?

Inserida por Ancelmobento

A MOCIDADE

A mocidade é tal qual a flor do ipê
Vigorosa, e na secura resplandece
Tudo pode, é formosa, sonha e crê
E suas inquietudes não lhe apetece

É a idade da beleza a sua mercê:
O presente não lhe traz estresse
E o futuro pouco ou de nada vê
O que lhe importa é a tua messe

Ousada, domina e brilha ao vento
Na desventura tem nenhum receio
Pois, é facilmente o esquecimento

Porém, o senhor tempo, tão voraz
Qual a flor do ipê, de frágil esteio
Cai ao chão, de um destino fugaz

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

IPÊ AMARELO (soneto)

No teu fugaz aflorar. És partitura
Duma melodia cálida fulgurante
De etérea figura num semblante
No ápice duma passagem pura

Se ergue na paisagem, vibrante
Em efígie no cerrado, escultura
Tão cróceo de aparata candura
Num teor pomposo e insinuante

Ave ipê! Natureza na sua mesura
Aos olhos se faz guapo arruante
Ao poeta estro em embocadura

E neste Éden de aptidão gigante
Ao belo, a quimera se aventura
Numa viagem de visão alucinante

Luciano Spagnol
Agosto de 2016

Inserida por LucianoSpagnol

MAJESTOSO IPÊ ROXO.
Márcio Souza.
Este lindo ipê roxo,
Que há anos vi nascer,
Hoje, em pleno mês de agosto,
Veio de novo a florescer.

Em plena seca escaldante,
Todo cheio de esplendor,
Não há quem não se encante,
Com a beleza de tuas flores

Obra prima da Natureza,
Com pétalas roxas aveludas,
Dando-nos a todos a certeza,
Pelas mãos de Deus foram pintadas.

Uns dizem que ser a cor do amor,
Outros que representa a paixão,
Pois tuas fortes e vivas flores,
Têm as cores do coração.

E ao olhar tua florada,
Cada vez mais eu me encanto,
Penso logo em minha amada,
A quem adoro e amo tanto.

Com tuas flores indo embora, derramadas pelo chão,
Sentirei doces saudades por não ver as tuas cores,
Mas as guardarei com certeza, dentro do meu coração,
Porque tu, meu Ipê Roxo, me despertaste o AMOR!
Márcio Souza.
Foto de Márcio Souza.

Inserida por marsouza42

ipê florido
depois do longo frio
novo verde virá

Inserida por rogeriobviana

A Cidade do Poeta

"Sob o sol do Sul, um ipê se aproximava
do andarilho com seus cães. Mas, metralhadoras
na favela...
Ainda assim,
o artista libertou os domesticados:
bem se escondeu; mal correu — desacorrentado.

Pródigo, o ipê ofertava ao poeta
seu raro amarelo nítido: ensinava
que o belo é meio, não um fim, ao infinito.
Mas, metralhadoras numa vilela...

De longe, saltitantes, bem e mal
retornaram às coleiras imaginárias
do consagrador de palavras,
mas o amarelo inovador com gravidade
foi ferido
no cantarejar das metralhadoras
na viela:
um pequeno lusíada mestiço,
num beco brincando com a vida,
morreu — sem saída."

Inserida por juninhoassis

De ouvir tantas tragédias meus ouvidos estão fartos, mas quando olho o Ipê tão amarelinho, que coisa linda, sinto-me no paraíso!

Inserida por janealvesleal